Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: A Proposta Curricular do Estado do Maranhão e os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino de química no Ensino Médio - Um estudo de caso
AUTORES: Silva, C. (IFMA) ; Braga, S. (IFMA) ; Lages, E. (IFMA) ; Bezerra, A. (IFMA) ; Rangel, H. (IFMA) ; Oliveira, M. (IFMA)
RESUMO: Os documentos oficiais como os Parâmetros Curriculares Nacionais e os Referenciais
Curriculares do Maranhão em suas resoluções têm priorizado o ensino de Química
voltado para a cidadania e para a realidade das escolas. Assim, este trabalho teve
por objetivo refletir o papel da Química como disciplina educativa e sua relação
com a educação voltada para o cotidiano. A pesquisa foi realizada em uma escola da
rede pública do Ensino Médio de São Luís-MA. Observou-se que o aluno apesar de
afirmarem que as aulas são contextualizadas e interdisciplinares, têm dificuldades
em avaliar as implicações sociais das aplicações tecnológicas da química. Além
disso, os professores não tinham conhecimento dos documentos norteadores da
disciplina de Química para o ensino médio do Estado do Maranhão.
PALAVRAS CHAVES: PCNEM; Ensino de Química; Ensino Médio
INTRODUÇÃO: Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação nº. 9.394/96 trouxeram um novo parâmetro para a educação, onde
contempla nas suas resoluções uma educação voltada para a cidadania. Tratando-se
do ensino de Química, os PCNs recomendam que: “[...] o conhecimento químico não
deve ser entendido como um conjunto de conhecimentos isolados, prontos e
acabados, mas sim uma construção da mente humana em contínua mudança” (BRASIL,
2000, p. 31). Quando se recomenda a contextualização como princípio de
organização curricular, o que se pretende é facilitar a aplicação da experiência
escolar para a compreensão da experiência pessoal e aproveitar essa qualidade
para facilitar o processo de concreção dos conhecimentos abstratos que a escola
trabalha. No Maranhão além de contar com o apoio dos PCNs e das DCNs conta-se
também com os Referenciais Curriculares do Ensino Médio, cujo objetivo é a
formação do individuo autônomo e democrático, partícipes da vida social em todos
os seus aspectos. Essa idealização de um ensino formador leva-nos a pensar que
após a reforma do Ensino Médio e com os documentos orientadores o ensino deixou
de ser aquele tradicional, por isso para esclarecer essas e outras dúvidas é
preciso realizar uma pesquisa acerca dessa problemática que envolve a todos os
membros da sociedade Ludovicense. Observa-se que vários fatores afetam a
qualidade do ensino de Química nas escolas, no entanto, necessita-se conhecer se
de fato esses problemas afetam na execução da prática docente ou não e as causas
do ensino defasado. Esse trabalho teve como objetivo analisar a proposta
metodológica curricular do Maranhão e dos PCNs, relacionando-os com os recursos
de ensino e as práticas pedagógicas do professor.
MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa foi desenvolvida em uma escola pública, Centro Educacional Gonçalves
Dias, em São Luís-MA, durante o turno matutino e vespertino com 180 alunos de
cada turno, sendo três turmas de 2º ano e duas do 3° ano do ensino médio, no
total de 30 (trinta) alunos por turma, com idades entre 16 e 19 anos e 6 (seis)
professores. Os professores de química, todos eram efetivos com mais de 10 anos
de magistério, com idades que variavam entre 30 e 50 anos, todos com nível
superior, sendo que desses, um era especialistas e o outro mestre. Primeiramente
foi realizada uma pesquisa bibliográfica para embasar teoricamente a importância
que tem a Ciência Química no dia a dia do educando, sobre o processo de ensino
na escola, a prática educativa e a educação por meio dos PCNs e dos Referenciais
Curriculares do Maranhão. Em seguida foram feitas pesquisas de campo com
observações de sala de aula e aplicação de questionários abertos e fechados para
discentes e docentes, visando interpretar suas opiniões sobre o ensino segundo
os documentos oficiais que orientam a pratica pedagógica voltados para formação
do cidadão e as possíveis contradições desse processo. Os dados coletados foram
sistematizados da seguinte forma: os objetivos do ensino de química -
contextualização, interdisciplinaridade e transversalidade nas aulas; o trabalho
docente e as normas legais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo Torricelli (2007) “tornar o ensino de Química um exercício de
compreensão da natureza deve ser o objetivo maior do verdadeiro educador que
deve fazer com que as aulas sejam vinculadas aos conhecimentos e conceitos do
dia a dia do alunado”. Sendo assim, questionaram-se os alunos a cerca da
contextualização nas aulas de química e 63% dos alunos responderam que as aulas
são contextualizadas, 34% às vezes, e 3% responderam que raramente havia essa
contextualização. Com relação à prática da interdisciplinaridade, a maioria dos
alunos disse conseguir relacionar a química apenas com Física, Matemática e
Biologia (83%), enquanto que 17% relacionavam com a maioria das disciplinas.
Metade dos professores faz uso dos Temas Transversais frequentemente e a outra
metade utilizavam esses Temas raramente. Esse resultado mostra que mesmo não
sendo tão presente nas aulas, ainda sim fazem parte da realidade escolar. Com o
propósito de esclarecer como são entendidos os direitos e deveres dos educadores
da escola em estudo, questionaram-se os professores quanto ao conhecimento de
documentos e propostas oficiais Nacionais ou Estaduais que regem as propostas
para o ensino de química do Ensino Médio e quais eles conhecem. 50% dos
professores disseram conhecer apenas os PCNs, 17% ouviram falar na época em que
prestaram concurso e 33% disseram não conhecer nenhum. E sobre os Referenciais
Curriculares do Maranhão, todos disseram não conhecer tal documento. Pelas
informações obtidas, parece que não há uma consonância da prática escolar com os
documentos orientadores da pratica pedagógica uma vez que estes documentos não
estão sendo trabalhados pelo corpo docente. Disseram também basear-se no
programa do ENEM e nos livros didáticos para estruturar suas aulas.
CONCLUSÕES: Observou-se que, apesar de o aluno ter consciência da importância da disciplina
química, afirmaram que as aulas são contextualizadas e interdisciplinares, e
tinham dificuldades em avaliar a química no seu cotidiano, devido a estas resumir-
se apenas a exemplos soltos. Os resultados dessa investigação juntamente com os
documentos oficiais, os eixos orientadores dessa análise, mostraram a necessidade
de mudanças na formação dos professores, proporcionando o desenvolvimento de
competências profissionais para atender às novas concepções da educação escolar e
do papel de professor.
AGRADECIMENTOS: Ao IFMA pelo apoio institucional e ao Centro Educacional Gonçalves Dias.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação Média e Tecnológica (Semtec). Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação, 2000.
TORRICELLI, E. (2007). Dificuldades de aprendizagem no ensino de Química. Disponível em: <http://www.eduk.com.br/?q=node/123.>. Acesso em: 22 jun. 2013.