Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Ambiental
TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL DO CORRÊGO QUINEIRA EM CHAPADA DOS GUIMARÃES – MATO GROSSO/BRASIL
AUTORES: Luiza da Costa, R. (UFMT) ; Oliveira, A.F. (UFMT) ; Almeida, K.P. (UFMT) ; Lima, S.D. (UFMT) ; Cirilo, R.E.N. (UFMT) ; Dores, E.F.G.C. (UFMT) ; Moraes, E.B. (UFMT)
RESUMO: Chapada dos Guimarães possui uma hidrografia rica, porém durante eventos
turísticos, a cidade sofre com a escassez de água. O córrego Quineira, é
importante para o município, pois além de seu potencial turístico é uma das
fontes
de captação para o abastecimento público da cidade. Assim, é de extrema
importância o monitoramento da qualidade da água neste córrego. Foram analisados
os parâmetros físico-químicos do córrego para determinar sua qualidade. A
qualidade ambiental foi alterada gradativamente ao longo do seu curso,
possivelmente pelas alterações antrópicas embora as propriedades da água nos
pontos próximos do exutório tenham se mantido dentro dos limites preconizados
pela
Resolução CONAMA nº 357/2005.
PALAVRAS CHAVES: Qualidade ambiental ; córrego Quineira; Recursos hídricos
INTRODUÇÃO: De acordo com CONDINI (2001), os recursos hídricos são utilizados para múltiplos
fins, tais como abastecimento doméstico, abastecimento industrial, irrigação,
recreação e lazer, geração de energia elétrica, transporte e navegação, diluição
de despejos. Nesse bojo, uma mesma fonte de água ou manancial pode ser destinada
a um ou mais usos. Essa multiplicidade de usos pode gerar conflitos e estes
ocorrem quando um determinado uso inviabiliza ou dificulta outras possibilidades
de utilização de água.
No Brasil, a complexidade do manejo de bacias hidrográficas é reconhecida por
Lei Federal (n° 9.433 de 8/1/1997), em que o próprio Estado reconhece a
necessidade de participação da sociedade, inclusive na avaliação das
diversidades físicas, demográficas, econômicas, sociais, culturais e bióticas
(BARACUHY, 2001).
Esta pesquisa tem como objetivo avaliar a qualidade da água da microbacia do
Córrego Quineira - Chapada dos Guimarães - Mato Grosso no período de estiagem.
MATERIAL E MÉTODOS: O município de Chapada dos Guimarães está localizado no estado de Mato Grosso,
na região Centro Oeste do Brasil logo o Parque municipal da Quineira: i) unidade
de conservação urbana (15°27'58"S, 55°44'46"W, 760 m alt.), criada para proteger
as nascentes do córrego prainha, onde é captada água para abastecimento da
cidade possui 26 ha de mata de galeria, que apresenta dossel máximo de 20 metros
de altura (OLIVEIRA, 2004).
Visando realizar um levantamento preliminar da qualidade de suas águas, foram
coletadas amostras de água no mês de junho (período de estiagem) em 6 pontos ao
longo do córrego sendo os dois primeiros em área de nascente, o terceiro ponto
na captação de água de abastecimento, o quarto na piscina pública localizada na
área urbana, o quinto ponto a jusante da piscina nos fundos de uma residência e
o sexto ponto próximo ao exutório. A coleta foi feita de acordo com o manual da
CETESB (2011) para análise das seguintes variáveis: pH, condutividade, cor,
demanda bioquímica de oxigênio, fósforo total, oxigênio dissolvido e turbidez, e
dureza.
As amostras foram armazenadas em um isopor com gelo para conservação e
transporte sendo encaminhadas para o Laboratório de Físico Química do
Departamento de Engenharia Sanitária- UFMT. Os procedimentos utilizados para as
análises físico-químicas vão de acordo com o APHA - AMERICAN PUPLIC HEALTH
ASSOCIATION, 22ª edição 2012.
