Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Ambiental
TÍTULO: Análise físico-química da biorremediação em caixa de gordura.
AUTORES: Hecht Ortiz, B. (IFRJ) ; Costa da Rocha, L. (IFRJ) ; Leal Bernardo, L.F. (IFRJ) ; Pinheiro dos Santos, T.J. (IFRJ) ; Ramos Junior, W. (IFRJ) ; Maia Fernandes, V. (IFRJ) ; Silva Martins, D. (IFRJ) ; Ribeiro Bobeda, C.R. (IFRJ)
RESUMO: Os resíduos em caixas de gordura (CG) são de difícil tratamento. O produto Biorooter é um aglomerado de bactérias, que usa a matéria orgânica da CG. Nosso objetivo foi avaliar a biorremediação feita pela prefeitura de Nilópolis analisando parâmetros físico-químicos e produção de CO2 na degradação. Coletou-se 3 CGs residenciais para comparar as metodologias (Biorooter, prefeitura e branco). A análise de óleos e graxas (O&G) demonstrou a maior diminuição na CG do método da prefeitura com degradação de 97,76%, seguido do branco com 94,48% e do biorooter com 29,29%. A maior taxa respiratória foi o método da prefeitura, seguido do branco e do biorooter. Na análise de O&G observa-se melhores resultados na prefeitura e branco. Conclui-se que o método da prefeitura é melhor que o do biorooter.
PALAVRAS CHAVES: Caixa de gordura; Biorooter; Óleos e graxas
INTRODUÇÃO: Caixas de gordura residenciais e comerciais são, em geral, ricas em resíduos alimentícios, provenientes das pias das casas ou de estabelecimentos comerciais. Esses resíduos são, em geral, ricos em lipídeos (principalmente Triacilgliceróis), compostos orgânicos, restos de alimentos, produtos de limpeza para lavagem de utensílios de cozinha e entre outros compostos.
O acúmulo de gordura nas caixas começa a formar placas que além de entupirem o encanamento são de difícil tratamento, que prejudicam o sistema de tratamento existentes e quando despejados em ambientes aquáticos naturais causam grande impacto sócio-ambiental nesses locais.
Atualmente já existem alguns tratamentos químicos, que são aplicados na própria caixa de gordura, em que se utiliza soda cáustica (hidróxido de sódio comercial) para remover a gordura das caixas, porém esse tipo de tratamento só resolve o problema de entupimento e a dificuldade de tratamento, porém o impacto ainda continua sendo gerado. Assim, formas alternativas de tratamento são cada vez mais utilizadas. Uma das formas de tratamento que se utiliza é a biorremediação, que consiste no uso de agentes biológicos com a finalidade de tratar (remediar) os problemas ambientais, transformando os poluentes em produtos estabilizados (MENDES, 2005). Os agentes biológicos mais utilizados são os microrganismos, que utilizam os resíduos em suas vias metabólicas, gerando energia para os mesmos e os subprodutos são geralmente gás carbônico ou substâncias menores mais inofensivas ao meio ambiente. O objetivo do projeto é testar e avaliar, através de parâmetros físico-químicos e microbiológicos, a eficiência do serviço de biorremediação realizado pela prefeitura de Nilópolis na limpeza de caixas de gordura comerciais e residenciais do município.
MATERIAL E MÉTODOS: A metodologia do projeto foi dividida em duas partes. A primeira consistia de aplicar os tratamentos, segundo o fabricante do BIOROOTER (6 colheres de sopa do produto na primeira aplicação e uma durante seis semanas após a primeira aplicação), segundo o método utilizado pela prefeitura (duas colheres de sopa do produto, uma colher de açúcar mascavo em 25 litros de água, deixar descansar por duas horas e aplicar na caixa a solução) e uma caixa denominada de branco somente com uma remoção mecânica utilizando água. As caixas foram coletadas no antes, uma semana, um mês e dois meses, os quais foram analisados com parâmetros químicos de: óleos e graxas (extração por soxhlet), Demanda química de oxigênio (DQO - Titulometria), Fosfato (espectofotometria UV-Visível), sólidos sedimentáveis (cone de inhoff), turbidez, pH e temperatura. Além disso foi realizado um ensaio in-vitro, coletando de uma outra caixa de gordura submetendo-se ao um ensaio respirométrico e um ensaio de óleos e graxas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Com a análise de óleos e graxas observou-se que houve uma maior diminuição no percentual desse parâmetro na caixa de gordura onde foi aplicado o método realizado pela prefeitura que obteve taxa de degradação de 97,76% em um mês, seguido pelo branco com 94,48% de redução, por fim, o método do biorooter com redução de 29,29%. Após os dois meses de ensaio observou-se que tanto o método da prefeitura como o branco reduziram a quantidade de óleos e graxas até um mês de tratamento, enquanto o método do biorooter só teve a diminuição em uma semana de tratamento. No ensaio in vitro o que teve maior taxa respiratória foi o método da prefeitura, em seguida o branco e por último o biorooter, e na análise de óleos e graxas observa-se que o biorooter tinha a maior concentração de óleo e o da prefeitura e o branco ficaram com valores muito próximos, porém ao contrário do respirométrico o da prefeitura tinha mais óleo do que o branco.
CONCLUSÕES: Observou-se que o método aplicado pela prefeitura foi o mais eficiente de todos, o que pode ser explicado pela adição de açúcar mascavo durante a aplicação das bactérias do biorooter nas caixas de gordura residenciais, que funciona como um bioestimulante. Conclui-se ainda que o Controle apresentou maior eficiência do que o Método Biorooter, o que talvez tenha ocorrido devido o fato das bactérias presentes no produto serem inibidas pela microbiota natural das caixas de gordura, ou pela remoção mecânica da gordura ao contrário do biorooter.
AGRADECIMENTOS: Ao IFRJ pelo apoio financeiro e a Prefeitura de Nilópolis.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: [1] MENDES, A. A.; CASTRO, H. F.; PEREIRA, E. B.; FURIGO JUNIOR, A. Aplicação de lípases no tratamento de águas residuárias com elevados teores de lipídeos. Scielo, V.28, n.2, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/qn/v28n2/23653.pdf>. Acesso em: 28 mai. 2012.
[2] RESOLUÇÃO No 430, DE 13 DE MAIO DE 2011- Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução no 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA.
[3] Gaylarde, C. C.; Bellinaso, Ma.; Manfio, G. P. Aspéctos biológicos e técnicos da biorremediação de xenobióticos. Disponível em: <http://www.biotecnologia.com.br/revista/bio34/biorremediacao_34.pdf>. Acesso em: 29 de Maio 2012
[4] APHA, AWWA; Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 20st, Centennial Edition, Washington, 1998.