53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: A UTILIZAÇÃO DA SALA DE INFORMÁTICA PARA ENSINAR CONCEITOS DE ENTALPIA DE REAÇÃO PARA ALUNO SURDO

AUTORES: Santos, R.B. (UFGD) ; Nascimento, P.C. (UFGD) ; Vieira, K.E. (UFGD) ; Freires, A.I. (UFGD) ; Carvalheiro, C.D. (E.E CELSO MULLER DO AMARAL) ; Pereira, A.S. (UFGD) ; Vianna, J.F. (UFGD)

RESUMO: A preocupação com a educação científica é um dos questionamentos mais comuns nesses últimos anos, para a melhoria da qualidade de vida e sua colaboração na promoção intelectual e ao acesso dos indivíduos na tomada de decisão na aplicação de novos conhecimentos. Hoje, mais do que nunca, é necessário fomentar e difundir a alfabetização científica em todas as culturas e em todos os setores da sociedade. Este trabalho tem o objetivo de apresentar uma atividade realizada pelo PIBID de QUÍMICA/UFGD. Nesta atividade foi realizada uma aula sobre o conteúdo de termoquímica no laboratório de informática de uma escola pública da cidade de Dourados/MS, sendo o foco principal desta atividade a interação de um bolsista do pibid com o aluno surdo que estava presente nesta sala de aula.

PALAVRAS CHAVES: educação especial; ensino de química; software

INTRODUÇÃO: Na aprendizagem significativa de alunos surdos, faz-se necessário levar em consideração a diferença linguística e cognitiva desses alunos, as quais, é de suma importância os professores contextualizar e buscar novas metodologias de ensino para se adequar na educação inclusiva e favorecer o ensino destes. Diante disso, o uso das tecnologias educacionais são estratégias fáceis e cabíveis para favorecer esse ensino, por meio dos softwares, esses alunos aprendem ciência através da linguagem visual, fugindo do paradigma da Química maciça e teórica que é em trabalhada em sala de aula. A metodologia de ensino para alunos surdos na escola é baseada no bilinguismo, onde devem adotar como primeira língua a Libras, sendo o português escrito como segunda língua. De acordo com Quadros (2005), além de viabilizar melhor aprendizagem para esses alunos, o bilinguismo reconhece as diferenças e a língua passa a ser um instrumento social. Não obstante, há uma carência de terminologias científicas em Libras, dificultando assim o ensino-aprendizagem de ciências, bem como a despreparação de professores de como lidar com esse aluno surdo e o desconhecimento dos poucos sinais químicos pelo os intérpretes. A partir desta realizada o PIBID de Química da Universidade Federal da Grande Dourados, elaborou uma atividade que envolvesse a utilização do laboratório de informática e o aluno surdo, com o conteúdo de termoquímica.

MATERIAL E MÉTODOS: A atividade foi realizada com um aluno surdo, estudante do segundo ano do ensino médio de uma escola da rede pública de ensino da cidade de Dourados-MS. Em um primeiro momento foi realizado uma reunião com professor coordenador do pibid e a professora supervisora da escola, em seguida foi apresentado à proposta para o grupo de bolsista do pibid que atuam nesta escola. Um dos bolsistas possuía formação em Libras, o que facilitou o trabalho da equipe. Em sala de aula a atividade foi realizada com a duração de duas aulas de 50 minutos. A sequência de atividades aplicada em sala de aula foi: 1) Revisão de conceitos de termoquímica na forma da aula expositiva utilizando slides; 2) debates de conceitos químicos; 3) Utilização de Software que foi retirado do site PHET, que simula a geração de diversas formas de transformações de energia; 4) Animações; 5) Exercícios; Esta atividade foi realizada para toda a turma, no entanto, neste trabalho, será apresentada somente a metodologia de ensino do bolsista com o aluno surdo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Tratou-se de uma aula interativa em Libras, apresentando o conceito teórico por meio de slides sobre o conteúdo de termoquímica/entalpia, com análise de gráficos de reações exotérmicas e endotérmicas, diagramas de reações levando em consideração os estados físicos (liquido sólido e gasoso). Foram utilizados sinais químicos básicos pré-existentes, as dificuldades foram muitas para o entendimento do conteúdo por parte do aluno com a minoria dos sinais utilizado, mas com esforço atingimos os resultados na questão do entendimento do conteúdo pelo aluno. Em seguida, foi aplicado o software, indicando como a energia fluiria quando os objetos são aquecidos ou resfriados, ou como os objetos em contato com diferentes temperaturas, observando assim se houve absorção ou liberação de energia (Reação endotérmica ou exotérmica) a interação do aluno com a máquina, mostrou que ele já tinha contato com este. Por fim, o intérprete/acadêmico explicou em Libras como se classifica a variação de entalpia em exotérmica ou endotérmica. Aplicou-se uma atividade onde se continha oito variações de entalpia e foi solicitado para que ele escrevesse quais eram exotérmicas e quais eram endotérmicas. O aluno atingiu todos os resultados esperados, com a orientação do intérprete, sete acertos das oito questões.

CONCLUSÕES: A somatória, das tecnologias educacionais, a explicação por meio do bilinguismo e da linguagem visual, foram estratégias satisfatórias para a inclusão desse aluno no cotidiano regular do conteúdo dado pelo professor em relação aos demais alunos. Verificou-se que é importante trabalhar softwares no ensino de química com alunos surdos, pois assim esta de acordo com a política de inclusão na educação básica. Dessa maneira, é necessário o constante aperfeiçoamento o docente para propor formas e estratégias de ensino para se adequar ao ensino de química para alunos com deficiência auditiva.

AGRADECIMENTOS: A equipe do PIBID/QUÍMICA/UFGD. A CAPES e a direção da escola onde foi realizada a atividade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: RETONDO, Carolina Godinho; SILVA, Glaucia Maria da. [b]Ressignificando a Formação de Professores de Química para a Educação Especial e Inclusiva: Uma História de Parcerias[/b]. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc30/06-RSA-5908.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2013.
SOUSA, Sinval Fernandes de; SILVEIRA, Hélder Eterno da.[b]Terminologias Químicas em Libras: A Utilização de Sinais na Aprendizagem de Alunos Surdos[/b]. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc33_1/06-PE6709.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2013.