Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: Experimento de baixo custo sobre óxidos: abordagem investigativa e avaliação da aprendizagem
AUTORES: Furtado, N.J.S. (UFPI) ; Cunha, F.P. (FACULDADE MAURÍSSIO DE NASSAU) ; Brito, M.V. (SEDUC-PI) ; Sousa, K.A. (IFPI) ; Quadros, M.D.C. (IFPI) ; Cunha, M.P. (SEDUC-MA) ; Veras, D.C. (SEDUC-PI) ; Carvalho, V.C. (IFPI) ; Azevado, M.A. (IFPI) ; Brito, A.V. (SEDUC-PI)
RESUMO: Objetivo deste estudo foi conhecer o perfil da aprendizagem adquirida pelos
estudantes, com uma abordagem investigativa de um experimento de baixo custo sobre
o conteúdo óxidos. Nas duas categorias de abordagem adotadas no estudo obtiveram
os seguintes resultados: 1 (50%), 2 (53,33%), 3 (43,33%), 4 (40%) e 5 (30%) e 1
(70%), 2 (80%), 3 (90%), 4 (73,33%) e 5 (96,66%) para aula teórica e experimental,
respectivamente. Durante o experimento os estudantes compreenderam detalhadamente
os conceitos de óxidos ácidos e básicos. O experimento conduzido na investigação e
proposição de hipótese contribuiu para aquisição de uma aprendizagem química
significativa sobre o conteúdo óxidos no contexto do Ensino Médio.
PALAVRAS CHAVES: Óxidos; Experimentos; Perfil da Aprendizagem
INTRODUÇÃO: O uso de atividades experimentais quando explorada adequadamente constitui um
recurso pedagógico importante que ajuda os discentes na construção de conceitos
químicos (HODSON, 1988). Nesse sentido, as atividades experimentais
investigativas devem desenvolver habilidades cognitivas nos estudantes, assim
como uma maior participação dos mesmos no processo de aprendizagem. Lôbo e
Moradilho (2003) afirmam que muitas das atividades experimentais propostas pelos
docentes em aulas práticas possui uma concepção empírico-indutivista, esta
centrada no papel da observação e da experimentação em sua forma neutra,
esquecendo o papel essencial das hipóteses como norteadoras das investigações e
do verdadeiro conhecimento científico. Essa concepção dificulta a compreensão de
conceitos envolvidos na produção de substâncias químicas, tais como: os óxidos.
Estes são substâncias formadas pela combinação de um ou mais átomos de oxigênio
com um ou mais átomos de um outro elemento menos eletronegativo que o oxigênio.
Duas importantes classificações dos óxidos são: óxidos ácidos e óxidos básicos.
Ambos estão presentes no cotidiano, mas com outras denominações (ex: a “cal”, a
“ferrugem”, o “gás do refrigerante” e etc.). Essas denominações não são notadas
por alguns estudantes, o que mostra que houve uma aprendizagem fragmentada na
abordagem desse conteúdo. Por isso, é relevante usar experimento de baixo custo
que busque facilitar a compreensão e aprendizagem do tema, que é possível com a
exploração e investigação das etapas envolvidas, assim como a construção de
hipótese sobre o fenômeno obervado. O objetivo deste estudo foi conhecer o
perfil da aprendizagem adquirida pelos estudantes, com uma abordagem
investigativa de um experimento de baixo custo sobre o conteúdo óxidos.
