Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: UMA INVESTIGAÇÃO DAS METODOLOGIAS DESTINADAS AO ENSINO EXPERIMENTAL DA QUÍMICA COM DEFICIENTES VISUIAIS APRESENTADAS NO CONGRESSO BRASILEIRO DE QUÍMICA
AUTORES: Santos, C.F. (IFRJ/CAMPUS NILÓPOLIS) ; Messeder, J.C. (IFRJ/CAMPUS NILÓPOLIS)
RESUMO: O trabalho experimental, no ensino de Química pode ser considerado um caminho
educativo que proporciona espaços de liberdade necessários ao desenvolvimento
pessoal e social do aluno. Mas, e para alunos deficientes visuais, o que se tem
feito? Existem poucos recursos relacionados ao ensino da Química para esses
alunos. Deficientes visuais inseridos em uma escola especializada são parte dum
processo que deve ser totalmente inclusivo. Em vista das dificuldades que alunos
deficientes visuais encontram durante o aprendizado de Química, este estudo vem
investigando os aspectos educacionais voltados para alunos deficientes visuais, na
proposta de analisar os materiais e experimentos já publicados. Esta investigação
teve início nos resumos publicados no CBQ sobre o ensino para deficientes visuais.
PALAVRAS CHAVES: Química inclusiva; deficiente visual; atividades experimentais
INTRODUÇÃO: Diversos estudos têm apontado que a Educação Química que ocorre na escola tem
aumentado a distância entre os alunos, reforçando a transmissão do conhecimento,
tornando-a como uma disciplina de difícil entendimento e restringida a nomes,
fórmulas e métodos que parecem desvinculados da sua realidade (CARVALHO, 2007).
Quando o assunto é a educação de deficientes visuais, como mostrar a estes que a
Química encontra-se presente em suas vidas através dos outros sentidos
excluindo-se a visão? É notória a escassez de pesquisas a cerca de metodologias
inovadoras no ensino de Química para deficientes visuais (PIRES et al., 2007).
Quando o professor se vê disposto a aplicar experimentos, estes são
essencialmente visuais, o que limita a participação do aluno cego. Sabe-se que
alunos deficientes têm percepções diferentes de alunos videntes, e alguns de
seus sentidos, como olfato e audição tendem a ser mais aguçados, o que pode
influenciar positivamente no processo ensino-aprendizagem. A fim de viabilizar a
inclusão destes alunos, pesquisadores sugerem experimentos em que o aluno possa
tocar o sistema, percebendo os resultados através do tato, ou ainda, através de
liberações gasosas (audição), ou ainda, perceber através de um odor
característico (olfato). O Congresso Brasileiro de Química (CBQ) é um evento de
múltiplos aspectos para o interesse científico, e na sua 53ª edição, abordará a
temática da Educação Química Inclusiva em uma das suas mesas redondas (CBQ,
2013). Em vista das dificuldades que alunos deficientes visuais encontram
durante o aprendizado, este trabalho busca reunir informações sobre materiais e
experimentos usados para o ensino de Química inclusivo, a partir publicações de
trabalhos apresentados no CBQ nos últimos cinco anos.
MATERIAL E MÉTODOS: A primeira fase dessa investigação se constituiu numa fase exploratória, a
partir da elaboração de um levantamento bibliográfico que permitirá um maior
aprofundamento e conhecimento da temática, ou seja: o Ensino de Química
Experimental para cegos. Segundo Marconi (1985) com esse tipo de procedimento
será possível realizar o recorte das questões que provocarão uma melhor
assimilação na continuidade da pesquisa. Foram reunidos os trabalhos publicados
nos últimos cinco anos durante as edições do Congresso Brasileiro de Química
(CBQ). A pesquisa foi realizada no próprio site do evento nas sessões de
trabalhos aceitos (disponível em: <http://www.abq.org.br/cbq/edicoes-
anteriores.html>), pois, embora o CBQ não seja um evento exclusivo para
publicações na área de Educação em Química, dispõe de uma área específica para
publicações desta natureza. Utilizaram-se palavras-chave como: cego, cegueira,
deficiente visual, deficiência visual, baixa visão. O filtro utilizado foi para
trabalhos envolvendo atividades experimentais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: No 52º CBQ, GUIMARÃES, D. N. et al (2012) desenvolveram uma pesquisa para
avaliar o nível de conhecimento dos alunos do curso de Ciências do IFMG/Confresa
e concluíram que os acadêmicos “já ouviram falar” do sistema Braille e do
DOSVOX (software que auxilia o cego ao uso de computadores), além disso,
destacaram o interesse dos acadêmicos em especializações. Oliveira, et al (2012)
propuseram uma tabela periódica em alto relevo, para que o aluno pudesse
conhecer sua disposição. No 51º CBQ, Araujo, et al (2011) mostraram dificuldades
encontradas por professores e deficientes visuais em escolas públicas do Recife
(PE), apontando alternativas de melhora e inclusão com aprendizagem
significativa, além da conscientização em torno dos preconceitos. No 49º, Hora,
et al, (2009): um software acoplado a um espectrofotômetro UV-vis e um medidor
pH, que funciona a partir de recursos de áudio, observaram a motivação dos
alunos e diminuição do índice de evasão destes. Durante o 47º CBQ: Farias, et al
(2009) apontaram algumas dificuldades que os docentes presenciam na prática de
ensino com cegos, além dos principais recursos utilizados para realizar
práticas mais eficazes. Concluíram que aulas de campo e materiais concretos,
aliados às TICs e aos livros em Braille, podem ser fundamentais para o ensino de
Química. Silva, (2009), propuseram um trabalho na busca de metodologias e
recursos, além de fatores que favoreçam a inclusão. Este estudo demonstrou que
para atender a essas demandas, o professor precisa de “criatividade, paciência
ao adaptar metodologias e recursos didáticos” além de estar sempre apto a
auxiliar o aluno, que deve demonstrar boa vontade e interesse.
CONCLUSÕES: Ainda existem poucos trabalhos acerca do ensino para cegos, se confrontados com as
outras áreas da Educação. A experimentação deve ser escolhida com atenção para que
o aluno cego não seja prejudicado pela sua particularidade. Em vista das
dificuldades que esses alunos encontram durante as aulas de Química, a sequencia
desse estudo viabilizará propostas de metodologias auxiliando licenciandos e
professores no trabalho com este público através da investigação dos aspectos
educacionais da Química para alunos deficientes visuais, assim como, analisará os
materiais e experimentos já publicados.
AGRADECIMENTOS: Ao IFRJ pelo ao auxílio à pesquisa acadêmica do campus Nilópolis - 2012/2013.
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