Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO:  AVALIAÇÃO EDUCACIONAL: A percepção dos professores do curso de Licenciatura em Química da UFRPE acerca da avaliação do processo de aprendizagem
AUTORES:  Silva, J.C.S. (UFRPE)  ; Silva, A.L. (UFPE)  ; Lapa, W.P.F.M. (FAFIRE)
RESUMO:  Avaliar é um processo complexo que requer do profissional preparo técnico, 
sensibilidade a respeito do ambiente de trabalho e o conhecimento a cerca dos 
objetivos que se deseja alcançar.De acordo com Sant’Anna (2010) são três as 
funções da avaliação: diagnosticar, controlar e classificar. Com o objetivo de 
conhecer os diferentes critérios avaliativos e sua relação com os diferentes 
instrumentos de avaliação, foram feitas entrevistas com professores das 
disciplinas de química do curso de Licenciatura em Química da UFRPE. Usando a 
análise de conteúdo de Bardin (2000)foi possível identificar que a prática 
avaliativa mais utilizada pelos professores está em consonância com o modelo de 
ensino tradicional de concepção positivista.
PALAVRAS CHAVES:  Avaliação; Instrumentos; Análise de conteúdo
INTRODUÇÃO:  A avaliação é um dos temas mais recorrentes dos debates no campo educacional, já 
que a sociedade em seu conjunto está cada vez mais ciente de sua relevância e de 
suas repercussões no tocante à necessidade de alcançar melhores perspectivas de 
qualidade, num cenário de recursos públicos cada vez mais escassos. No processo 
de ensino-aprendizagem a avaliação é parte fundamental. Ela não é o fim do 
processo, mas o meio ao qual o aluno e o professor podem progredir. Segundo 
Guerra (2007, p.13), “a avaliação pode servir para muitas finalidades 
simultaneamente como medir, aprender, qualificar, comparar, diagnosticar, 
classificar,[...]”. Mas, para muitos a avaliação se resume a simples memorização 
de conceitos e fórmulas por parte dos alunos.Deve existir uma relação coerente 
entre os objetivos, o que é ensinado e as avaliações durante todo o processo. É 
muito importante avaliar bem, porém é mais importante saber a que causa serve a 
avaliação (GUERRA, 2007). De nada adiantará realizar esse tipo de avaliação se o 
professor não souber quais atitudes tomar a partir dos resultados obtidos, é 
assim preciso que o professor tenha conhecimento especializado do processo de 
ensino-aprendizagem. Objetivando conhecer quais os critérios e instrumentos de 
avaliação dos professores das disciplinas de química, tal pesquisa 
justifica-se por poder de certa forma favorecer uma melhor compreensão da 
dinâmica avaliativa no contexto cotidiano do ensino superior, assim contribuindo 
com a reflexão, aplicação e aperfeiçoamento dos instrumentos avaliativos. 
Também, visa contribuir com dados empíricos no debate de avaliação educacional, 
uma vez que trabalhos desta natureza não são comuns, já que o campo é 
caracterizado pela predominância de trabalhos de natureza teórico-conceituais.
MATERIAL E MÉTODOS:  O presente estudo caracteriza-se na perspectiva da abordagem qualitativa. O 
levantamento das informações foi realizado através de entrevista 
estruturada,preenchimento de formulários e análise de documentos (Programas e 
Ementas do curso de Química, o Projeto Político Pedagógico Institucional (PPI) e 
o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e as Diretrizes Curriculares 
Nacionais para os Cursos de Química. Os sujeitos de interesse da pesquisa foram 
os professores das disciplinas específicas e básicas do curso de Licenciatura em 
Química. A escolha das disciplinas se deve a formação da pesquisadora nesse 
curso. E buscando entender a dinâmica da avaliação da aprendizagem que acontece 
no contexto do ensino superior, foi escolhida a UFRPE. Aceitaram participar da 
pesquisa seis professores, alguns deles lecionam mais de uma disciplina de 
química. Seis professores responderam os formulários, sendo que dois deles não 
foram entrevistados devido à falta de disponibilidade de horário 
para tal, sendo o formulário entregue posteriormente. Para analisar os 
formulários das entrevistas foi usado como referencial a Análise de Conteúdo 
(AC)de Bardin (2000).Na análise dos formulários foi identificada como categoria 
a “Prática avaliativa dos professores”.Como subcategorias foram agrupados os 
cinco temas presentes nos formulários: 1. Instrumentos de avaliação;2. 
