Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Ambiental
TÍTULO: COMPARAÇÃO DO POTENCIAL DE REMOÇÃO DE ÍONS CHUMBO E CÁDMIO POR MEIO DE BIOSSORÇÃO USANDO SERRAGEM DE MADEIRA TECA (Tectona granis) E CASCA DE PEQUI (Caryocar brasiliense Camb) TRATADA COM ÁCIDO CÍTRICO
AUTORES: Nascimento, J.M. (UEMA-CESI) ; Nascimento, J.M. (UEMA-CESI) ; Chaves, M.D. (UEMA-CESI) ; Leonel, G.P.S. (UEMA-CESI) ; Oliveira, J.D. (UEMA-CESI)
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo comparar a capacidade de biossorção dos metais
potencialmente tóxicos Cd2+ e Pb2+ utilizando biomassas de casca de Pequi e
serragem de madeira Teca inatura e modificada química mente. Os resultados mostram
que biossorção dos biossorventes apresentou boa capacidade de biossorção para os
metais em estudo sendo melhor para o íon Pb2+. Indicando que existe uma competição
entre AS espécies metálicas pelos sítios de troca
PALAVRAS CHAVES: Metais ; Biossorção; Biossorvente
INTRODUÇÃO: A crescente contaminação do meio ambiente é algo evidente com o avanço
industrial, acarretando com isso, a poluição dos rios e lençóis freáticos por
metais potencialmente tóxicos como o Cd2+ e Pb2+. Uma alternativa estudada para
a remoção destes metais em solução é a adsorção que pode ser realizada através
de um biossorvente como a serragem da madeira teca (Tectona granis) e o pequi
(Caryocar brasiliense Camb). A biossorção é o processo de adsorção que se refere
à ligação passiva de íons metálicos por biomassa viva ou morta. A vantagem do
processo de separação por biossorção, para o tratamento de resíduos líquidos
sobre os métodos convencionais está relacionada à fácil regeneração do
biossorvente que aumenta a economia do processo tornando possível a sua
reutilização em ciclos de sorção múltipla. A otimização do ciclo
sorção/dessorção resulta em efluente livre de metal e pequeno volume de alta
concentração de metal em soluções dessorvidas, facilitando uma recuperação do
metal por processos convencionais. Cabe ressaltar que, o biossorvente usado e
carregado com metais pode ser incinerado em temperaturas moderadas e depositado
em aterros reduzindo o volume de resíduos líquidos. Este trabalho tem como
objetivo comparar o potencial de biossorção dos metais potencialmente tóxicos
Cd2+ e Pb2+ utilizando biomassa de serragem da madeira Teca e casca de Pequi.
MATERIAL E MÉTODOS: As amostras de pequi foram adquiridas em feiras e mercados da cidade Imperatriz-
MA. As cascas foram submetidas à secagem ao sol, depois de secas foram levada à
estufa de circulação de ar por 24 horas a temperatura de 40ºC, após a secagem as
amostras foram triturada em liquidificador para obtenção do pó. Em seguida foram
peneiradas em peneira de (0,45 mm) e armazenadas em frasco de polietileno de cor
escura. O pó de serragem de Teca (Tectona grandis) foi fornecido pela
Nobleinvest Atividades Rurais LTDA localizada no município de São Miguel do
Tocantins. O material foi peneirado a fim de se obter granulometria homogênea em
peneiras de 0,45 mm. A preparação da serragem Teca e Casca de Pequi foi de
acordo com metodologia proposta por Rodrigues et al.(2006). Os experimentos para
estimar a capacidade de biossorção do material tratado e não tratado foram
realizados em duplicata, utilizando-se ensaios descontínuos sob agitação, mais
conhecidos como batelada (batch). Erlenmeyers contendo 0, 3 g do material e 20
mL de solução sintética mista (Cd2+ e Pb2+) a concentração de 25 mg L-1 em pH 5
foram mantidos sob agitação em uma mesa agitadora órbita e sob rotação de 20 rpm
à temperatura ambiente por 12 horas. Decorrido o tempo de contato as suspensões
foram filtradas com auxílio de uma bomba de vácuo em filtro de membrana 0,45 µm.
A capacidade de biossorção do adsorvente, Qe (mg do metal g-1 do biossorvente)
foi determinada com base na diferença de concentração dos íons metálicos de
biossorção, usando-se a equação (MENDHAM et al, 2002). As concentrações
residuais das espécies metálicas foram determinadas por espectrofotometria de
absorção atômica por chama (FAAS) (VARIAN-modelo Espectra AA240), com chama de
ar acetileno e com corretor de fundo com lâmpada de deutério.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na Tabela 1 estão representados os valores encontrados para a Capacidade de
biossorção das biomassas Serragem de madeira Teca e Casca de Pequi, modificados
e in natura. Segundo Rodrigues et al (2006) a introdução de grupos carboxilatos
na superfície da biomassa aumenta a capacidade adsortiva do material adsorvente.
No entanto, observa-se neste estudo para ambos biosorventes o tratamento com
ácido cítrico não influenciou significativamente na capacidade de biossorção.
Esse comportamento pode estar relacionado às condições físico-químicas (pH,
temperatura e tempo de contato) das soluções utilizadas neste experimento. Para
o sistema contendo as duas espécies metálicas, observou-se uma menor capacidade
dos biossorventes em bissorver cádmio na presença de chumbo, sugerindo que
existe uma competição entre os metais pelos grupos de adsorção.
Tabela 1. Capacidades de biossorção dos íons Cd2+ e Pb2+.
Equação da capacidade de biossorção
CONCLUSÕES: No estudo da capacidade de biossorção observou-se que para ambos biossorventes o
tratamento com ácido cítrico não influenciou a capacidade de biossorção. Esse
comportamento pode estar relacionado às condições físico-químicas (pH, temperatura
e tempo de contato) das soluções utilizadas neste experimento. Os resultados
observado par o sistema contendo essa duas espécies metálicas sugerem um estudo
para verificar a influência do Pb(II) sobre Cd(II) (sinergia)
AGRADECIMENTOS: CNPq, UEMA e FAPEMA.
Nobleinvest Atividades Rurais LTDA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:
MENDHAM, D.S.; O'CONNELL, A.M. & GROVE, T.S. Organic matter characteristics under native forest, long-term pasture, and recent conversion to eucalyptus plantations in Western Australia: Microbial biomass, soil respiration, and permanganate oxidation. Aust. Journal of Soil Science, 40:859-872, 2002.
RODRIGUES, R. F.; TREVENZOLI, R.L.; SANTOS, L. R. G.; LEÃO, V. A.; BOTARO, V. R.. Adsorção de metais pesados em serragem de madeira tratada com Ácido Cítrico. Engenharia Sanitária Ambiental. v.11, n. 1, p. 21-26, jan/mar 2006.