53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: Decomposição térmica do corante vermelho 40

AUTORES: de Oliveira Dias, P. (UFRN) ; Alexandre Costa, R.R. (UFRN) ; Paiva Campos, P.R. (UFRN) ; Vitoria de Moura, M.F. (UFRN) ; Silva Junior, J.H. (UFRN)

RESUMO: Como forma de tornar os alimentos e bebidas mais atrativos, são utilizados na fabricação dos mesmos corantes artificiais que são classificados como aditivos e não apresentam valores nutricionais, dentre estes, é possível destacar o corante vermelho 40, que apresenta boa estabilidade à luz, calor e ácido, sendo considerado o corante vermelho mais estável para bebidas na presença do ácido ascórbico. Devido ao seu amplo uso na indústria de alimentos e bebidas e visando o controle de qualidade dessa substância, foi analisado neste trabalho o comportamento térmico deste corante quando submetido ao aquecimento sob atmosfera de ar (oxidante) e de nitrogênio (inerte), levando também em consideração os teores de umidade, de matéria orgânica e de cinzas, obtidos por meio das curvas de análise térmica.

PALAVRAS CHAVES: corante Vermelho 40 ; comportamento térmico; controle de qualidade

INTRODUÇÃO: Os corantes artificiais estão representados numa classe de aditivos sem valor nutritivo, sendo introduzidos nos alimentos e bebidas com finalidade de conferir cor, tornando-os mais atrativos. Por esse motivo, do ponto de vista da saúde, os corantes artificiais em geral não são recomendados, sendo isto justificado pelas complicações que podem causar ao organismo. Mesmo assim, os corantes são amplamente utilizados nos alimentos e bebidas devido a sua grande importância no aumento da aceitação dos produtos, visto que, alimentos coloridos são mais atrativos e aumentam o prazer do consumidor. O corante vermelho 40 apresenta boa estabilidade à luz, ao calor e a soluções ácidas, sendo considerado o corante mais estável para bebidas na presença de ácido ascórbico, um agente redutor. Estudos metabólicos mostraram que o corante vermelho 40 é pouco absorvido pelo organismo e em estudos de mutagenicidade, este não apresentou potencial carcinogênico como muitos outros corantes vermelhos artificiais (CALIL, R. M.; AGUIAR, J. A.1999). No entanto, há evidências de que uma pequena porcentagem de pessoas, quando exposta a este tipo de corante, desenvolveram reações com tendência ao choque anafilático (PRADO, M.A. GODOY, H.T. 2003).

MATERIAL E MÉTODOS: Neste estudo utilizou-se o instrumento SDTQ600, da TA Instruments, que realiza análises de termogravimetria, análise térmica diferencial e calorimétrica exploratória diferencial simultaneamente. Para as análises foram utilizados atmosfera de ar e nitrogênio, na vazão de 100 mL min-1; cadinho de alumina;massa do corante vermelho 40, da Cotla Foods, de 5 mg; aquecimento da temperatura ambiente até 1000 °C e razão de aquecimento de 20 °C min-1.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Tabela 1 apresenta os resultados relativos às curvas TG e DSC para o aquecimento do vermelho 40 em atmosfera de ar e de nitrogênio. Δm se refere à variação de massa sofrida pela amostra em cada etapa considerada, Tf se refere à temperatura tomada como referência como sendo a maior temperatura medida para cada etapa, o tipo de fenômeno se refere a endotérmico ou exotérmico e ΔE se refere à quantidade de energia medida para cada etapa. Os intervalos de aquecimento foram divididos em três etapas, sendo a primeira relativa à desidratação, a segunda relativa à decomposição da matéria orgânica e a terceira à decomposição de carbonato. Os resultados indicam que a atmosfera influenciou os resultados obtidos tanto em relação às perdas de massa quanto em relação à energia associada a cada etapa, sendo a etapa apenas a primeira etapa endotérmica e todas as demais exotérmicas. A terceira etapa foi bastante influenciada pela mudança de atmosfera sendo que em ar a entalpia foi quase sete vezes maior quem em nitrogênio, resultado que foi influenciada pela grande quantidade de matéria carbonácea gerada quando foi utilizada a atmosfera de N2. A Tabela 2 apresenta os resultados para o teor de umidade, matéria orgânica e cinzas calculados a partir dos dados obtidos das curvas de termogravimetria (TG).





CONCLUSÕES: Os experimentos realizados permitiram determinar os teores de umidade, matéria orgânica e cinzas úteis para o controle de qualidade dessa substância.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CALIL, R. M.; AGUIAR, J. A. Aditivos nos alimentos. São Paulo: Câmara Brasileira do Livro. 1999.

PRADO, M. A.; GODOY, H. T. Corantes artificiais em alimentos. Alim. Nutr.; Araraquara, v. 14, n. 2, p. 237-250, 2003.