Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: QUÍMICA, GOSTO E COMPREENSÃO
AUTORES: Souza Evaristo, P.M. (IFRO - CAMPUS JI-PARANÁ) ; Filho, A.G. (IFRO - CAMPUS JI-PARANÁ) ; Castro, S.C. (IFRO - CAMPUS JI-PARANÁ) ; de Jesus, P.S. (IFRO - CAMPUS JI-PARANÁ) ; Cunha, E.M.F. (IFRO - CAMPUS JI-PARANÁ)
RESUMO: Na literatura há vários autores demonstrando que a Química é uma disciplina
marcada pelos alunos como desagradável. O objetivo do presente trabalho é
mostrar que a Química é bastante apreciada pelos estudantes, porém são
necessários alguns mecanismos importantes e profissionais licenciados em
Química. Foram entrevistados 199 alunos em duas escolas da rede estadual em Ji-
Paraná – RO, no qual as perguntas estavam relacionadas ao gostar da disciplina,
frequência das aulas práticas, entre outros. Mais de 60% dos entrevistados
afirmaram gostar da disciplina Química, mas têm dificuldades em aprendê-la,
entre as dificuldades as mais significativas são os cálculos e os termos
técnicos. O fato dos alunos gostarem da disciplina não esta ligado ao interesse
em compreendê-la.
PALAVRAS CHAVES: métodos de aprendizagem; gosto pela disciplina; Ensino de Química
INTRODUÇÃO: Entre todas as disciplinas oferecidas nas instituições de ensino, as
relacionadas com a área de exatas são as que menos interessam aos alunos. No
caso da disciplina de Química é ainda maior o desinteresse na aprendizagem. O
fato pode estar relacionado à dificuldade de compreensão e assimilação da
disciplina, por consequência os alunos acabam decorando os principais termos
hipotéticos para conseguir a aprovação no final do ano letivo, deixando de
aprender a essência da disciplina. É comum os professores em sala de aula
perceberem as dúvidas dos alunos quanto à aplicação da química no cotidiano,
apresentando dificuldades em compreender a importância e mais especificamente a
presença dela em seu dia a dia. “Em particular no ensino da química, percebe-se
que os alunos, muitas vezes, não conseguem aprender, não são capazes de associar
o conteúdo estudado com seu cotidiano, tornando-se desinteressados pelo tema.
Isto significa que este ensino está sendo feito de forma descontextualizada e
não interdisciplinar (NUNES e ADORNI apud QUENENHENN et al, 2010)”.
O presente trabalho tem como objetivo identificar dentro das escolas
quais metodologias que melhor contribuem para a aprendizagem do aluno,
diferenciando o gosto da disciplina do interesse em aprendê-la, frisando
principalmente as dificuldades apontadas pelos alunos no ensino-aprendizagem de
Química.
Os fatores que dificultam a aprendizagem da disciplina Química devem ser
apontados, tendo em vista a criação de mecanismos para sanar tais dificuldades,
pois a busca pela inovação é de suma importância para que o professor adote
novas metodologias ao seu planejamento. A pesquisa poderá auxiliar tanto os
atuais como os futuros professores a estar buscando meios que facilitam o
aprendizado do estudante.
MATERIAL E MÉTODOS: A metodologia adotada foi pesquisa de campo com utilização de um questionário
com perguntas abertas e fechadas que foram respondidos pelos alunos do Ensino
Médio, com perguntas pertinentes ao interesse dos discentes pela disciplina de
Química. Foram entrevistados 199 alunos do ensino médio da rede escolar
estaduais, no período de Junho, sendo que 92 cursavam o 1º ano, 66 cursavam o 2º
ano e 41 cursavam o 3º ano.
A pesquisa e a observação se concentraram em duas escolas estaduais do
município de Ji-Paraná – RO: na E. E. E. F. M. RIO URUPÁ e na E. E. E. F. M.
