Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Ambiental
TÍTULO: Características físico-químicas dos esgotos e das águas do Riacho Cavouco no percurso dentro do CAMPUS DA UFPE
AUTORES: Costa, R. (UFPE) ; Calado, S. (UFPE/ABQ) ; Siqueira, G. (UFPE/ABQ) ; Martins, G. (UFPE) ; Ribeiro, A.M. (UFPE) ; Minervino, H. (UFPE) ; Pavão, D. (UFPE)
RESUMO: Avaliou-se as características físico-químicas dos esgotos e das águas
do Riacho do Cavouco (RC) no percurso dentro do Campus da UFPE visando mostrar a
influência do lançamento de efluentes na qualidade dessas águas em pontos pré-
determinados. Os parâmetros analisados foram pH, Sólidos Totais (ST), Oxigênio
Dissolvido (OD), Demanda Química de Oxigênio (DQO) e Demanda Biológica de Oxigênio
(DBO) em 8(oito) pontos de coletas. Os resultados foram: pH entre 4 e 9, DQO entre
15,5 e 1260,5 mgO2/L, DBO entre 1,2 e 237,1 mgO2/L, OD entre 0 e 3,8 mgO2/L e ST
entre 204 e 2360 mg/L. Diante dos resultados obtidos pode-se concluir que os
parâmetros OD e ST não estiveram de acordo com o estabelecido pela Resolução
nº430/11 e nº 357/11 em todos os pontos e para DBO somente em alguns.
PALAVRAS CHAVES: Riacho do Cavouco; águas superficiais; qualidade de águas
INTRODUÇÃO: O descarte em rios e riachos dos efluentes gerados com ou sem tratamento é uma
preocupação da população em geral, e em particular de autoridades, devido à
limitação do acesso à água potável. Além disso, no meio aquático há grande
variedade de seres vivos que são afetados por este tipo de poluição. O RC é um
afluente do rio Capibaribe, possui extensão de 6Km, largura que varia entre 2 a
15m e percorre o Campus da UFPE, onde há mais de 35 mil transeuntes (UFPE, 2012)
e onde foram analisados vários pontos de lançamento dos efluentes.Por esta
razão, é necessário avaliar as implicações da presença de certas substâncias
químicas no meio ambiente, principalmente nos mananciais de água que recebem
esgotos tratados ou in natura, drenagem de águas pluviais e efluentes
laboratoriais (ABES,2009). O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade das
águas do RC através da coletas em 8(oito) pontos definidos provenientes:
Hospital das Clínicas (HC), Centro de Tecnologia e Geociências (CTG), Centro de
Pesquisas Aggeu Magalhães (AGGEU) e Departamento de Antibióticos (CCB). As
amostras coletadas foram analisadas através de parâmetros físico-químicos para
verificar se atendia às especificações determinadas pela RDCnº430/11-CONAMA. Ao
realizar análises nas águas doRC consideramos o fato de que este recebe
contribuição de efluentes domésticos, químicos e hospitalares (Calado et al.,
2002). A importância foi qualificar e quantificar as águas de um dos afluentes
do Rio Capibaribe (Riacho do Cavouco) para avaliar os possíveis danos ambientais
provenientes da poluição.
MATERIAL E MÉTODOS: As amostras foram coletadas em 8(oito) pontos de lançamento de efluentes e nas
águas do RC após receberem estes descartes. Os pontos de coletas foram
denominados cano e canal nos seguintes locais: Hospital das Clínicas (HC),
Centro de Tecnologia e Geociências (CTG), Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães
(AGGEU) e Departamento de Antibióticos (CCB). As amostras coletadas em garrafões
plásticos de 10L foram remetidas imediatamente ao laboratório para análises.
