Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Ambiental
TÍTULO: Tratamento de água proveniente do beneficiamento do café utilizando o processo de eletrofloculação com ênfase no descarte em esgoto avaliando o efeito do pH e da temperatura na concentração de alumínio.
AUTORES: Oliveira, T.L. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS) ; Lemos, A.C.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS) ; Rodrigues, M.C.M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS) ; Silva, J.P. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS)
RESUMO: O trabalho caracteriza a água residual de café com apresentação de
características físico-químicas e suas relações com impactos ambientais,
realizando estudo do pH e da temperatura,e,parâmetros para descarte em esgoto.
Foi criado um protótipo de vidro vedado com silicone,eletrodos de alumínio puro
instalados paralelos uns aos outros e,um potencial de célula passa por meio de
chapas de alumínio.Uma fonte de alimentação estabilizada controla a tensão e a
corrente.A partir das análises foi verificado eficiência no tratamento.A técnica
utilizada para tratamento da água de lavagem do café obteve resultados
satisfatórios, uma vez que se obteve resultados com valores de pH e temperatura
dentro dos parâmetros estabelecidos pelo CONAMA,conseguindo grande remoção da
quantidade do teor de alumínio.
PALAVRAS CHAVES: alumínio; eletrofloculação; tratamento
INTRODUÇÃO: As águas residuais do café são ricas em compostos orgânicos e inorgânicos e
poluentes que causam a degradação dos solos, dos cursos de água e a contaminação
do ar (CAMPOS, C. M. M;et al 2002). A utilização do tratamento físico-químico
tradicional tem por objetivo minimizar o impacto ambiental gerado por resíduos
líquidos, pela promoção de reações de coagulação-floculação, que convertem as
impurezas em flocos sólidos, formando duas fases distintas: um efluente líquido
tratado e um resíduo sólido, separados normalmente por sedimentação, flotação
e/ou filtração (GANI JR, A.;2003). Para tanto objetivou-se caracterizar a água
residual de café com apresentação de características físico-químicas e suas
relações com impactos ambientais além de realizar um estudo do comportamento do
pH e da temperatura em relação a concentração de alumínio e, parâmetros para
descarte em esgoto.
MATERIAL E MÉTODOS: Foi utilizado um protótipo para a implantação do experimento. O protótipo de
vidro foi de aproximadamente 8 litros de solução, vedado com silicone. Os
eletrodos foram de alumínio puro instalados paralelos uns aos outros e, um
potencial de célula de 12 volts foi lançado por meio de chapas de alumínio. Uma
fonte de alimentação estabilizada da marca Sissa 6/12 VCC5 controlou a tensão e
a corrente. Os parâmetros encontrados foram medidos no efluente fornecido por
uma fazenda, localizada na cidade de Bom Sucesso, Minas Gerais, em uma vala de
resíduo de café. Verificou-se o aumento de pH das alíquotas por meio do pHmetro
e a turbidez pelo turbidímetro portátil modelo HI 93703C, para se avaliar o teor
de alumínio das alíquotas durante o tratamento, foi utilizado o método
volumétrico por titulação com hidróxido de sódio. A temperatura do líquido
também foi analisada por meio de termômetro infravermelho modelo DT-530 (50 a
530°C).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O tratamento com eletrofloculação inicia com a oxidação do eletrodo de alumínio,
a reação ocorre no ânodo,a partir do potencial aplicado,e no cátodo,ocorre a
formação de partículas coloidais. Existe também a formação de microbolhas,tanto
no ânodo quanto no cátodo.A eletrofloculação tem a propriedade de aumentar o
valor do pH do efluente,após seu tratamento,como mostrado na Figura b caso o
efluente tenha características ácidas.Esse fato decorre do princípio de que a
técnica produz íons OH-.De acordo com o CONAMA,um efluente pode ser descartado
com pH entre 5e9.O aumento da temperatura Figura a, pode ser explicado pela
passagem de corrente nas placas durante o experimento, uma vez que se tem uma
corrente de 6.5A e uma tensão de 12V,isso dá uma dissipação de 78 Wh,fazendo a
água aquecer.O aumento exagerado da temperatura na última hora de tratamento
pode ser explicado pelo horário na qual foi coletada, 12:01 e também pelo
clima,uma vez que o sistema não estava isolado. De acordo com o CONAMA,os
efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados com
temperatura inferior a 40°C.De acordo com os valores encontrados,Tabela 1,foi
possível verificar que o tratamento foi eficiente em termos de remoção do
metal,sendo reduzido em 94,23%.Obeserva-se a redução da concentração de Al.Isso
pode ser explicado em termos do pH do efluente após seu tratamento(pH=6,21).Uma
parte do alumínio gerado e solúvel não participa das reações de coagulação e
tende a ficar em solução,principalmente na forma de Al(OH)4-.Na hidrólise do
Al3+,quando o pH ≤ 7,0 a formação dos complexos de hidróxidos de alumínio
insolúveis é favorecida. Para o tratamento proposto o pH foi abaixo de 7,o que
indica que a maior parte do alumínio da solução foi transferida para a espuma na
forma não solúvel.
Figura 1
Temperatura e pH
Tabela 1
Concentração de metal alumínio no efluente
CONCLUSÕES: A técnica utilizada para tratamento da água de lavagem do café obteve resultados
satisfatórios, uma vez que se obteve resultados com valores de pH e temperatura
dentro dos parâmetros estabelecidos pelo CONAMA, além de se conseguir remoção
grande quantidade do teor de alumínio. O processo representa uma grande
alternativa frente aos tratamentos de efluentes convencionais. Espera-se a partir
de agora obter melhores resultados aperfeiçoando este processo de tratamento.
AGRADECIMENTOS: CNPQ, FAPEMIG, Departamento de Ciências Exatas - UFLA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CAMPOS, C. M. M.; CARMO, A.C do; LUIZ, F. A. R. de. Impacto ambiental causado pela poluição hídrica proveniente do processamento úmido do café. Revista Cafeicultura, Patrocínio, v. 1, n. 4, 2002.
GANI JR, A. Eletrocoagulação no tratamento de efluentes. Tratamento de superfícies. São Paulo: ABTS, 2003. 20-24p.