GONÇALVES DIAS. Os questionários de entrevista foram preenchidos pelos alunos no
horário regular de aula, no período matutino e vespertino, segundo o cronograma
das escolas da rede pública. Para a fundamentação teórica, além de livros
paradidáticos, foram utilizados também artigos publicados em sites conceituados
da internet. Usou-se na elaboração do questionário de entrevista papel A4 com os
questionários impresso.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Quando perguntado aos alunos se gostavam ou não da disciplina Química, mais de
60% declararam gostar da disciplina, mas não conseguem compreendê-la.
A maioria dos estudantes se interessa pelas Ciências logo nas series iniciais de
Ensino Fundamental, mas vão perdendo o interesse no decorrer dos anos letivos,
chegando ao Ensino Médio desinteressado em aprender, apesar de gostar da
disciplina. “Geralmente as aulas expositivas teóricas são um importante veículo
para aprendizagem, mas dificilmente envolve os estudantes no processo de
integração de ideias e conceitos (HODGERS e HERVEY, apud SÁ et al, 2003)”. Uma
ferramenta para despertar o interesse em aprender seria aulas práticas.
“Partindo do ponto de vista vigostskiano quando uma experiência é comparada com
uma aula teórica, implica comparar qualidade entre interações sociais,
desencadeada tanto nas aulas práticas como nas teóricas (GASPAR, 2009).”
Levaram-se em consideração os fatores que mais são comentados pelos alunos em
relação aos conteúdos, como mostra o Gráfico 2, se destacaram: interpretação de
textos, cálculos e linguagem de termo técnico que abrange nomenclatura e
classificações.Nota-se que a maioria dos alunos do ensino médio que apontaram o
cálculo relacionado aos exercícios são do 2º ano do Ensino Médio, pois isso é
explicado devido ao conteúdo trabalhado neste período, que geralmente abrange
conteúdos de Físico-Química e de Inorgânica, parte da química que mais envolve
habilidades em cálculos. Dos alunos que apontaram a linguagem de termos
técnicos, verifica-se que a maioria são do 3º ano do Ensino Médio, nesse período
o currículo predominante é a Química Orgânica, que envolve os compostos formados
por átomos de carbono, sendo umas das competências o conhecimento das
nomenclaturas.
Grafico 1
Gosto pela Disciplina de Química
Gráfico 2
Principais Dificuldades na Aprendizagem de Química
CONCLUSÕES: Constatou-se que, a maioria dos alunos do ensino médio de Ji-Paraná – RO gostam
da disciplina de química, porém tem dificuldades em compreendê-la, pois muitos
veem dificuldade em associar a disciplina a o seu cotidiano. Porém gostar da
disciplina não significa ter facilidade em aprendê-la, não devemos associar o
“gostar” do “interesse em aprender”, pois apesar de próximos são visões
distintas. As aulas práticas podem ser adotadas ao currículo da escola como
atrativo à aprendizagem da Química e em geral a apreciação pelas Ciências e
Tecnologias. Cabe ao professor desmistificar a Química.
AGRADECIMENTOS: Ao corpo docente do IFRO - Campus Ji-Paraná pela colaboração à pesquisa.
A Pâmela Siqueira e Suellen Cristian pelo auxílio do texto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: GASPAR, Alberto. EXPERIÊNCIAS DE CIÊNCIAS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL: Experimentação em ciências – abordagem e proposta, 1. ed. São Paulo, Ática, 2009, 327 p.
SÁ, Luciana Passos; QUEIROZ, Salete Linhares. ESTUDO DE CASOS NO ENSINO DA QUÍMICA: Diferentes maneiras empregadas pelos professores de química em suas aulas, 2. ed. rev., Campinas – SP, Átomos, 2010, 93 p.
QUENENHENN, Alessandra e et al. O ENSINO DE QUÍMICA: algumas reflexões. I FÓRUM DE PROFESSORES DE DIDÁTICA DO ESTADO DO PARANÁ. Campo Mourão – PR, v. único, p. 189 – 198. Ago 2011 Disponível em: <http://www.uel.br/eventos/jornadadidatica/pages/arquivos/O%20ENSINO%20DE%20QUIMICA.pdf>. Acesso em: 24 Jun. 2013.