Para a análise do pH foi utilizado o pHmetro da marca Digimed e modelo DM-20
pelo método 2510 (B). A DQO foi determinada utilizando um termoreator da marca
Merck e modelo TR420 Spectroquant, um espectrofotômetro da marca MERCK e modelo
NOVA 60 Spectroquant e o método utilizado foi o 5220 (D). Para a análise da DBO
utilizou-se uma estufa incubadora da marca QUIMIS, modelo Q315M26 e método 5210
(B). Em relação aos Sólidos Totais utilizou-se uma estufa FANEM, modelo 315SE,
banho Maria QUIMIS, modelo Q334-28 e uma balança analítica da marca AND, HR-120
pelo método 2540 (B). Para o Oxigênio Dissolvido utilizou-se o método
titulométrico, 4500-O (C).A metodologia utilizada está disponível em EATON et
al, 2005.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O pH variou de 6 a 9,estando de acordo com a RDCnº430/11-CONAMA,com exceção dos
dados do ano de 2008 no ponto do Cano-HC,cujo valor foi de +4.Em 2012 ocorreu uma
melhoria na qualidade dos efluentes lançados por apresentarem pH próximo à 7,
sendo os pontos AGGEU e CCB os que contribuíram para diminuição do pH das águas
do RC,enquanto que os pontos do HC e CTG não apresentaram influência.Em 2008/11
para os ST,observou-se que nos canos do CTG e AGGEU houve um aumento de75% e
80%, respectivamente.No cano do HC ocorreu uma redução de 68%.Já em 2012 os
pontos obtiveram valores próximos,com exceção do CTG-Cano(1595,6mg/L)que requer
especial atenção,visto que um alto teor de ST(superior a 1000mg/L)torna o
efluente possivelmente corrosivo prejudicando as tubulações do trajeto do
fluido(UFCG,2013).Quanto ao OD,em alguns pontos,obteve-se valor de 0,0 afetando
consideravelmente a vida marinha. E comparando-se nos anos de 2008/11 e
2011/12,observou-se que a maior variação ocorreu para o Canal-CTG(98%, em ambos
os casos).De 2008 para 2011 foi apresentado um aumento e em 2012 o resultado
obtido foi igual ao de 2008.A maior DQO obtida foi do Cano-CTG
(1.260,50mgO2/L),sendo este o que obteve a maior variação em 2011/12(aumento de
47%).Por se tratar de um parâmetro secundário(CETESB,2013)não se estabelece um
valor máximo permitido.O ponto que houve a maior discrepância de DBO entre
2008/11 foi o HC-Cano(redução de 81%) e nos anos de 2011/12,notou-se que houve
uma redução de 97,29%.Como a RDCnº430/11 determina que essa concentração seja
inferior a 120mgO2/L,observou-se que vários pontos apresentaram valores fora da
norma.Quando analisamos os dados de 2011/12 concluiu-se que todos os pontos
melhoraram.
CONCLUSÕES: Diante dos resultados obtidos pode-se concluir que os parâmetros DBO, OD e ST não
estiveram de acordo com o estabelecido pela Resolução nº430/11 e nº 357/11 nos
pontos CCB-Cano/Canal, CTG-Cano e HC-Cano para a DBO, e para OD e ST em todos os
pontos analisados. Embora ainda sejam dados preliminares, pode-se concluir que é
necessário realizar um monitoramento constante para que não haja um descarte fora
da norma e para se informar a situação aos responsáveis pelos pontos de origem dos
efluentes a fim de que sejam tomadas as devidas providências.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos à UFPE e, em particular, à Prefeitura da Universidade pela assistência
na realização das análises.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Conselho Nacional Do Meio Ambiente - CONAMA. Resolução nº430/11.
BRASIL. Conselho Nacional Do Meio Ambiente - CONAMA Resolução nº357/11.
CALADO, S. C. S., SILVA, A. M. R. B. & SILVA, V. L., 2002. Qualidade da Água do Riacho Cavouco - Recife/PE. XLII Congresso Brasileiro de Química. Rio de Janeiro. Resumos.p.66.
CETESB. Demanda Química de Oxigênio. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/userfiles/file/agua/aguas-superficiais/aguas-interiores/variaveis/aguas/variaveis_quimicas/demanda_quimica_de_oxigenio.pdf> Acessado em: 19/06/2013.
EATON, Andrew D.; CLESCERI, Lenore S.; GREENBERG, Arnold E. Standard Methods.For the examination of water and wastewater.Centennial Edition. 2005.
UFCG. Características Químicas da Água. Disponível em: <http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/Agua06.html>. Acesso em: 19/06/2013.
UFPE. Dados números sobre a UFPE. 2012. Disponível em: <http://www.ufpe.br/ufpenova/index.php?option=com_content&view=article&id=59&Itemid=191>; Acessado em: 12/07/2013.