Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Ambiental
TÍTULO: Otimização do processo de tratamento de efluente liquido de indústria metalúrgica
AUTORES: Milesi Marques, A. (UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO) ; Chaves Ortiz, J. (UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO)
RESUMO: Os efluentes líquidos industriais representam grande parte da poluição do meio
ambiente, devido o uso de produtos químicos e alto consumo de água utilizado no
processamento da matéria prima em indústrias. As exigências dos
órgãos ambientais em relação ao tratamento desses efluentes líquidos esta cada
vez mais rigorosa. Diante dessas condicionantes, buscou-se uma melhora na
qualidade dos efluentes líquidos tratados, oriundos do processo de tratamento de
superfície de peças metálicas, empregando processo físico-químico e adição de
agente adsorvente de íons dissolvidos no efluente; bem como, enquadrar este nos
padrões estabelecidos na Resolução CONAMA 128/06(RS,2006) que determina as
concentrações para lançamento de efluentes em recursos hídricos no Estado do Rio
Grande do
Sul.
PALAVRAS CHAVES: efluente líquido ; meio ambiente; tratamento de efluente
INTRODUÇÃO: A indústria metalúrgica produz diversos tipos de estruturas metálica, com o
crescimento do mercado consumidor e a concorrência, quanto mais qualidade o
produto final possuir, maior valor agregado o mesmo apresenta, para atingir a
qualidade é necessário o tratamento da superfície metálica evitando problemas
como a corrosão, para então receber a camada polimérica que possibilita proteção
e estética ao produto final.
Para o tratamento da superfície metálica utiliza-se desengraxantes alcalinos e
banhos de fosfato, apresentando o perfil de ancoragem necessário para a camada
polimérica aderir-se a mesma. O consumo de produtos químicos e grande quantidade
de água utilizada no processo de tratamento da superfície geram efluentes
líquidos carregados de matéria orgânica, matéria inorgânica e detergentes,
necessitando de tratamentos específicos para serem lançados em corpos receptores
e enquadrá-lo nos parâmetros preconizados na legislação vigente. Para ser
lançado em corpo receptor após tratamento, o efluente deve atender as
especificações da legislação vigente, no caso, a nível nacional Resolução CONAMA
357/2005 (BRASIL, 2005), complementada pela Resolução 430/2011. E a nível
estadual, a Resolução CONSEMA 128/2006 (RS, 2006).
Caso sejam lançados em corpos receptores fora dos parâmetros estabelecidos pela
legislação, pode ocorrer a elevação da acidez do meio, se ingerido por seres
humanos pode ocorrer irritação gastrointestinal, náuseas, diarréia, entre outros
(LAWTON, 2007). A alta concentração de fósforo no meio hídrico pode causar a
eutrofização do mesmo (RAST, 1996).
