53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: MAPAS CONCEITUAIS: UMA FERRAMENTA FACILITADORA NA FORMAÇÃO DE CONCEITOS E NA ORGANIZAÇÃO DE IDEIAS DOS ALUNOS DO 3° ANO DO ENSINO MÉDIO, SOBRE RADIOATIVIDADE.

AUTORES: Silva, A.J.F.S. (UFRPE) ; Rocha, R.C.C.L. (FAMASUL) ; Oliveira, A.C. (FAMASUL) ; Filho, J.R.F. (UFRPE) ; Fernandes, E.L. (FAMASUL) ; Tavares, L.L.P. (UNIVERSIDADE CATÓLICA) ; Regueira, J.L.L.F. (UFRPE)

RESUMO: Com a construção dos mapas conceituais pelos alunos, pode-se perceber como os estudantes organizam os diversos conceitos relacionados ao tema proposto. Percebe- se então que os mapeamentos conceituais são sugeridos como estratégia didática facilitadora de um ensino aprendizagem bastante significativo, logo com a aplicação dessa metodologia visa-se desenvolver uma ideia que facilite o processo de formação de conceitos e compreensão de conteúdos muitas vezes tão abstrato.

PALAVRAS CHAVES: Mapas Conceituais; Radioatividade; Ideias

INTRODUÇÃO: No decurso da história, os métodos de ensino e os processos de aprendizagem foram mudando rapidamente, acompanhando o processo de construção do conhecimento humano. Dentre esses métodos, encontram-se os mapas conceituais. Eles são uma forma de avaliar o tipo de estrutura que o aluno tem para um determinado conjunto de conceitos (MOREIRA, 2002), e também podem ser um rico instrumento de avaliação. Com eles, busca-se avaliar uma evolução, um enriquecimento na relação entre conceitos que o estudante constrói no processo de ensino-aprendizagem (AQUINO e de CHIARO, 2012). O conteúdo sobre radioatividade tem sido pouco explorado, e de um modo muito expositivo no qual os alunos só recebem uma grande quantidade de informações, e que na maioria das vezes não param para dar uma sequência lógica aos conceitos abordados. Por isso essa proposta didática se mostra como uma ferramenta didática muito pertinente, pois ficou evidenciado que os alunos podem sentir sua própria evolução ao final da vivência dessa metodologia.

MATERIAL E MÉTODOS: A metodologia da intervenção didática foi aplicada em uma turma de 6 alunos do 3° ano do ensino médio, no turno da tarde do Colégio Multivisão, localizado no bairro do Curado II em Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana do Recife- PE, e foi realizada em quatro momentos: No primeiro momento foi ministrada uma aula expositiva sobre mapas conceituais, mostrando os princípios básicos para elaboração de um mapa conceitual, além da leitura de alguns artigos científicos da área de ensino de química. No segundo momento, foi fornecido aos estudantes uma série de palavras aleatórias, sem nenhuma sequência lógica e conectividade em uma folha de papel ofício e em seguida foi solicitado que os mesmos construíssem um mapa conceitual. As palavras e representações químicas foram: 1ª Lei de Soddy, tempo de meia-vida, estrelas, partículas gama, emissões nucleares, bombas atômicas, transmutação nuclear, radioatividade, partículas α, partículas β, usinas nucleares, fissão nuclear, fusão nuclear, cinética das radiações, quebra de núcleos pesados, partículas leves, partículas pesadas, grande liberação de energia, união de núcleos atômicos, quebra de núcleos atômicos, cargas positivas, cargas negativas, usinas nucleares, radiação eletromagnética, alto poder de penetração, baixo pode de penetração, médio poder de penetração, 4α2, β-1 , 2ª lei de Soddy, liberação de energia, AXZ 4α2 + A-4 YZ-2, e mais algumas expressões que podem ser vistas na figura 1. No terceiro momento foi ministrada a aula expositiva em powerpoint sobre radioatividade e suas principais aplicações no mundo moderno. O quarto momento após a intervenção didática, foi solicitado aos alunos que construíssem um novo mapa conceitual, agora com o conhecimento do assunto.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A entrega da folha com palavras relacionadas à temática radioatividade, gerou um clima tenso entre os alunos, pois grande parte desses não conheciam muitas das palavras citadas na folha, outros já tinham uma ideia pejorativa e pré- concebida, divulgada pelos meios de comunicação que dizem que a energia nuclear só pode ser utilizada para a produção de bomba atômica, com isso houve um grande debate entre os alunos. Ficou claro que esse conflito mental foi extremamente importante para o desenvolvimento dessa metodologia, pois os alunos se encheram de curiosidade para relacionar de modo correto essas palavras que envolvem uma série de conhecimento. Com a entrega dessa folha com algumas palavras que fazem parte do assunto radioatividade, foi pedido para que os alunos construíssem um mapa conceitual relacionado aquelas palavras. Ficou claro pela observação dos mapas construídos nesse momento, que houve uma grande confusão com relação aos conceitos abordados no assunto radioatividade. Eles tinham pouco conhecimento sobre fissão e fusão nuclear, sobre o poder ionizante e de penetração das partículas, bem como dos benefícios e malefícios decorrentes da utilização dessa forma de energia. Pela análise desse mapa foi preparada uma aula específica na área de maior dificuldade dos alunos, pois esse mapa serviu para medir o conhecimento prévio dos mesmos. Após a intervenção didática sobre radioatividade foi pedido para que os alunos. De posse desse mapa, tivemos noção da evolução dos alunos com relação à temática abordada em sala, pois estes conseguiram relacionar bem, vários conceitos com relação as partículas liberadas por um decaimento radioativos, seus respectivos poder de penetração, massa e carga, bem como conseguiram entender os processos de fissão e de fusão nuclear.

CONCLUSÕES: Ficou claro que a metodologia proposta se mostrou eficiente e motivadora, pois os estudantes conseguiram após a realização da intervenção didática, relacionar corretamente os conceitos próprios do assunto e apresentar uma evolução conceitual do tema radioatividade construindo um mapa conceitual.

AGRADECIMENTOS: Meus agradecimentos aos estudantes do 3° ano do colégio multivisão: Emanuela Cristina,Vanessa Candida,Jennifer Azevedo,Thárcio Silvestre, Rafael Freitas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AQUINO, K. A. S.; DE CHAIRO, S.; Uso de Mapas Conceituais: Percepções Sobre a Construção de Conhecimento de Estudantes do Ensino Médio a Respeito do Tema Radioatividade, 52° Congresso Brasileiro de Química (2012).

AUSUBEL, P. D.; NOVAK, J. D.; HANESIAN, H.; Psicología Educativa: Un Punto de Vista Cognoscitivo. México: Trillas, (1997).

DA SILVA, L. G. M.; NÚÑEZ, B. I. ; Mapas Conceituais e a Aprendizagem de Conceitos, Ministério da Educação (2007).

FILHO, F. R. J.; Mapas Conceituais: Estratégia Pedagógica para Construção de Conceitos na Disciplina de Química Orgânica, Revista Ciência e Cognição (2007) Volume 12 p.86-95.

MACHADO, C. G.; NICOLINI, P. K. ; Química no Nível Médio; Encontro de Iniciação Cientifica e Amostra de Pós-Graduação FAVIUV. (2008).

MOREIRA, M. A. Mapas Conceituais no Ensino de Física. Texto de Apoio ao professor de Física. Porto Alegre. Instituto de Física UFRGS, n.3 44p, (1992).