Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Ambiental
TÍTULO: Avaliação da Estação de Tratamento de Efluente em uma Indústria de Saneantes em Várzea Grande-MT
AUTORES: Magalhães, G.C. (UFMT) ; Almeida, K.P. (UFMT) ; Matos, F.L.D. (UFMT)
RESUMO: A empresa estudada é uma indústria que fabrica produtos de limpezas e está
localizada no município de Várzea Grande-MT. Os efluentes da indústria provem das
águas de lavagens dos tanques e misturadores de produção, recipientes utilizados
na separação de matérias-primas e da lavagem do próprio piso da fábrica, onde
ocorrem derramamentos de produtos. A metodologia adotada é a análise da
caracterização do efluente gerado no empreendimento, bem como a eficiência do
sistema de tratamento de efluentes industriais, que consiste de tanque de
sedimentação, caixa de cloração, câmara de contato e filtro de areia. Os dados
foram fornecidos pela própria empresa estudada.
PALAVRAS CHAVES: Efluente industriais; tratamento de efluente; leis ambientais
INTRODUÇÃO: Através das leis ambientais, as indústrias começam a repensar suas ações e
gerenciar seus resíduos e efluentes. A empresa analisada é uma indústria de
produtos de limpeza e sanitização, situada no município de Várzea Grande-MT e
está enquadrada como de pequeno porte, atendendo ao mercado local. Toda a água
utilizada na indústria se restringe ao consumo do escritório, ao processo de
fabricação de saneantes, a limpeza e lavagem de bombonas e utensílios e é
fornecida por um poço tubular profundo, cuja vazão média total é de 20,0 m³/dia,
onde a partir do reservatório elevado metálico, a água segue para todos os
pontos de utilização. O efluente da indústria é composto por águas sanitárias
(efluente doméstico), águas pluviais e composição dos despejos (efluente
industrial). A Resolução CONAMA 357/2005 alterada pela Resolução pela 430/2011
dispõe que o efluente gerado na indústria só poderá ser lançado no corpo
receptor depois de passar por processo de adequação para obter condições e
padrões estabelecidos pela norma, bem como que se realize o monitoramento
contínuo deste efluente. Para as pequenas e médias empresas, a identificação e
implementação de medidas para redução de desperdícios de produtos e de matéria-
prima, economia de insumos e utilização racional de produtos químicos é
essencial para otimizar o processo industrial, reduzir a carga orgânica e o
volume dos efluentes a serem tratados. Diante disto esta pesquisa utilizou os
dados de controle de efluente que é realizado pela indústria a cada três meses,
para fins de monitoramento. Caracterizou-se o efluente gerado no empreendimento,
bem como a eficiência do sistema de tratamento de efluentes industriais, que
consiste de tanque de sedimentação, caixa de cloração, câmara de contato e
filtro de areia.
MATERIAL E MÉTODOS: A metodologia consiste na caracterização do efluente gerado em uma indústria de
saneante, por meio de análises físico-químicas. Utilizou-se os dados fornecidos
pela própria empresa nos anos de 2009 a 2013, onde são realizadas análises a
cada 3 meses em laboratório devidamente registrado e a metodologia adequada a
APHA (2005). No estudo realizado foram analisados os parâmetros físico-químicos
de potencial hidrogeniônico, turbidez, sólidos sedimentáveis, sólidos totais,
óleos e graxas, sulfeto, fenol, DBO e DQO, pois são parâmetros analíticos que
caracterizam e quantificam a carga poluidora de um efluente. Para tratamento dos
dados optou-se por fazer a média de cada parâmetro, na entrada do efluente
gerado, e na saída depois que passou pelo processo de tratamento de efluente
liquido proposto pela empresa, desta forma podemos constatar a eficiência da
estação de tratamento, bem como comparar com a legislação ambiental que
estabelece limites aceitáveis para lançamento de efluente industrial.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O ponto fundamental é relacionar a eficiência da estação de tratamento com a
legislação ambiental. Foram coletados os efluente na entrada e saída do sistema
de tratamento, nos anos de 2009 á 2013, a média dos resultados encontra-se na
figura 1. Observou-se que ao longo dos anos o efluente líquido da indústria
diminuiu, entretanto se comparado com a resolução alguns parâmetros não estão de
acordo. A análise de pH demonstrou que somente no ano de 2009 não atendeu a
norma, que propõe limites aceitáveis de pH entre 5 a 9. Óleos e Graxas não
atingiram os níveis adequados na legislação, ficando bem acima do permitido que
é até 20 mg/L. Em relação a análise de Sulfeto, podemos evidenciar que em nenhum
momento se atingiu o estabelecido pela legislação que é de 1,0 mg/L H2 S,
ficando as vezes muito acima deste valor e outras abaixo. Os parâmetros Fenol e
Sólidos Sedimentáveis ficaram abaixo da legislação que estabelece limite de 0,5
mg/L e 1,0 ml/L/h respectivamente. Conforme a resolução é necessária que haja a
remoção de 60% da DBO o que somente ocorreu no ano de 2013 com pouco mais de 60%
de remoção, enquanto em relação aos outros anos foi inferior ao percentual
necessário.Os parâmetros de DQO e Sólidos Totais não tem valores de referencia
na Resolução, entretanto podemos observar uma redução considerável destes
poluentes na saída do efluente da estação de tratamento. Observou-se que os
níveis dos parâmetros avaliados não foram satisfatórios, ou seja, o sistema de
tratamento não está sendo eficiente para atender a legislação ambiental.
Figura 1
Análise efluente de entrada e saída de pH, sólidos
sedimentaveis,sólidos totais e óleos e graxa
solúveis do ano de 2009 a 2013.
Figura 2
Resultado das análises de entrada e saída de
DBO,DQO,sulfetos e fenol do ano 2009 a 2013.
CONCLUSÕES: De acordo com os valores obtidos das médias anuais durante os anos de 2009 até
2013, pode-se constatar que o sistema de tratamento de efluentes não vem atendendo
ao que prega a resolução 357/05 complementada pela 430. Conclui-se que devido à
falta de eficiência em não atingir os padrões aceitáveis deve-se fazer as
manutenções necessárias para o melhor desempenho de cada unidade de tratamento.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Resolução nº 357 de 17 de março de 2005. Diário Oficial da União, 18 mar. 2005.
BRASIL. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução número 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA.Diário oficial ,16 de maio de 2011.