MATERIAL E MÉTODOS: No presente estudo, tratou-se as amostras através de processos físico químicos,
pelo método de precipitação química. Coletaram-se amostras nos dias que foram
realizados as análises e tratamentos. As amostras são provenientes de uma
indústria metalúrgica, na qual ocorre geração de efluentes líquidos durante o
processo industrial. Foram coletadas amostras provenientes dos banhos de
desengraxe e ácido fosfórico, os quais são misturados para tratamento. Analisou-
se as concentrações iniciais e finais de íons Fósforo e a Demanda Química de
Oxigênio(DQO), pelo método de refluxo fechado com quantificação colorimétrica,
utilizando Fotômetro Multi parâmetro, marca HANNA, modelo HI83099. Os
tratamentos físicos químicos foram realizados em jarr test, marca Milan®, modelo
1026. Cada amostra continha um litro de efluente bruto. Após as análises,
tratou-se as amostras, a qual apresentava pH 6. Utilizou-se diferentes
coagulantes, baixando até pH 4, cal ativada até pH 7, clarificante, agitando por
trinta minutos e polímero aniônico. Após decantação dos flocos formados,
filtrou-se a amostra em filtro de carvão ativado e filtro de zeolitas de alumino
silicato. Analisou-se a concentração de íons Fósforo após filtração em filtro de
carvão e após filtro de zeolitas, analisou-se DQO após filtragem nos dois
filtros, verificou-se seu enquadramento nos parâmetros estabelecidos pela
legislação vigente. Calculou-se a eficiência do processo de tratamento. A partir
dos resultados obtidos, variou-se as concentrações, quantidades de reagentes
adicionadas, tempo de agitação, pH, e forma de agitação verificando os melhores
resultados, os quais foram replicados nos tanques de tratamento da estação de
tratamento da empresa. Os dados quantitativos foram compilados utilizando o
programa Excel.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após os testes realizados em jarr test, obteve-se resultados positivos para
minimização de fósforo presente no efluente, empregando coagulante polissulfato
de alumínio ou cloreto férrico, até pH 2, posterior elevação com cal ativada até
pH 12, carvão em pó, agitando-se por 5 minutos, uso de clarificante, agitando-se
15 minutos, posterior ajuste de pH até 7 e polímero aniônico. Para os dois
coagulantes se obteve concentração de íons fósforo entre 0,3 mg L-1 e 2 mg L-1.
Utilizou-se peróxido de hidrogênio para reduzir DQO, na fase inicial do
tratamento. Testou-se o volume mais adequado e a melhor condição de adicionar
peróxido ao tratamento. Os melhores resultados foram obtidos utilizando peróxido
de hidrogênio antes do tratamento, em meio ácido, pH 3, agitando por 30 minutos,
aproximadamente. Após ajustou-se o pH ate 7 e seguiu-se o tratamento
convencional com adição de coagulante. Construiu-se gráfico comparando a
eficiência do uso de filtro de zeolitas na remoção do fósforo, conforme figura
01:
Avaliou-se a eficiência do uso de carvão em pó durante o processo de tratamento
para remoção de contaminantes presentes no efluente, os resultados são
apresentados na Figura 02:
Observou-se que o uso de carvão em pó durante o tratamento é indispensável,
quando se trata da remoção de DQO e íons fósforo.
Figura 01
Comparativo entre filtragem com carvão e zeolitas e
apenas carvão na remoção de fosforo no tratamento
de efluente
Figura 02
Comparativo entre uso de carvão em pó para redução
da DQO no tratamento de efluente
CONCLUSÕES: O uso de zeólitas mostrou-se eficiente para remoção de íons fósforo. O emprego de
peroxido de hidrogênio teve resultados satisfatórios para algumas amostras, porem
o lodo formado ao final do tratamento flota, sendo inviável sua utilização. O uso
de carvão tanto em pó ou granulado, é uma boa alternativa para remoção de cor e
matéria orgânica presente nos efluentes. É um adsorvente de fácil obtenção e
simplicidade no emprego. O uso de coagulante polissulfato de alumínio e cloreto
férrico apresentaram os melhores resultados pra remoção de impurezas presente no
efluente.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução No 357,de 2005. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm? codlegi =43>.Acessado em 30 de abril de 2013.
LAWTON, L. A.; COOD,. G. A.; Cyanobacteria (Blue-green algae) toxins and their significance in UK and European Warters. J. Inst. Water Environ. Manag 5, 1991, pag. 460-465, citado em ARAI, Y.; Sparks, D. L; Phosphate reaction dynamics in soil and soil components: A multiscale approach. Hydrol. Process. 94, 2007, pag. 135-179.
RAST, W.; THORNTON, J. A.; Trends in eutrophication research and control. Hydrol. Process. 10, 1996, pag. 295-313.
RIO GRANDE DO SUL. Conselho Estadual do Meio Ambiente. Resolução N0128 de novembro de 2006. Disponível em: <http://www.mp.rs.gov.br/ambi ente/legislacao /id 4887.htm>. Acessado em 01 de maio de 2013.