Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Ambiental
TÍTULO: Análises químicas de solo do Sul do estado do Piauí para a produção de solo-cimento
AUTORES: Lima, T.P. (UFPI-CPCE) ; Maia, R.P. (UFPI-CPCE) ; Júnior, A.L.A. (UFPI-CPCE) ; Furtini, M.B. (UFPI-CPCE) ; Osajima, J.A. (UFPI-CPCE) ; Souza, J.S.N. (UFPI-CPCE)
RESUMO: O tijolo de solo-cimento é um material alternativo de baixo custo. A qualidade
do tijolo solo-cimento depende das características físico-químicas do solo como:
pH, matéria orgânica, densidade de partícula e granulometria. Pensando nisso,
este trabalho teve como objetivo determinar as análises químicas do solo da
região do Sul do Piauí para futura produção do tijolo solo-cimento. As análises
de pH e determinação da matéria orgânica foram realizadas no laboratório de
solos da UFPI,com amostras de solos coletas em diferentes olarias. Os resultados
obtidos mostram que os solos possuem pH ácido entre 6,03 e 6,46, aproximadamente
2% de matéria orgânica nas amostras. Deste modo, podemos afirmar que os três
tipos de solos analisados podem ser utilizados para fabricar o tijolo solo-
cimento.
PALAVRAS CHAVES: tijolo solo-cimento; análises química; tijolo ecológico
INTRODUÇÃO: O tijolo de solo-cimento é um material alternativo de baixo custo, obtido pela
mistura de solo, cimento e um pouco de água, onde a massa compactada endurece ao
ar livre (ABCP, 1985). Segundo SOUZA et al., (2008) os tijolos de solo-cimento
constituem uma das alternativas para a construção em alvenaria, esses elementos,
após pequeno período de cura, garantem resistência à compressão simples similar
à dos tijolos maciços e blocos cerâmicos.
Os tijolos de solo-cimento representam uma alternativa em plena sintonia com as
diretrizes do desenvolvimento sustentável, desta forma apresenta varias
vantagens em relação aos tijolos comuns, além de ser considerado um tijolo
ecológico por não provocar desmatamento e não lançar resíduos de queima no ar,
como ocorre nas tradicionais olarias (SOUZA et al., 2008 & GRANDE, 2003).Visando
a sustentabilidade no município de Bom Jesus, localizado na região do sul do
estado do Piauí, as olarias fabricam tijolos cerâmicos do tipo furado em fornos
de carvão, utilizando madeira da região. Com o processo de queima em fornos de
carvão que geram grandes impactos ambientais e sociais, além de possuírem custo
elevado para atender as regiões mais distantes. Assim, buscamos uma nova técnica
construtiva para ser aplicada na região, contribuindo para diminuir o preço
final das edificações e com materiais que geram pouco impacto ambiental. A
qualidade do tijolo solo-cimento depende das características físico-químicas do
solo tais como: pH, matéria orgânica, densidade de partícula, textura e
granulometria. Pensando nisso, este trabalho teve como objetivo determinar as
análises químicas do solo da região do Sul do Piauí para posterior a produção do
tijolo Solo-Cimento
MATERIAL E MÉTODOS: As amostras de solos coletadas nas olarias de Cajazeiras, Currais e Buriti,
pertencentes a região do município de Bom Jesus-PI. A denominação dos solos é
decorrente da região onde foi extraído o solo. Foram coletadas duas amostras de
solos de cada região de extração de solo indicada com a numeração 1 e 2. Os
solos coletados foram armazenados em recipientes plásticos e posteriormente
secados ao ar livre por 14 dias a temperatura em média de 30°C. Depois da
secagem, os solos foram peneirados usando malha de 2mm. As análise de pH e
matéria orgânica foram realizadas no laboratório de solos do Campus Profa
Cinobelina Elvas-CPCE, da Universidade Federal do Piauí, situado no município de
Bom Jesus- PI, localizado às coordenadas geográficas 09º04’28” de latitude Sul,
44º21’31” de longitude Oeste, com altitude média de 277 m. A metodologia usada
nas análises química foi seguindo a metodologia descrita por DEFELIPO & RIBEIRO
(1997).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados das análises químicas dos solos em diferentes olarias da região
Sul do Estado do Piauí, mais especificamente próximas ao município de Bom Jesus,
estão apresentados na Tabela 1.
A matéria orgânica exerce influência na qualidade do solo-cimento devido à
presença de açúcares e ácido húmico. Os resultados apresentados na Tabela 1
mostram que os solos coletados não apresentaram matéria orgânica acima de 1%.
Esta característica está de acordo com BLUCHER (1951), o qual relata que o teor
de matéria orgânica presente no solo deve ser muito baixo e considera que o
limite máximo seguro é de 2%. Embora existam casos bem sucedidos de
estabilização com solos contendo até 5%. Em relação as análises do pH dos solos
investigados observa-se um comportamento semelhante em todas as amostras, ou
seja, as amostras possuem caráter ácido, 5,49 a 6,11. O caráter ácido do solo é
uma característica favorável para a produção de tijolo solo-cimento, pois
dependo dos tipos de cimentos empregados na mistura, os íons cálcio podem
neutralizar os efeitos nocivos da presença de matéria orgânica proporcionado um
melhor equilíbrio do pH da mistura (CLARE & FARRAR, 1956 e INGLES & METCALF,
1972).
Tabela 1
Valores de pH e (%) matéria orgânica dos solos
coletados na região Sul do Estado do Piauí.
CONCLUSÕES: Conclui-se que as amostras do solos da região Sul do Estado do Piauí possuem
características químicas favoráveis para a produção de tijolo solo-cimento, embora
ainda seja necessárias as análises físicas do solo.
AGRADECIMENTOS: UFPI/FAPEPI
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ABCP - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND, 1985. Fabricação de tijolos de solo-cimento com utilização de prensas manuais. São Paulo: ABCP, Boletim Técnico BT- 111.
BLUCHER, E. 1951. Mecânica dos solos para engenheiros rodoviários – volume 1. São Paulo.
CLARE, K. E. & FARRAR, D. M. 1956. The use of cement of different fineness on soil-cement mixtures. Concrete Magazine Research. London, p. 625-630.
DEFELIPO, B. V. & RIBEIRO, A. C. 1997. Análise química do solo (metodologia 2ª edição), Universidade Federal de Viçosa. 26p.
GRANDE F. M. 2003. Fabricação de tijolos de solo-cimento por prensagem manual com e sem adição de sílica ativa. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.
INGLES, O. G. & METCALF, J. B. 1972. Soil stabilization: principles and practice. Butterworths, Sydney – Melbourne – Briesbane.
SOUZA, M. I. B.; SEGANTINI, A. A. S.; PEREIRA, J. A. 2008. Tijolos prensados de solo-cimento confeccionados com resíduos de concreto. Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.12, n.2, p.205–212.