Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Ambiental
TÍTULO: COMPARAÇÃO DO EFLUXO DE CO2 DO SOLO DE DUAS ÁREAS DO IFMT, CAMPUS CUIABÁ-BELA VISTA.
AUTORES: Santos Bulhões, M. (IFMT-BELA VISTA) ; N. Valuz Coelho, T. (IFMT-BELAVISTA) ; M. Abido Valentini, C. (IFMT-BELA VISTA)
RESUMO: O efluxo de CO2 do solo ou respiração do solo é um dos maiores e mais importantes
fluxos do carbono em um ecossistema terrestre e muitos estudos tem usado da
quantificação de suas taxas como um indicador de atividade microbiológica do solo
que pode auxiliar para a recuperação de áreas degradadas. O objetivo deste
trabalho foi realizar as medidas do efluxo de CO2 do solo durante doze meses em
duas áreas do IFMT- campus Cuiabá-Bela Vista, uma de bosque revegetado com
espécies do Cerrado e outra em local antropizado. Verificou-se a a média anual de
efluxo de CO2 do solo do bosque foi 54% maior que da área antropizada indicando a
importância da preservação das espécies do local.
PALAVRAS CHAVES: respiração do solo; áreas degradadas; gás carbônico do solo
INTRODUÇÃO: O efluxo de CO2 do solo é um forte indicador da intensidade de decomposição.
Essa intensidade mostra-se distinta no curso diário e anual e depende do clima e
da atividade biológica no solo. Assim, qualquer fator que altere as condições
microclimáticas do solo e sua interface com a atmosfera pode afetar a taxa de
respiração e o balanço de carbono em escala local e regional. Os principais
fatores microclimáticos que influenciam a respiração edáfica são a temperatura e
umidade do solo, e a cobertura do solo tem um grande controle sobre esses
fatores. Essas práticas que contribuem para a adição ou a remoção de material
vegetal do solo acarretam alterações na biomassa microbiana, as quais podem ser
avaliadas quantificando-se o CO2 produzido Desta forma, o objetivo deste
trabalho foi medir o efluxo de CO2 do solo de duas áreas do IFMT-campus Cuiabá
Bela, de modo a discutir a importância de áreas preservadas em locais de
expansão.
MATERIAL E MÉTODOS: O estudo foi conduzido por 12 meses, de julho de 2012 a junho de
2013, em duas áreas do IFMT campus Cuiabá-Bela Vista: uma área revegetada e
outra antropizada em processo de expansão.
De acordo com a metodologia de GRISI (1978), a respiração do solo foi medida
mensalmente pela absorção do CO2 do solo por solução de KOH 0,5N em 20 frascos
de plástico de 250 ml, 10 para cada área, colocados sobre suportes metálicos de
2 cm de altura. Sobre cada frasco foi colocado um balde de plástico invertido,
de forma que este permanecesse em contato apenas com o ar proveniente do solo.
Após 24 horas os conteúdos dos frascos de KOH foram titulados com HC1 0,5N
usando primeiramente indicador fenolftaleína (1ª viragem) e posteriormente o
indicador metil-orange (2ª viragem). Um dos frascos em cada local foi usado para
controle. Com os resultados calculou-se a massa de CO2 desprendido do solo em
mgCO2/m2.h
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Durante o período de estudo, a respiração do solo média da área revegetada
(118,89 mg CO2/m2.h), que é um bosque com plantas do cerrado foi em média 54%
maior que da área antropizada (77,17 mg CO2/m2.h), situada ao lado da quadra de
esportes e próxima ao local onde o campus está em processo de expansão.
As menores variações da respiração edáfica entre as duas áreas ocorreu no
periodo seco e transição seco-chuvoso, que foram os meses de agosto, setembro e
outubro. Já as maiores variações da respiração edáfica entre as duas áreas
ocorreu nos dois meses mais chuvosos deste período, janeiro e março de 2013.
No mês de janeiro, período bastante chuvoso a umidade do solo do bosque chegou a
ser 76% maior que da área antropizada. Os resultados obtidos apontam a
importância das áreas verdes, como é o caso da área revegetada estudada, visto
que neste local além do sombramento que proporcionam uma tempratura do ar menor
do que na área antropizada, ainda possui uma cobertura permanente de
serapilheira no solo que impede uma rápida perda de água pela evaporação, mesmo
em dias mais quentes.
Importante notar também que em setembro, período de transição, em que ocorreram
as primeiras chuvas após o período seco ocorreu queda o efluxo de CO2 do solo.
Isto pode ser explicado pelo fato de que no período seco há um acúmulo de
serapilheira proveniente da queda intensa de material das árvores, porém ainda
não havia condições propicias a decomposição pelos microrganismos devido à baixa
umidade do solo.
Desta forma, como afirmaram BAKKE et al. (2001), estudos de cinética da
respiração edáfica ajudam a explicar muitos processos que ocorrem no solo e são
de fundamental importância para a recuperação de áreas degradadas.
. Dados efluxo de CO2 do solo do bosque e da área antropizada no IFMT-
Nas Figuras 1 são apresentados o efluxo de CO2 do
solo do bosque e da área antropizada
Dados de umidade do solo do bosque e da área antropizada e a precipita
Dados de umidade do solo do bosque e da área
antropizada e a precipitação mensal no município de
Cuiabá no período de estudo.
CONCLUSÕES: • A avaliação da atividade respiratória em campo mostrou-se eficiente e de
baixo custo para a caracterização das condições naturais.
• O efluxo méido de CO2 do solo da área revegetada foi em média 54% maior
que da área antropizada durante o período de estudo.
• A serapilheira mantida na superfície do solo sob o bosque revegetado foi
importante, tanto na redução da variação da temperatura, como na conservação da
umidade do solo.
• Os menores valores médios de respiração edáfica para a área antropizada
atestaram a inferior qualidade do solo, como consequência da modificação do
ambiente natural
AGRADECIMENTOS: CNPq/IFMT campus Cuiabá-Bela Vista
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BAKKE, I. A.; LIRA, J. E. de; OLIVEIRA, V. M. ; LEITE, R. M. B.; SOUTO, P. C.; MAIA, E. L.; SOUTO, J. S.;ARAÚJO, G. T. de. Cinética da respiração edáfica em dois ambientes distintos no semi-árido da Paraíba. In: Encontro Nordestino de Biogeografia – ENB, 2, 2001, Maceió. Anais... Maceió: UFAL, 2001. CD Rom.
GRÍSI, B.M. Método químico de medição da respiração edáfica: alguns aspectos técnicos. Revista Ciência e Cultura, 30:82-88, 1978.
HAAG, H. P. Ciclagem de nutrientes em florestas tropicais. Campinas: Fundação Cargil, 1985. 114p.
TREVISAN, R.; MATTOS, M.L.T. & HERTER, F.G. Atividade microbiana em Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico coberto com aveia preta (Avena sp.) no outono, em um pomar de pessegeiro. Ciência Rural, 7:2:83-89, 2002.
VALENTINI, C. M. A. ; SANCHES, L. ; PAULO, S. R. ; NOGUEIRA, J. S. ; LOBO, F. A.; VOURLITIS, G. L. Variação do efluxo de CO2 do solo de uma área de floresta de transição no noroeste de Mato Grosso. Revista Agricultura Tropical, 9:170-181, 2007.