Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: “Ser ou não ser, eis a questão”: Uma investigação no Curso de Licenciatura em Química sobre a carreira docente.
AUTORES: Goulart, A.C. (IFG) ; Silva, A.K. (IFG) ; Medeiros, M.S. (IFG) ; Almeida, M.S. (IFG) ; Andrade, L.V. (IFG) ; Goulart, S.M. (IFG)
RESUMO: Investigações sobre a carreira docente possibilitam trabalhos de intervenção e
discussões acerca da realidade da educação no nosso país e seguir ou não a
carreira docente é uma dúvida constante nos curso de licenciatura. Este
trabalho teve como objetivo avaliar a perspectiva dos alunos, quanto ao
seguimento na carreira docente. A investigação foi feita com alunos do Curso de
Licenciatura em Química, do Instituto Federal de Goiás – Câmpus Itumbiara. O
estudo torna-se interessante porque mediante os resultados tem-se noção da
satisfação do licenciando quanto à carreira docente. Com os resultados da
entrevista semi-estruturada foi constatado que a maioria dos alunos
entrevistados tem a intenção de seguir a carreira docente e mostram-se
preocupados com o futuro do ensino no país.
PALAVRAS CHAVES: Carreira docente; Licenciatura em Química; Ensino
INTRODUÇÃO: Nas últimas décadas a educação básica brasileira vem enfrentando vários
desafios. O surgimento tardio de cursos superiores específicos para a formação
docente no Brasil talvez explique a problemática vivida hoje no país (ARANHA,
1989). Uma pesquisa feita pelo Ministério da Educação em 2012 aponta uma
estatística preocupante a respeito da profissão docente. Segundo a pesquisa o
país possui um déficit de quase 300 mil professores no ensino básico (MEC,
2012). Outro fator que deve ser levado em consideração é a desvalorização da
carreira docente. Um estudo feito pelos órgãos OIT (Organização Internacional do
Trabalho) e UNESCO (Organização das Nações Unidas), comparou os salários de
professores em 40 países. Os resultados mostraram que o salário do professor
brasileiro é o 3º pior, entre os países pesquisados. Este mesmo estudo constatou
que o Brasil tem a maior população de alunos por sala, são mais de 29 alunos por
professor, em média. Comparando esta estimativa com países mais desenvolvidos,
como no caso da Dinamarca onde a estimativa é de 10 alunos para cada professor,
fica visível a superlotação nas salas de aula no país (UNESCO, 2012). Diante de
tais fatos, este trabalho de pesquisa teve como objetivo principal, verificar o
interesse dos alunos do Curso de Licenciatura em Química, do Instituto Federal
de Educação, Ciências e Tecnologia Goiás – Câmpus Itumbiara quanto ao seguimento
na profissão docente. Este estudo torna-se relevante porque permite discussões e
intervenções no ambiente institucional. É possível apresentar aos alunos, os
lados positivos da educação e ainda permite reflexão sobre a importância do
papel do professor na sociedade e a grande contribuição que a carreira docente
tem sobre as pessoas em todos os aspectos, tanto pessoais quanto profissionais.
MATERIAL E MÉTODOS: O presente trabalho adota uma abordagem qualitativa. Para possibilitar a
verificação, as coletas de dados foram feitas a partir de entrevistas semi-
estruturadas que tem como vantagens o esclarecimento e repetição das perguntas
até que estas sejam compreendidas, possibilitando ainda obter informações mais
precisas e um número maior de respostas (LAKATOS, 1996). O roteiro para a
entrevista foi elaborado de forma clara, visando facilitar o entendimento das
perguntas e obtenção de respostas dinâmicas e concretas. A pesquisa foi composta
por alunos do 1º ao 8º período do Curso de Licenciatura em Química. O critério
de seleção dos entrevistados foi o próprio interesse em participar da pesquisa.
Foram entrevistados 74 alunos, este número correspondendo a 44,04 % das
matrículas em 2013.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O gráfico 1 mostra que 66% dos alunos entrevistados têm a intenção de seguir a
carreira docente. Estes dados divergem de um estudo feito pelo Ministério da
Educação em 2012, que na ocasião constatou que 70 % dos formandos em curso de
licenciatura não pretendiam trabalham como professor (MEC, 2012).Quando
questionados a respeito de suas respostas, tanto positiva quanto negativa, para
o seguimento da carreira. Os entrevistados justificaram de maneiras diferentes,
porém quase todos no mesmo contexto. A tabela 1 apresenta um resumo das
principais justificativas apresentadas pelos discentes.Com as justificativas dos
alunos o que se pode observar é que para os que responderam que não pretendem
seguir a carreira docente, na maioria dos casos os motivos são a falta de
investimentos na educação e a desvalorização da profissão, tanto pelas
autoridades quanto pela sociedade. Por outro lado, existe um grupo que acredita
na educação e se mostra otimista quanto ao futuro da carreira de professor.
Gráfico 1: Você pretende seguir a carreira docente?
Tabela 1
PrincipaisJustificativas para as respostas (Sim e
Não) dos entrevistados quanto ao seguimento da
carreira docente.
CONCLUSÕES: O trabalho investigativo qualitativo realizado constatou que a maioria dos
discentes do Curso de Licenciatura do IFG tem grande interesse em seguir a
carreira docente. Com a entrevista foi possível observar que muitos escolheram o
curso por acreditarem no futuro da carreira docente e se mostraram dispostos a se
tornarem profissionais responsáveis, qualificados e pensantes a respeito da
Educação no nosso país.
AGRADECIMENTOS: Ao Instituto Federal de Goiás; ao grupo PET Química: Educação, Ambiente e
Sociedade e ao MEC-FNDE pela bolsa concedida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ARANHA, M. L. de A. 1989. História da Educação. 1. Ed. São Paulo: Moderna, 1989.
BRASIL. MEC.2012. Censo da educação básica. Brasília. Disponível em: <www.educacenso.inep.gov.br>. Acesso em: 17 de maio 2013
LAKATOS, E.M.M.; ANDRADE, M.1996. Técnicas de pesquisa 3ª edição. São Paulo. Editora Atlas.
UNESCO. 2012. Salário de professor primário brasileiro é o terceiro pior do mundo. {on line}. Disponível na internet via http://www.unesco.org/new/en/education/. Arquivo capturado em 29/04/2013 maio de 2013.