Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Ambiental
TÍTULO: ENSINO DE POLÍMEROS NATURAIS E PLÁSTICOS BIODEGRADÁVEIS UTILIZANDO AMIDO.
AUTORES: Lima, I.C.B. (IFAL) ; Lima, A.M.N.O. (IFAL) ; Santos, A.A.S. (IFAL) ; Silva, V.T.N. (IFAL)
RESUMO: O projeto buscou a produção de um polímero biodegradável a partir do amido, junto
a alunos do 3º ano de uma escola estadual de Maceió, suprindo ambas as
necessidades de educação e conscientização destes a respeito de polímeros e
conservação do meio ambiente. Para isso, foram efetuadas extrações de amido da
batata seguidas de tratamentos químicos obtendo plásticos biodegradáveis, também
sendo utilizado o amido de milho disponível em estabelecimentos comerciais, que se
provou efetivamente mais viável.
PALAVRAS CHAVES: polímeros; plásticos biodegradáveis; meio ambiente
INTRODUÇÃO: Pode-se citar os sacos plásticos como uma revolução do mundo consumista devido
às vantagens adquiridas como leveza, facilidade de transporte, fácil de
aquisição (geralmente grátis em lojas) e sua elasticidade. Foi a partir da
industrialização durante a Segunda Guerra Mundial que surgiu o grande consumo de
descartáveis (AGUIAR et al., 2011) e, a partir daí, “lixões” e aterros, visto
que o descarte desses produtos não elimina o excedente, e levando em conta que
as sacolas plásticas levam tempo superior a 100 anos para se decompor (ALVES et
al., 2012), somado aos danos ambientais a elas relacionados, tem-se um problema
a nível global.
Devido aos problemas ambientais causados pelo descarte, entretanto, busca-se a
criação de sacolas a partir da substituição dos plásticos de petróleo por outro
que possa agredir menos o meio ambiente. Uma matéria promissora para a
substituição do plástico foi observada em polímeros naturais, ou seja, aqueles
formados durante o crescimento de seres vivos (MARTINS, 2011), embora não
possuam a mesma resistência mecânica ou térmica, segundo CORDOBELLO (2002, apud
MARTINS, 2011). Um deles, útil na culinária, o amido, apresenta um grande
potencial plastificável. Com isso, o trabalho foi desenvolvido para promover o
plástico biodegradável, para incentivar a sociedade a pensar sobre a
problemática da sustentabilidade. O polímero biodegradável do amido é uma
alternativa para que a produção de sacola biodegradável ganhe força por se
tratar de uma substância que se degrada no meio ambiente pois os microrganismos
se alimentam do amido em cerca de semanas. Amido é convertido em plásticos ao
reagir com água, glicerina e ácido acético sob aquecimento, restando a
preocupação que o plástico seja esteticamente agradável e utilizável e
degradável.
MATERIAL E MÉTODOS: A partir de duas batatas inglesas (Solanum tuberosum L.), o amido foi obtido por
trituração em liquidificador comum, acompanhado de 300mL de água. A mistura
obtida foi deixada em repouso para que o amido ficasse depositado no fundo do
sistema, devido à sua maior densidade. Passados dez minutos, retirou-se o
excesso de componentes da mistura e filtrou-se o restante, individualizando o
amido na superfície do papel filtro. Então se pôde aguardar que os grânulos
obtidos secassem razoavelmente sob temperatura ambiente. Seguiu-se transferindo
o amido obtido para uma panela pequena, adicionando 10mL de vinagre comercial de
álcool, e 10mL de glicerina líquida pura, junto a cerca de 200mL de água,
obtendo a mistura base para a produção do plástico. A mistura foi colocada para
ferver sob aquecimento superior a 373,15K, sob agitação constante, até que o
aspecto mudasse completamente, tornando-se pastoso e translúcido. Em algumas das
repetições utilizaram-se corantes como anilina, o que é opcional. Ao término do
aquecimento, transferiu-se o plástico para uma forma, onde pudesse secar em
temperatura ambiente, durante cerca de dois dias. Para o amido de milho (Zea
mays L.), amplamente comercializado para fins alimentícios, dispensou-se a etapa
de extração uma vez que ele é vendido já sob a forma de pó branco e seco,
aplicando apenas os demais procedimentos. Uma vez obtidos os plásticos, uma
turma de alunos foi selecionada e os procedimentos foram repassados após etapas
de explicações teóricas e conscientizações sobre a problemática apresentada. A
efetividade na metodologia foi realizada como projeto de extensão do IFAL –
Instituto Federal de Alagoas, Campus Maceió, junto aos alunos do 3º ano da
Escola Estadual Moreira e Silva, situada em Maceió.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A quantidade de vagas ofertadas para participação no projeto era de vinte alunos,
entretanto apenas metade delas foi imediatamente preenchida, o que mostra a pouca
preocupação que a temática ambiental tem provocado nos jovens. Ainda assim, os
polímeros plásticos biodegradáveis foram efetivamente sintetizados e a etapa de
conscientização foi cumprida com os participantes do projeto, despertando, desta
forma, novos pensadores em busca de ideias inovadoras, o que pôde ser percebido
pelas discussões pertinentes ao tema surgidas no decorrer do projeto. Os
polímeros obtidos apresentam vários tamanhos, de acordo com o molde e várias cores
devido à presença da anilina ou outro corante.
Figura 1
Mistura base para o plástico biodegradável sendo
aquecida em fogão doméstico
Figura 2
Plástico biodegradável de amido, após dois dias
secando depois de sintetizado.
CONCLUSÕES: A produção de ações sustentáveis assim gera o despertar para inovar e a partir
dessas práticas é possível trazer a população ao debate sobre a problemática busca
da sustentabilidade. Notou-se que, cada vez mais, os ramos e inovações
sustentáveis associados aos avanços tecnológicos de certa maneira tem importância
dentre os aspectos sociais e ambientais, melhorando desta forma a qualidade de
vida. O uso de plásticos naturais foi bem sucedido por conciliar isso tudo à
conteúdos úteis para os estudantes envolvidos, caracterizando múltiplos benefícios
para a comunidade.
AGRADECIMENTOS: Aos alunos da Escola Estadual Moreira e Silva, que tiveram iniciativa e interesse
em fazer parte do projeto, e à Pro Reitoria de Extensão (PROEX) do IFAL.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1. AGUIAR, C. J.; DELATORRE, A. B.; PÓVOA NETO, H. H.; RANGEL, S. A.; RODRIGUES, P. M.; SOBRINHA, M. A. C. 2011. Sacolas plásticas: Consumo inconsciente. Persp. Online, biol. & saúde, Campos dos Goytacazes. v.3. n.1. p.50-70.
2. ALVES, I. J. B. R; BATISTA, T. S. A.; LACERDA, C. S.; OLIVEIRA, L. L.; OLIVEIRA, S. A.; SANTOS, E. D. 2012. Impactos ambientais causados pelas sacolas plásticas: O caso Campina Grande – PB. ISSN. 1983-4209. v.07. n.01. p.88-104.
3. MARTINS, F. H. S. 2011. O futuro biodegradável. Faculdade Tecnológica de Sorocaba – FATEC – SO. p.12.