Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: Educação Alimentar como objeto de Ensino de Química: Estudo de caso
AUTORES: Oliveira, S.K.G. (IFRN/CN) ; Dias, J.G.A. (IFRN/CN) ; Oliveira, J.C.A. (IFRN/CN) ; Pereira, A.M. (IFPB/GB) ; Ribeiro, M.E.N.P. (IFRN/CN)
RESUMO: O crescente consumo de alimentos ricos em gorduras, sais, açucares e aditivos são
os principais indicadores da mudança nociva nos hábitos alimentares da sociedade
como consequência da dinâmica da vida moderna. Neste contexto, se debate cada vez
mais a ampliação da inserção da educação alimentar como um elemento integrador e
articulador nas escolas. Tal tema pode ser introduzido através do ensino de
química, de forma contextualizada. A pesquisa teve seu inicio com aplicação de um
questionário com 50 alunos de uma Escola Estadual de Currais Novos/RN visando
diagnosticar a prática alimentar deste público e assim nortear ações de
implantação ou reforço através de aulas de química para formar e reciclar agentes
multiplicadores e divulgadores contínuos de uma alimentação saudável.
PALAVRAS CHAVES: educação alimentar; contextualização; ensino de química
INTRODUÇÃO: Entre as intensas mudanças ocorridas nos hábitos alimentares da população, tem
se destacado o expressivo consumo de alimentos industrializados, refrigerantes,
doces e salgados consequentemente o aumento no consumo de gorduras, sal e açúcar
e todas as suas consequências nocivas, como o sobrepeso, a obesidade e doenças
crônico-degenerativas que são as principais causas de morte em muitos países
atualmente.
Nesse cenário a educação alimentar é de extrema relevância para a qualidade de
vida e a escola apresenta – se como local adequado para instrução, orientação e
correção visando a formação de consumidor crítico e consciente da problemática.
É na idade escolar que os hábitos alimentares saudáveis devem ser criados e
estimulados; e é na escola, local indicado para se implementarem os nortes de
bons hábitos. Através das disciplinas teóricas, lecionadas pelo professor e
apoiadas nos manuais escolares, deve-se fornecer os conhecimentos que irão
tornar os educandos aptos para escolher os alimentos e saber o que devem
consumir (MARKS, 2008).
A química pode ser um instrumento da formação humana que amplia os horizontes
culturais e a autonomia no exercício da cidadania (QUADROS & SANTOS, 2007), por
isso a importância de ser ensinada de forma interdisciplinar e contextualizada.
A pesquisa foi realizada objetivando-se identificar, avaliar, reforçar ou
corrigir o perfil alimentar de alunos da Escola Estadual Instituto Vivaldo
Pereira, através da contextualização das aulas de Química tendo o como tema
gerador os alimentos. Assim, tendo como foco a alimentação saudável torna-se
possível o uso da química como instrumento de formação de humana e exercício da
cidadania.
MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa deste trabalho é aplicada, de campo e intervencionista. Foi realizada
através de levantamento de dados por meio de questionários com uma amostragem da
população da Escola Estadual Instituto Vivaldo Pereira (IVP) objetivando a
obtenção do perfil da prática alimentar deste público-alvo visando estimular o
interesse e a compreensão do tema tratado, bem como desenvolver, esclarecer e
modificar conceitos e ideias em ações posteriores através do ensino de Química.
Assim, o questionário aplicado continha 12 questões objetivas referentes aos
hábitos alimentares diários e a prática de atividade física, das quais apenas
algumas foram destacadas neste trabalho. A apresentação da proposta e aplicação
do questionário diagnóstico, correspondendo a 1° etapa do trabalho, foi
realizado na Escola Estadual Instituto Vivaldo Pereira (IVP) com quatro turmas
de Ensino Médio do turno noturno, com uma amostragem de 50 alunos de um universo
de 729 alunos matriculados nos 3 turnos da escola e visa nortear as ações
educativas através das aulas de química, de forma interdisciplinar e
contextualizada.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O perfil dos entrevistados mostra que 53 % dos alunos afirmam nunca consumir
frutas e verduras. Inquestionavelmente adoção de uma alimentação saudável
previne o surgimento de doenças crônicas e melhora a qualidade de vida. Frutas,
verduras, legumes e cereais integrais contêm vitaminas, fibras e outros
compostos, que auxiliam as defesas naturais do corpo e devem ser ingeridos com
frequência. As fibras, apesar de não serem digeridas pelo organismo, ajudam a
regularizar o funcionamento do intestino, reduzindo o tempo de contato de
substâncias nocivas com a parede do intestino grosso. Diante desse resultado, a
importância de tal fato pode ser trabalhado em aula de Química Orgânica, na qual
se explora as principais funções orgânicas presentes nesses alimentos e ações
benéficas dessas substâncias. Para alimentos como carne e o nutritivo arroz com
feijão são consumidos em poucas porções, uma média de 63 % comem 1 ou 2 vezes,
já que a quantidade recomendada são cinco porções semanais por ser uma
combinação completa de proteínas. Com relação aos industrializados doces ou
salgados 30% dos alunos consomem 3 vezes ou mais, os refrigerantes são
consumidos diariamente seja 1, 2 ou 3 vezes, apenas 24% dos alunos afirmam não
tomá-los diariamente, algo preocupante considerando o recomendado pelo
ministério da saúde, o qual reforça que deve-se evitar ao máximo sucos
industrializados, refrigerantes, doces e guloseimas. Através de aulas de
Termoquímica, na qual se aprende sobre o cálculo de calorias, pode-se trabalhar
esse vertente preocupante da alimentação extremamente calórica e pouco
nutritiva.
CONCLUSÕES: Os dados coletados na Escola Estadual Instituto Vivaldo Pereira (IVP) revelam um
equilíbrio no consumo de alguns alimentos e uma média de 50% de indivíduos que
estão se alimentando inadequadamente, reforçando a necessidade de um trabalho de
intervenção educativa que possa esclarecer esse público e reforçar os já
praticantes de hábitos alimentares mais saudáveis através de aula de química
contextualizada. Através da aplicação do questionário torna-se possível a escolha
dos temas da Química para abordagem do tema alimentos dentro da realidade local e
assim provocar mudança positivas na saúde dos alunos.
AGRADECIMENTOS: PROEX/CN, IFRN/CN, GESTORES E ALUNOS DO ENSINO MÉDIO NOTURNO DA ESCOLA ESTADUAL
INSTITUTO VIVALDO PEREIRA DE CURRAIS NOVOS/RN.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: MARKS, R. 2008. Schools and health education: What works, what is needed, and why? Health Education, 109(1): 4-8.
BRASIL. 2005. Guia alimentar para a população brasileira: promovendo a alimentação saudável. Brasília: Ministério da Saúde, 236p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos).
QUADROS, A. L., SANTOS, S. B. 2007. Alimentos Como Tema Gerador do Conhecimento Químico: Relato de uma Experiência. Revista Brasileira do Ensino de Química, 2(1).