MATERIAL E MÉTODOS: Esta pesquisa foi realizada nos dias 4 e 5 de junho de 2012 no Colégio Estadual
Ozias Correia (Parnaíba/PI). Os sujeitos foram 30 estudantes pertencentes a 1ª
série do Ensino Médio da referida escola pública. O estudo teve duração de 5
horas aula, onde adotou-se duas categorias de abordagem: Aula Teórica e
Experimental. A primeira consistiu no uso do tradicional quadro acrílico e
pincel e foi realizada na sala de aula (2 horas). Já a segunda utilizou-se um
experimento de baixo custo sobre o conteúdo óxidos. O experimento foi realizado
numa sala de aula improvisada como laboratório de Ciência (2 horas). O
experimento tinha como título: Cal + água com gás: conhecendo os óxidos. Neste
experimento usou-se os seguintes materiais: 2 frasco de vidro de 100 mL; água
comercial com gás e sem gás; cal virgem e espátula. Adicionou-se 0,5 g de cal
em uma garrafa que continha 100 mL de água com gás, e numa outra que tinha 100
mL de água sem gás, tampou-se as duas garrafas. Após isto agitou-se as garrafas
até que a solução homogênea adquiriu-se uma aparência leitosa, nesse momento
deixou-se em repouso o sistema por cerca de 10 minutos. Os dados foram coletados
com dois diferentes questionários de 5 questões sobre óxidos, o mesmo foi
aplicado duas vezes: após a Aula Teórica e Experimental. O tempo para resolução
de cada questionário foi de 30 minutos. As respostas para cada questão foram
expressas percentualmente tomando por base os acertos (aprendizagem adquirida)
realizados pela amostra 30 (100%) discentes em cada categoria de abordagem. Para
cada questão foi apresentado um resultado percentual que mostrou o perfil da
aprendizagem adquirida na determinada categoria de abordagem.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na categoria aula teórica foram obtidos os seguintes resultados: 1 (50%), 2
(53,33%), 3 (43,33%), 4 (40%) e 5 (30%). As questões 4 e 5 apresentaram
predomínio de uma aprendizagem não adquirida, mostrando que uma parte do
conhecimento assimilado (do tema óxidos) nesta categoria deu-se de maneira
fragmentada, já nas questões 1, 2 e 3 a compreensão dos conceitos de óxidos
ácidos e básicos foi mais eficiente, se comparada as questões 4 e 5. As razões
para isso estar no pouco interesse demonstrado pelos estudantes durante a aula
teórica (método tradicional de ensino).
Se comparado a aula teórica, a abordagem de experimentos com ênfase na
investigação e na proposição de hipótese conduziu a uma aprendizagem química
significativa para a grande maioria dos estudantes, como pode ser mostrados
pelos índices de aprendizagens: 1 (70%), 2 (80%), 3 (90%), 4 (73,33%) e 5
(96,66%). Nessa categoria de abordagem os estudantes conseguiram aprender de
forma mais atrativa os conhecimentos químicos sobre óxidos, pois a proposta de
investigação deixou os estudantes motivados na aquisição de novos conhecimentos,
questões semelhantes a essas já foram discutidas no estudo de Ferreira; Hartwig
e Oliveira (2010).
Os estudantes após a aula experimental demonstraram conhecimentos sobre todas as
questões do questionário, pois aprenderam os conceitos de óxidos básicos; quando
o óxido de cálcio foi adicionado à água houve formação de hidróxido de cálcio.
Já os de óxidos ácidos quando dissolveu-se dióxido de carbono em água e houve
formação do ácido carbônico. Após isto, os discentes compreenderam que o gás
presente na água é o dióxido de carbono (óxido ácido) e na cal é óxido de cálcio
(óxido básico). Esses questionamentos corroboram os resultados de Silva e
Stradiotto (1999).
CONCLUSÕES: O método tradicional não foi eficiente para a consolidação de um conhecimento
químico significativo, se comparado com a categoria aula experimental. O
experimento conduzido na investigação e proposição de hipótese contribuiu para
aquisição de uma aprendizagem química significativa sobre o conteúdo óxidos. É
possível usar materiais de baixo custo para realizar experimentos simples que
contribuem para melhoria da aprendizagem Química no contexto da 1ª série do Ensino
Médio.
AGRADECIMENTOS: Ao IFPI e ao Colégio Estadual Ozias Correia (Parnaíba/PI).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: FERREIRA, L. H.; HARTWIG, D. R.; OLIVEIRA, R. C. Ensino Experimental de Química: Uma Abordagem Investigativa Contextualizada. Química Nova na Escola, vol. 32, n° 2, p. 101-106, 2010.
HODSON, D. Experiments in Science and Science Teaching. Educational Philosophy and Theory, vol. 20, n° 2, p. 53-66, 1988.
LÔBO, S. F.; MORADILLO, E. F. Epistemologia e a formação docente em química. Química Nova na Escola, n° 17, p. 39-41, 2003.
SILVA, L. L.; STRADIOTTO, N. R. Soprando na água do cal. Química Nova na Escola, vol. 10, p.51, 1999.