Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Ambiental
TÍTULO: Remoção de antibióticos em meio aquoso usando carvão ativado preparado a partir de endocarpo de coco
AUTORES: Silva, N. (UNESP) ; Vieira, E. (UNESP) ; Soares, I. (UNESP) ; Bastos, A. (UNESP) ; Garcia, E. (UNESP) ; Dias, N. (UNESP)
RESUMO: O presente trabalho trata da adsorção dos antibióticos Ampicilina e Amoxicilina
em carvão ativado (C.A) obtido da casca de coco da baía. O C.A foi caracterizado
por MEV, análise textural e FTIR. Foi observado que o C.A apresenta uma área
superficial de 745,38 m2/g, é constituído principalmente por microporos. Os
experimentos de adsorção foram realizados em batelada. A eficiência de remoção
foi superior a 90% para todos os antibióticos e os resultados demonstram que a
eficiência da adsorção não sofre influência significativa do pH na faixa de 2 a
10. O equilíbrio de adsorção dos antibióticos foi alcançado após 4h e foram
expressos por meio de isotermas de adsorção de acordo com os modelos de
Langmuir, Freundlich, Temkin e D-R. A isoterma de Langmuir foi a que melhor
representou os dados.
PALAVRAS CHAVES: Adsorção; Carvão ativado; Remoção de antibióticos
INTRODUÇÃO: Os compostos farmacêuticos constituem um vasto grupo de compostos medicinais
extensivamente utilizados na medicina humana e veterinária, constituindo uma
classe de contaminantes ambientais de crescente preocupação [1,2]. A presença de
antibióticos no ambiente pode acarretar dois problemas ambientais: contaminação
dos recursos hídricos e aumento da resistência de alguns microrganismos por esses
fármacos. A remoção de fármacos, no entanto, pode ser assegurada utilizando
técnicas como a de adsorção em C.A [2,3].
MATERIAL E MÉTODOS: O C.A foi preparado a partir da casca de coco da baía, sendo realizado um pré-
tratamento do percursor, antes da carbonização, com uma solução do agente
ativante H3PO4. O material foi, então, pirolisado e ativado por tratamento
térmico controlado. A caracterização físico-química do material foi realizada
pelas técnicas de FT-IR, BET, SEM, TGA e também foram determinados os grupos
ácidos e básicos da superfície por meio da Titulação de Boehm e o pHPCZ .
O C.A foi testado como adsorvente dos antibióticos ampicilina e amoxicilina, por
meio do processo de batelada, onde soluções aquosas de cada antibiótico foram
colocadas em contato com diferentes dosagens de carvão ativado (0,05 a 2 g) a
temperatura ambiente [4]. As concentrações dos fármacos foram determinadas por
cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), sendo usado como fases móveis
água e metanol.
Algumas variáveis associadas ao processo de adsorção, como a temperatura e pH,
também foram avaliadas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na Tabela 1 são apresentados os dados obtidos na caracterização do CA. Os
resultados demonstraram que o C.A apresentou área superficial elevada e
predominância de microporos.
Os resultados obtidos no processo de adsorção de antibióticos foram
satisfatórios, pois foi possível obter uma remoção superior a 90 % após 4 horas
de contato.
Ajustando-se os dados de equilíbrio aos modelos de isoterma de Langmuir,
Freundlich, Temkin e D-R, notou-se que a o modelo de Langmuir foi o que melhor
representou a adsorção dos quatro antibióticos (Tabela 2).
Na avaliação do efeito da temperatura e do pH, o processo se mostrou endotérmico
na faixa de temperatura de 25 a 65 ºC, e a eficiência da remoção foi
independente da variação de pH no intervalo entre 2 e 10.
Tabela 1
Características físicas e químicas do C.A.
Tabela 2
Parâmetros das isotermas de adsorção.
CONCLUSÕES: O C.A utilizado neste estudo apresentou uma excelente capacidade de adsorção dos
antibióticos, sendo assim, o emprego do mesmo pode ser uma estratégia de
minimização da presença de fármacos em estações de tratamento de água.
AGRADECIMENTOS: A Capes pelo apoio financeiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: [1] Bila, M. D.; Dezotti, M.; Quim. Nova, 26, 523-530 (2003)
[2] KÜMMERER, K. Drugs in the environment: emission of drugs, diagnostic aids and disinfectants into wastewater by hospitals in relation to other sources – a review. Chemosphere, Oxford, v. 45, p. 957-939, 2001.
[3] MESTRE, A. S. et al, Bioresource Technology, 100, 1720-1726 ( 2009)
[4] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING MATERIALS – ASTM. D3860-98 (2008)