Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: Utilizando o cordel no ensino de química
AUTORES: Oliveira, G. (UFRN)
RESUMO: Partindo do princípio de que os alunos do nono ano estão iniciando um contato mais
afundo com a química e que a dificuldade de conseguir acompanhar a disciplina
causa certa resistência a aprendizagem da disciplina,deve-se objetivar um ensino
que possa contribuir levando para a sala de aula,conteúdos que façam sentido à
vida do aluno. Trabalhar com o cordel,incentiva o estabelecimento de conexões
entre a química e outras disciplinas. Ao propor este trabalho aos alunos, se
oferece a oportunidade de trabalhar vários recursos em termo de aprendizagem,tais
como:produção textual,escrita,entender a química como parte do seu cotidiano. A
arte,trata de chamar à atenção do aluno,pois propicia uma atividade prazerosa,daí
surge a Literatura de Cordel,como meio incentivador para o ensino de química.
PALAVRAS CHAVES: Ensino de Químca; Cotidiano; Cordel
INTRODUÇÃO: O Brasil é um país de muitas raças, cultos, tradições e arte muito rica.
Trabalharemos em particular a literatura de cordel. Sua produção é simples e sua
abrangência alcança todas as classes sociais. A literatura de cordel já vem
sendo explorada desde as séries iniciais do Ensino Fundamental. Por que estudar
química? Essa é uma pergunta comum entre adolescentes que acham a matéria
complicada e de difícil entendimento. O aluno precisa entender melhor o ambiente
em que vive, como fazer melhor aproveitamento dele sem prejuízos ao meio
ambiente. Diante de todo o contexto mencionado anteriormente nos perguntamos que
caminhos podem ser percorridos na busca para alterar as relações estabelecidas
pelos professores com seus alunos e seus saberes provenientes da academia, na
busca de novas metodologias para o ensino de Química? Segundo Amorim (Citado por
BRITO, SOUZA & FREITAS, 2008) menciona que uma das maneiras de romper com as
formas tradicionais de produção do conhecimento escolar é introduzir novos
conteúdos culturais que interrompam as ações lineares de compreensão da
realidade e não penas ilustrá-las ou estimulá-las. A utilização de vivência dos
alunos e os fatos do dia-a-dia, permitem construir conhecimentos químicos, mas
para isso acontecer é preciso mudanças e interdisciplinaridade nas práticas
pedagógicas utilizadas pelo professor. Assim, o aluno verá que a Química é uma
disciplina divertida e atrativa. Surgi então a proposta de utilizar o cordel
como recurso metodológico, como veículo interdisciplinar. O público alvo do
projeto serão os alunos do 9º ano da escola CDF (Casa do Fera), orientado pelas
professoras: Gisleângela Oliveira de Química e Ingrid Karoline de Literatura.
MATERIAL E MÉTODOS: No 1º Trimestre, foi sugerido para os alunos a tarefa de pesquisas. A sala foi
dividida em 6 grupos de 8 componentes. Os temas foram propostos pelos próprios
alunos. Os temas escolhidos foram: Petróleo, Chuva ácida, Reciclagem, Fabricação
do sabão, a Química e suas Substâncias e Pesticidas. A professora de Literatura
propôs aos alunos uma oficina de literatura, utilizando o cordel, como estudo;
estudar o cordel, a origem, a historia; E desenvolver um projeto "resgatando o
cordel" para ser apresentado em sala de aula; Para o 2º Trimestre a proposta foi
a elaboração de texto narrativo auxiliados pela professora de português e
química; Os alunos com os textos já elaborados, de acordo com o tema escolhido
anteriormente e já pesquisado, irão confeccionar os cordéis, ilustrar de acordo
com a narrativa. Por fim, a confecção dos cordéis e a exposição que foi
realizada durante a semana do folclore.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Trabalhar a química com o cordel incentiva o estabelecimento de conexões entre a
química e outras disciplinas, estimulando a cultura do pensamento e dessa forma
consegue-se demonstrar como ciência e literatura são partes integrantes da
cultura humana em diversos âmbitos e setores, percebendo como a química auxilia
na interpretação do mundo contemporâneo. Ao propor este trabalho para os alunos
em sala de aula, frente à riqueza artístico-literária que a literatura de cordel
proporciona e ao amplo conteúdo de química, oferecemos aos alunos a oportunidade
de trabalhar vários recursos em termo de aprendizagem, tais como: produção
textual, leitura, escrita, entre outros. É um campo de estudo pedagógico onde os
professores têm subsídios didáticos para trabalhar vários tipos de conteúdos. Em
particular iremos nos ater a disciplina de química na fabricação dos cordéis. É
entendível que a disciplina, por ser muito abrangente, torna-se de difícil
entendimento para os alunos, principalmente os alunos do ensino fundamental que
iniciam seu primeiro contato com a disciplina. Como professora de nonos anos,
percebo que os alunos, ao ingressarem no universo científico, precisam lidar com
elementos mais palpáveis onde possam visualizar situações mais reais para melhor
compreensão e valorização dos conteúdos químicos em que se iniciam. Umas das
maneiras mais utilizadas, é trazendo recursos didáticos associados ao cotidiano
do aluno. É preciso objetivar um ensino de química que possa contribuir para uma
visão mais ampla do mundo, que possibilite um maior conhecimento e a construção
da cidadania, levando para a sala de aula, que façam sentido e possam se
integrar à vida do aluno, com habilidades necessárias à formação de cidadãos
críticos e capazes de entender o mundo em que vivem.
CONCLUSÕES: A aprendizagem é um processo pelo qual o aluno se apropria das experiências de
ensino do cotidiano, o qual analisa para futuramente explorá-la no meio em que
vive. Percebe-se que o professor, bem como a escola devem estar aptos a captarem a
melhor forma de ensinar. A Literatura de Cordel, como meio incentivador para o
ensino de química foi bastante interessante, a participação e envolvimento dos
alunos durante o projeto foi bastante satisfatório. Os cordéis produzidos foram
muito criativos e despertaram a curiosidade nos alunos visitantes, durante a
exposição na semana do folclore.
AGRADECIMENTOS: Á Deus Senhor e guia de toda a minha vida...
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ABAURRE, Maria Luiza M; PONTARA, Marcela, Literatura Brasileira: tempos leitores e leituras, volume único, São Paulo, editora moderna, 2005.
ABLC - Academia Brasileira de Cordel . Academia Brasileira de Cordel, Gonçalo Ferreira da Silva, Literatura Brasileira, Literatura popular, Duelo de Repentistas. www.ablc.com.br
BRITO, SOUZA & FREITAS. Formação inicial de professores de ciências e biologia: a visão da natureza do conhecimento científico e a relação CTSA. Revista Interacções. Número 09, pp. 129-148, 2008.
FARIAS, Robson Fernandes de. Para gostar de ler a história da química II. Editora Átomo, 2004.
LIRA, Joana. Cordel para iniciantes e iniciados. Mundo Jovem numero 335 abril 2003.
MOURA, Maria de Fátima Vitória; CAMPOS, Paulo Roberto Paiva; NEVES, Luiz Seixas. A química nossa de cada dia: uma abordagem em cordel. EDUFRN, Natal 2011.