Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Ambiental
TÍTULO: AVALIAÇÃO DO RISCO DE CONTAMINAÇÃO POR CLORETO, NITRATO E NITRITO EM ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DA REGIÃO DO TERCEIRO DISTRITO DE DUQUE DE CAXIAS – RJ – BRASIL.
AUTORES: Freire da Silva, R. (UFRRJ) ; Duarte Chagas, T. (UFRRJ) ; Abreu, M.B.P. (UFRRJ) ; Lã, O.R. (UFRRJ) ; Barra, C.M. (UFRRJ)
RESUMO: O 3º distrito de Duque de Caxias engloba uma área de 84 km2, com uma população
de cerca de 213.000 habitantes, e dada sua proximidade com a área turística da
Serra Verde Imperial, o crescente desenvolvimento industrial da região e o fato
cultural da população local consumir a água de poço in natura, sem qualquer tratamento, tem-se a necessidade de avaliar a qualidade da água consumida por tal população.Os pontos S e X (0,3 - 0,2 mg.L-1) apesar de abaixo do limite máximo permitido de nitrito, estão muito acima dos valores médios dentro da região (0,03 mg.L-1) incitando um alerta à poluição. Os pontos F, H, S, T, X (0,3 – 0,4 mg.L-1) apresentam valores de nitrato destoantes da média da região (0,23 mg.L-1), embora ainda abaixo do limite máximo, indicando uma crescente contaminação.
PALAVRAS CHAVES: Nitrito; Nitrato; Águas Subterrâneas
INTRODUÇÃO: A água para o consumo humano deve se enquadrar em certos parâmetros
microbiológicos, físico-químicos e radioativos regidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) para manter a população livre de riscos à saúde. Em
países desenvolvidos, o controle de nitrato (NO3-) e nitrito (NO2-) em águas
naturais é bastante rigoroso, devido à frequência de casos fatais de meta-
hemoglobinemia infantil. Os limites de NO3- e NO2- em águas potáveis (CONAMA,
2006) são 10mg/L e 1,0mg/L, respectivamente.
O NO3- sofre redução a NO2- no organismo pela ação de bactérias; e o NO2- oxida
o Fe2+ da hemoglobina para Fe3+ transformando-a, assim, em meta-hemoglobina que
é incapaz de transportar o oxigênio para as células (FIGUEREDO, 1990). O NO3-
ocorre em concentrações relativamente baixas em águas superficiais, mas pode
atingir níveis altos em águas subterrâneas; é encontrado em pequenas quantidades em águas residuais domésticas, mas alcança concentrações superiores a 30 mg L-1 em efluentes quando há contaminação por rejeito industrial, esgoto doméstico ou agrotóxico (APHA, 1995).
O Cloreto (Cl-) tem função fisiológica importante. No sistema nervoso central, a ação inibitória da glicina e algumas ações dos receptores nervosos são ligadas à entrada de Cl- em alguns neurônios. O sistema biológico das proteínas, que fazem a troca cloreto-bicarbonato, permite ao sangue de guardar CO2 na forma de íon HCO3-(APHA,1995). O teor normal de Cl- em águas potáveis, segundo CONAMA (2006) é 150 mg.L-1. Os cloretos são também indicadores de contaminação fecal dos corpos de água e das águas subterrâneas visto que são solutos não reativos e sempre presentes nos esgotos.
MATERIAL E MÉTODOS: Coletou-se em 24 pontos, amostras de água subterrânea de poços,armazenadas em
frascos esterilizados e conservados a 4°C até as análises, que foram feitas no
Setor de Química Analítica, localizado no Departamento de Química, Instituto de
Ciências Exatas, da UFRRJ.
Para as determinação de Cl- , feitas pelo Método de Mohr em regime de
triplicata, usou-se 20 mL de amostra homogeneizada manualmente.