Executou-se uma comparação dos resultados obtidos no período de estiagem em
todos os pontos amostrais com a Resolução CONAMA 357/2005 que dispõe sobre a
classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento e, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de
efluentes, e dá outras providências considerando esse córrego com um rio classe
II.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados obtidos para os parâmetros físico-químicos estão representados na
Tabela 1 e estão mostrados juntamente com os valores estabelecidos para alguns
parâmetros pela resolução 357/05 do CONAMA:
Devido à proximidade dos pontos amostrais com o perímetro urbano, a qualidade
ambiental foi alterada gradativamente. Dentre os resultados, merecem atenção a
cor que está associada ao grau de redução de intensidade que a luz sofre ao
atravessá-la, devido à presença de sólidos dissolvidos, principalmente materiais
em estado coloidal orgânico e inorgânico. (SEMA, 2011), influenciando dessa
forma a produção primária fito planctônica, que precisa de luz solar para
acontecer. Essa propriedade apresentou valores mais elevados nos ponto 2 e ponto
4, onde também a turbidez foi mais elevada.
Outro resultado que chama a atenção é a dureza, dada pela concentração total de
cálcio e de magnésio, expressa na forma de carbonato de cálcio, embora também
causem dureza os bicarbonatos, cloretos, sulfatos, nitratos e silicatos. A água
de dureza elevada consome muito sabão na limpeza em geral, além de deixar
resíduos insolúveis causar corrosão e incrustação em instalações e canalizações.
(SEMA, 2004). Observou-se que até o ponto 4 a dureza foi não detectada, com
valores significativos nos pontos P5 e P6, que podem ser consequência de
influência urbana.
Embora as propriedades analisadas da água coletada nos pontos P5 e P6 tenham se
mantidos dentro dos limites preconizados pela Resolução CONAMA nº 357/2005 para
rios de classe 2 houve aumento de sais, compostos húmicos e substâncias
coloidais. Isto indica que esse córrego deve ser monitorado, pois essas
alterações podem ter sido caracterizadas pelo efeito da ação antrópica e podem
se agravar ao longo do tempo.
Tabela 1 – Variáveis de qualidade de água na Microbacia Quineira
CONCLUSÕES: O córrego Quineira é um corpo hídrico visualmente com alto índice de degradação
ambiental. Observou-se uma redução da qualidade da água ao longo do seu percurso
apesar de nenhuma das propriedades analisados ter se mostrado fora dos limites
estabelecidos pela legislação brasileira. Entretanto, devido à interferência
urbana nessa microbacia, há necessidade de mantê-la sob monitoramento de modo a
identificar como as atividades humanas estão influenciando a qualidade de suas
águas.
AGRADECIMENTOS: UFMT- Universidade Federal de Mato Grosso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: APHA - AMERICAN PUPLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater: 22nd Edition. 2012.
BARACUHY, J.G.V. Manejo integrado de microbacias no semi-árido nordestino: estudo de um caso. Campina Grande: UFPB, 2001. 221p. Tese Doutorado.
CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Coleta e Preservação de Amostras de Água. São Paulo, 1988.
CONAMA. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução 357 de 17 de Março de 2005. Dispões sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Disponível em:< http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf./>. Acessado em 16 abr. 2012.
CONDINI, P. Subsídios para educação ambiental na bacia hidrográfica do Guarapiranga. São Paulo: Secretaria de Estado do Meio Ambiente/Coordenadoria de Educação Ambiental, 2001. 31 p.
OLIVEIRA, F.F. Riqueza e abundância de aves do Parque Municipal da Quineira, Chapada dos Guimarães – Mato Grosso. (Monografia de conclusão de curso). Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, Brasil. 2004.
SEMA-MT- Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Projeto: Monitoramento da Qualidade da Água da Lagoa Paiaguás. Cuiabá, 2004.
SEMA. Relatório de monitoramento da qualidade da água da região hidrográfica do Paraguai. 2007-2009. Cuiabá. Secretária Estadual de Meio Ambiente. 2011.