Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Ambiental
TÍTULO: Percepção Ambiental quanto ao risco de contaminação por agrotóxicos na comunidade agrícola de Marabá-PA
AUTORES: Silva, M.N. (IFPA) ; Sousa, G.P. (FAMA)
RESUMO: Os Agrotóxicos são largamente usados em agricultura moderna em busca de
produtividade. O principal objetivo deste trabalho é realizar uma avaliação sobre
o risco de contaminação por agrotóxicos, fazendo um levantamento sobre os
principais produtos aplicados na região. Foram também levantados dados
relacionados com a aplicação de agrotóxicos avaliando os aspectos sociais e
ambientais na comunidade em que os trabalhadores vivem e de lá tiram o sustento
por meio da cultura de hortaliças em Marabá-Pará. Os resultados obtidos mostraram
um quadro preocupante quanto ao risco de contaminação, tendo em vista que estes
utilizam agrotóxicos com grande potencial de danos à saúde humana, portanto
oferecendo risco a comunidade agrícola de Marabá.
PALAVRAS CHAVES: Agrotóxicos; Educação Ambiental; Contaminação Ambiental
INTRODUÇÃO: Atualmente os agrotóxicos são utilizados em larga escala para controlar pragas e
doenças, com a falsa ilusão de ser um agente de melhoria na produção e na
qualidade dos alimentos. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), a utilização indiscriminada e sem nenhum controle pelos produtores,
tem causado consequências e implicações sobre o ambiente, levando à degradação
dos recursos naturais (ANVISA, 1997). Segundo as estatísticas de 2.000, os
acidentes com agrotóxicos no uso agrícola são mais comuns nas faixas etárias de
20 a 29 anos (1.209 registros) e de 30 a 39 anos (1.080 casos). Já nos acidentes
domésticos, os mais atingidos são as crianças entre 1 e 4 anos (768 casos),
seguidos de adultos de 20 a 29 anos (567 registros) (ABIFINA, 2006). O uso de
agrotóxicos tem causado diversas vítimas fatais e favorecido risco e agravo à
saúde, tais como mutagenicidade, teratogenicidade, carcinogenicidade e outros.
Ressalta-se, portanto, que os trabalhadores rurais e suas famílias são os mais
expostos e as principais vítimas dos efeitos dos agrotóxicos devido à
manipulação direta com essas substâncias.
A realização da pesquisa proporcionará, à população do município, a
possibilidade de conhecimento dos riscos de contaminação encontrados atualmente,
a criação de uma política mais efetiva de fiscalização e controle visando à
garantia do cumprimento da legislação, o acompanhamento e o aconselhamento
técnico adequado na utilização dos agrotóxicos, e também o incentivo à produção
de alimentos saudáveis dentro dos princípios da agroecologia, livres de riscos
de agravos à saúde humana ao meio ambiente.
MATERIAL E MÉTODOS: Neste trabalho, dado sua natureza e intencionalidade foi realizado o
levantamento bibliográfico que fundamentou a pesquisa prática. Diante das
pesquisas de campo (questionamento aos agricultores) pode-se fazer um
levantamento dos agrotóxicos mais utilizados na região de Marabá-PA, tendo em
vista as visitas realizadas às comunidades agrícolas locais (pequenas
propriedades 20 no total) que produzem hortaliças e trabalhadores que atuam na
área de controle de pragas e vegetação. Procurou-se fomentar a comunidade
discente de forma a pesquisar sobre as questões ambientais na comunidade e
divulgarem os resultados deste levantamento. As questões levantadas buscaram
trazer o perfil do pequeno agricultor; perfil dos agrotóxicos utilizados quanto
a sua finalidade; classificação química dos agrotóxicos e classificação
toxicológica dos agrotóxicos mais utilizados nas culturas praticadas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Diante do levantamento, constatou-se que as empresas que vendem os agrotóxicos
se reservaram a não fornece dados da comercialização dos mesmos, sendo que a
maioria dos agrotóxicos comprados pelos agricultores são vendidos/encontrados
por terceiros, nas embalagens originais ou em embalagens improvisadas (relatos
dos agricultores).
Quanto ao uso de EPI’s praticamente todos entrevistado falaram que não usam,
mostrando uma realidade agravante quanto a manuseio destes agrotóxicos. A Figura
1, retrata o quadro das pessoas que trabalham com agrotóxicos na comunidade
agrícola de Marabá-PA.
A Figura 2, mostra o perfil dos agrotóxicos utilizados pelos agricultores tendo
em vista sua classificação quanto à finalidade. A Figura 3, mostra o grupo
químico dos agrotóxicos, dos quais foram citados pelos agricultores de
hortaliças e que atuam na área de controle de pragas, sendo os mais utilizados
os piretroídes, glicina e fenoxiacético com 22,22%, seguidos pelos
organofosforados, carbamatos e ácido piridinocarboxílico com 11,11% de
utilização em suas pequenas propriedades.
A Figura 4, evidencia infelizmente um cenário ainda complicado quanto à
utilização dos agrotóxicos em relação à toxicologia, pois constatamos que 40%
dos agrotóxicos utilizados são da Classe I (extremamente tóxico), seguido de 30%
da Classe II (altamente tóxico), 10% da Classe III (moderadamente tóxico) e
apenas 10% (levemente tóxico).
CONCLUSÕES: Os resultados obtidos mostraram que ocorre falta de cuidados com a segurança no
trabalho quanto ao uso de EPI’s, verificou-se que são usados herbicidas e
inseticidas. O cenário local mostra que a utilização dos agrotóxicos em relação à
toxicologia é agravante, pois se constatou que 40% dos agrotóxicos utilizados são
da Classe I, extremamente tóxico). Esses resultados evidenciam a falta de
treinamento para o uso de defensivos agrícolas, evidenciando a necessidade de
melhoria do nível de informação por meio da Educação Ambiental minimizando riscos
de contaminação da comunidade agrícola.
AGRADECIMENTOS: Ao IFPA e a FAMA.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ABIFINA, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE QUÍMICA FINA, BIOTECNOLOGIA E SUAS ESPECIALIDADES. Defensivos Agrícolas. Disponível em <http://www.abifina.org.br/noticiaSecao.asp?secao=1¬icia=76.> Acesso em 09 abril 2006.
___. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Manual de Vigilância da Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos. Brasília, Organização Panamericana de Saúde/Organização Mundial de Saúde, 1997. 69p.