Dificuldade na elaboração da avaliação; 3. Critérios avaliativos; 4. Avaliação 
formativa; 5. Tipo de avaliação que realiza “somativa” ou “formativa”. A partir 
dessas subcategorias elaboradas foi realizada a inferência dos dados 
apresentados. Uma tabela foi construída de forma a agrupar tais subcategorias, 
facilitando a inferência dos dados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:  Na primeira subcategoria -Instrumentos de avaliação– foram destacados sete tipos 
diferentes usados pelos professores, com destaque para o item prova escrita 
(1.5) que apresentou maior frequência (6). Assim, esse instrumento ainda é muito 
utilizado pelos professores no ensino superior. Na segunda subcategoria–
Dificuldade na elaboração – todas as unidades de registo tiveram a mesma 
frequência (1), cada professor apresentou uma resposta diferente ao tema. Dentre 
as seis respostas dadas – níveis das questões (2.1), muito conteúdo a ser 
avaliado (2.2), diferença no nível dos alunos dos turnos diurno e noturno (2.3), 
nível de conhecimento da disciplina que é pré-requisito (2.5), relacionar o 
conteúdo dado em sala (2.6) – a que chama mais atenção é a do item 
Contextualizar (2.4).Campos e Nigro (apud NUHS; TOMIO, 2011) descrevem que é 
preciso certo grau de contextualização em provas. Saber contextualizar é algo 
que é exigido do professor. Na terceira subcategoria –Critérios de avaliação– a 
unidade de registo com maior frequência foi o item Abrangência adequada do 
conteúdo (3.1), cuja frequência foi (5). Percebe-se que existe uma preocupação 
de que o conteúdo visto seja de fato abordado na avaliação. Na quarta 
subcategoria – Avaliação formativa – os professores foram questionados a 
descrever o que seria a avaliação formativa.O item formação profissional (4.2) 
apresentou frequência (3). Os professores entendem a avaliação formativa como 
aquela que favorece a formação profissional. A quinta subcategoria– Tipo de 
avaliação– apresentou somente duas unidades de registo. Nenhum dos professores 
classificou sua avaliação como somativa somente. A classificação formativa teve 
frequência (2), enquanto que o item ambas teve frequência (4), ou seja, eles 
afirmaram ser uma junção das duas.
CONCLUSÕES:  Toda concepção de avaliação é referente a uma concepção de educação de uma 
instituição.Percebe-se que a prática avaliativa mais utilizada pelos professores 
está em consonância com o modelo de ensino tradicional de concepção positivista, a 
perspectiva formativa materializa-se apenas ao nível do campo discursivo e é uma 
prática distante do cotidiano analisado. Todas essas características estão 
associadas à função examinista e de mensuração de avaliação, cuja modalidade não 
está em acordo com o que os professores julgam ser uma prática avaliativa 
formativa, e sim somativa.
AGRADECIMENTOS:  
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:  BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2000; GUERRA, M. A. S. Uma flecha no alvo: a avaliação como aprendizagem. São Paulo, SP: 2007. Uma flecha em la diana – La evaluación como aprendizaje. Tradução: Luciana Moreira Pudenzi;NUHS, A. C.; TOMIO, D. A prova escrita como instrumento de avaliação da aprendizagem do aluno de Ciências. Est. Aval. Educ., São Paulo, v. 22, n. 49, p. 259-284, maio/ago. 2011. Disponível em: < http://cenfopciencias.files.wordpress.com/2011/10/a-prova-escrita-como-instrumento.pdf> Acesso em: 23 abr.2013.; 
SANT'ANNA, I. M. Por que Avaliar? Como Avaliar?: Critérios e Instrumentos. 14. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