O NO2- foi determinado por Espectrofotometria com desenvolvimento de cor em pH
ácido,o reagente para desenvolvimento de cor foi solução com 0,1 mol de N - (1-
naftil)etilenodiamina em solução fosfórica de sulfanilamida, feitos 11 padrões
de NO2- para curva analítica em concentrações de 0,0 a 1,0 mg/L em intervalos de 0,1 mg/L, tomou-se 40 mL de cada padrão e amostra, ambos homogeneizados
manualmente, e adicionou-se 2 mL de reagente de cor, após 30 minutos em ausência de luz para o desenvolvimentos de cor rósea foram lidos em espectrofotômetro.
Para as determinações de NO3-, feitas por Espectrofotometria com desenvolvimento de cor em pH básico, os reagente de cor foram as soluções: (I)Salicilato de Sódio 0,5 % e (II)solução 1 mol/L de NaOH na presença de 0,1 mol de tartarato de sódio e potássio, foram feitos 14 padrões de NO3- para a curva analítica em concentrações de 0,0 a 21,0 mg/L em intervalos de 1,5 mg/L, tomou-se 50 mL de cada padrão e amostra, ambos homogeneizados manualmente, postos em estufa a 50 °c até evaporação em seguida adicionou-se 5 mL H2SO4 P.A mais 25 ml de reagente de cor(I), após 2 minutos adicionou-se 5 mL do regente de cor (II), avolumados a 50 mL e lidos em espectrofotômetro.
Todas a leituras espectrofotométricas foram feitas em aparelhos da marca
BioSpectro modelo SP22.
Todos os reagentes utilizados são da marca Vetec, em alto grau de pureza.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Segundo a determinação CONAMA-2006, o máximo permitido de Cl- em águas potáveis
é de 4,23x10-3 mol/L e os resultados mostram que os pontos J, K e N encontram-se
definitivamente contaminados já que por cloreto com concentrações de,
respectivamente, 4,55x10-3, 4,49x10-3, 4,34x10-3 mol/L.
Matematicamente, a média de NO2- entre os pontos da área é de 0,03 mg.L-1, os
pontos S e X apresentação concentrações de 0,3 e 0,2 mg.L-1, que apesar de
abaixo do limite máximo permitido de NO2- em águas usadas para essa finalidade,
estão muito acima dos valores médios dentro da região incitando um alerta à
poluição de origem agropecuária, industrial ou esgoto doméstico(APHA 1995).
Ainda usando médias como parâmetros, os pontos F, H, S, T, X apresentam valores
que oscilam entre 0,3 – 0,4 mg.L-1, o que destoa dos limites notados em toda a
região, 0,23 mg.L-1, embora ainda abaixo do limite máximo que é 10 mg.L-1, o que
indica uma crescente contaminação por esgoto e material fecal dentro da região.
Tabela de Resultados
Descrição das concentrações obtidas no experimento ponto a ponto.
Área Pesquisada
Mapa da região pesquisada com seus pontos de coleta em destaque.
CONCLUSÕES: Aumentar a fiscalização e o cuidado com o uso do lençol freático da região e
também ter mais preocupação com o uso e a qualidade, dando a devida importância ao caso.
Em virtude da pequena mas crescente contaminação por NO2- e NO3- ainda não pode ser efetivamente motivo de alarde, a verificação do que esta sendo feito próximo aos cursos de água da região deve ser promovida o quanto antes.
A contaminação já confirmada por cloreto pode ser remediada em pouco tempo por
controle natural das chuvas da área.
A respeito do esgoto da região, o assunto deve ser tratado com a maior das atenção.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos a todos os cidadãos que permitiram nossa entrada em suas dependências
para que a coleta fosse feita, sem isto, não obteríamos êxito.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: Public health goals for nitrate and nitrite in drinking Water, AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION (APHA), p. 2-6. 1997.
Figueredo, E.M.. Análise da contaminação por nitrato no aquífero livre e semi-confinado na área urbanizada de Natal (RN). Rev. Ág. Subt., v. 13, p. 75-85. 1990.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Resoluções vigentes publicadas em 2006. MMA, Brasília, 1ª ed., p. 260-266. 2006.
Instituto GPP. Pesquisa eleitoral de intenção de votos. Março de 2012.