Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Ambiental
TÍTULO: ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE POTABILIDADE DA ÁGUA DE POÇOS DA REGIÃO DA LAGOA DOS ÍNDIOS (MACAPÁ - AMAPÁ)
AUTORES: Rodrigues, A. (UEAP) ; Costa, J. (UEAP) ; Peransoni, A. (UNIVATES) ; Oliveira, A. (UNIVATES) ; Ramos, R. (UNIFAP) ; Santos, C. (UNIFAP)
RESUMO: Este estudo teve como finalidade realizar uma avaliação da qualidade da água
proveniente de poços artesianos e amazonas de moradores residentes na localidade
do entorno da Lagoa dos Índios (Macapá-Ap), através de análises físico-químicas
das amostras dos poços, haja vista que, estas águas são consumidas pela
população região sem nenhum tipo de preocupação em relação a tratamentos, bem
como compará-las com as normas de potabilidade segundo a Portaria nº 518 de 25
de março de 2004 do Ministério da Saúde e padrões estabelecidos pela
Resolução nº 20 de 18 de junho de 1986 do Conselho Nacional de Meio Ambiente
(CONAMA). Os resultados indicam que os poços P4 e P5 encontram-se foram dos
padrões de potabilidade para o consumo humano, de acordo com as legislações
vigentes.
PALAVRAS CHAVES: ÁGUA DE POÇO; LAGOA DOS ÍNDIOS; POTABILIDADE
INTRODUÇÃO: No entorno da Lagoa dos Índios, muitos moradores são abastecidos com água de
poços artesianos, esse ambiente de ressaca tem sofrido consideráveis impactos
ambientais em função da ocupação humana desordenada. Concessionárias
automobilísticas, faculdades, conjuntos habitacionais e loteamento de classe
média lançam produtos industriais e esgotos sem nenhum tipo de tratamento na
região (NERI,2004). As fontes de poluição da água resultam de várias origens as
quais se destacam efluentes domésticos, escoamento superficial urbano e
saneamento ambiental incipiente (TAKIAMA; SILVA, 2004).
Para tanto, esse estudo objetiva avaliar a de contaminação da água consumida
pelos moradores dessa localidade, que é proveniente do lençol freático,
interligado à ressaca da Lagoa dos Índios, localizada no município de Macapá-Ap.
MATERIAL E MÉTODOS: As amostras de água foram coletadas em cinco poços localizados no entorno da
Lagoa dos Índios, zona urbana da Macapá-Ap, em recipientes adequado, codificado
e refrigerado para análise no Laboratório da Universidade do Estado do Amapá-
UEAP, obedecendo aos critérios técnicos, em um total de 03 coletas durante o
segundo trimestre de 2013 (BRASIL, 1986).
A Demanda Bioquímica de Oxigênio foi realizada de acordo com o método de
Winkler, as análises imediatas (temperatura, pH e Oxigênio Dissolvido) foram
realizadas com a utilização de sonda multiparâmetro modelo 556MPS marca YSI e
pHmetro modelo ORION 3 STAR pH portable, marca THERMO. As análises relativas a
dureza total, cor, sólidos dissolvidos foram realizadas em espectrofotômetro
marca HACH, modelo DR2800, e a turbidez com o auxílio do turbidímetro portátil
marca Hach, modelo 2100P, previamente calibrados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados foram comparados tendo por base os padrões de potabilidade
estabelecidos pela Portaria nº 518 de 25 de março de 2004 do Ministério da Saúde
e pela Resolução nº 20 de 18 de junho de 1986 do Conselho Nacional de Meio
Ambiente.
Quanto à natureza dos poços P1, P3 e P5 são de procedência artesiana, enquanto
que P2 e P4 são de naturezas amazonas.Os poços P2, P4 e P5 estão abaixo dos
padrões de potabilidade exigido pela CONAMA por apresentaram pH abaixo dos
níveis mínimos toleráveis, esse resultado se respalda quando comparado os
índices da Demanda Bioquímica de Oxigênio originado pela decomposição da
matéria orgânica que origina os ácidos fúlvicos e húmicos contribuindo para essa
diminuição.
O P1 apresentou um elevador índice de turbidez acima do estabelecido legalmente,
esse material em suspensão na água, pode se fixar aos patógenos existentes,
protegendo-os e até dificultando a ação do cloro (SILVA; ARAÚJO, 2003).
Além dos parâmetros que estão fora do recomendável pelos órgãos responsáveis, é
interessante observar que a acidez (a acidez elevada comprova o pH baixo da
água), alcalinidade (a baixa alcalinidade comprova a elevada acidez), os valores
elevados de condutividade, evidenciam a presença de ambientes altamente
lixiviado, possivelmente causados pela alta pluviosidade e temperaturas da
região amazônica, a demanda bioquímica de oxigênio, que indica a influência
antropogênica, obteve baixos valores de oxigênio consumido nos poços P4 e P5
mostrando a pouca presença de matéria orgânica, já no poço P1 o valor da demanda
bioquímica de oxigênio indica a possível influência de micro-organismos.
Fig. 01: Média e desvio padrão dos parâmetros físico-químicos.
Fonte: Os autores.
CONCLUSÕES: Os poços P4 E P5 encontram-se fora dos padrões de potabilidade para o consumo
humano, de acordo com os padrões oficiais, indicando que a antropização tem
provocado danos na área de ressaca Lagoa dos Índios. Esses impactos ambientais
afetam a saúde, o bem estar da dos moradores das comunidades tradicionais e a
qualidade do meio ambiente.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional do Meio Ambiente, CONAMA. 1986. Resolução CONAMA N° 20, de Junho de 1986. Disponível em http://mma.gov.br. Acesso em 13/04/2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. 2004. Portaria Nº 518, de 25 de Março de 2004. http://dtr2001.saúde.gov.Br/svs/amb/pdfs/portaria_518.pdf. Acesso em 24/02/2013.
NERI, S. H. A. 2004. A utilização das ferramentas de geoprocessamento para identificação de comunidades expostas a hepatite A nas áreas de ressacas dos municípios de Macapá e Santana/AP. 2004. 189 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
SILVA, R. C.; ARAÚJO, T. M. 2003. Groundwater quality in urban áreas of Feira de Santana, state of Bahia. Ciência e Saúde Coletiva. 8 (4): 1028.
TAKYIAMA, L. R.; SILVA, A. Q. 2004. Diagnóstico de Ressacas do Estado do Amapá: Bacias do Igarapé da Fortaleza e Rio Curiaú. Macapá: GEA/SETEC/IEPA. 122p.