Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Química Analítica
TÍTULO:  DETERMINAÇÃO QUANTITATIVA DO MATERIAL PARTICULADO PRESENTE EM ÓLEO DIESEL B 1800
AUTORES:  de Marco Farinon, P.A. (UFMT)  ; Menezes de Oliveira, J.C. (UFMT)  ; José Terezo, A. (UFMT)  ; França Lopes, C. (UFMT)
RESUMO:  O alto consumo de óleo diesel B é sustentado principalmente pelo setor de 
transporte, agropecuária e de geração de energia. A qualidade desse combustível 
é mensalmente divulgada através de boletins de qualidade pela ANP. Desde o 
início do primeiro trimestre de 2013 houve um aumento dos índices de não 
conformidades do óleo diesel B, em especial para o parâmetro aspecto. Pelo fato 
desse ensaio analítico não apresentar uma comparação quantitativa, propõe-se um 
método quantitativo para identificar e quantificar seletivamente essas 
partículas contaminantes presentes no combustível. Através dos resultados 
obtidos, verificou-se no material particulado, a predominância dos elementos: 
ferro, zinco, magnésio e alumínio, possivelmente metais associados a processos 
de corrosão de dutos e tanques.
PALAVRAS CHAVES:  óleo diesel B1800; material particulado; ICPOES
INTRODUÇÃO:  O óleo diesel B S1800 é utilizado em máquinas e motores de grande porte, 
movimentando setores como: o de transporte, o agropecuário e o de transformação 
(geração de energia). Em relação a sua qualidade, controlada pelo Programa de 
Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis Líquidos – PMQC, o óleo diesel vem 
apresentando elevados índices de não conformidade na característica “Aspecto”. A 
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis(ANP) especifica a 
norma técnica NBR14954 da Associação Brasileira de Normas Técnicas(ABNT) para 
avaliação do parâmetro aspecto em combustível destilado que é reportado somente 
a presença ou ausência de material particulado (ANP, 2011). Esse material 
particulado pode ser qualquer contaminante detectado visualmente, como água 
livre, partículas metálicas ou poeira. Portanto, como não há uma metodologia 
analítica quantitativa capaz de avaliar a presença destes contaminantes, propõe-
se um método para quantificar o material particulado presente no óleo diesel B 
S1800 através da Espectrometria de Emissão Óptica com Plasma Indutivamente 
Acoplado (ICPOES).
MATERIAL E MÉTODOS:  No primeiro trimestre de 2013, detectou-se amostras não conformes no parâmetro 
aspecto e estas foram separadas para a análise. Procedeu-se a filtração a vácuo 
(compressor Diapump, MOD. 089-CL) com a membrana filtrante 0,22 µm composta de 
ésteres, nitrato de celulose e acetato de celulose (Anidrol). Realizou-se a 
limpeza do sistema de filtração com heptano grau p.a. (Carlo Erba Reagents). De 
acordo com a norma ABNT NBR 15553:2008, preparou-se uma solução de ácido 
clorídrico 5 mol/L (HCl 37 %, Synth P.A.) para a lavagem de vidrarias a serem 
utilizadas nos experimentos, as quais permaneceram em solução por no mínimo seis 
horas e enxaguadas com água deionizada. Iniciou-se a digestão das amostras (3030 
E. Nitric Acid Digestion – SMWW22), utilizando uma alíquota de 5 mL de HNO3 65% 
(Qhemis p.a.) sob aquecimento em torno de 80 °C e leve agitação. Deixou-se a 
amostra resfriando na capela, após o término da digestão. Diluiu-se o extrato 
das amostras com água deionizada, para uma massa total de aproximadamente 100 g 
(Balança analítica Ohaus, MOD.AR2140). Preparou-se as soluções padrão a partir 
do padrão multielementar de 21 elementos contendo Ag, Al, B, Ca, Co, Cr, Cu, Fe, 
K, Mg, Mn, Na, Ni, P, Pb, Si, Sn, Sr, Ti, Ve Zn(Specsol de 100mg/kg). Em 
seguida, construiu-se uma curva analítica por padronização externa com 
concentração total na faixa de 0,52 - 10,09 mg/kg. Posteriormente a leitura das 
amostras foi realizada em triplicata no espectrômetro de emissão ótica com 
plasma indutivamente acoplado,  (Thermo Scientific ICAP 6300). 
RESULTADOS E DISCUSSÃO:  Primeiramente, quantificou-se a massa total dos contaminantes presentes no óleo 
diesel que ficaram retidos na membrana filtrante. A resolução ANP n. 65/2011 não 
especifica um limite para este parâmetro no óleo diesel B S1800, porém se 
compararmos com o óleo diesel B S10, que limita em 24 mg/kg,  das 16 amostras 
avaliadas, 15 apresentaram valores acima, desde 28 até 151 mg/kg, conforme 
Tabela 1. A linearidade apresentou-se satisfatória seletivamente para os 
elementos estudados, tendo os coeficientes de correlação (r2) da curva analítica 
acima de 0,995 (Tabela 2). Obteve-se limites de detecção (LD) e de quantificação 
(LQ) baixos para os comprimentos de onda estudados. Nas amostras avaliadas, 
quantificou-se alguns elementos, sendo que o ferro, zinco e alumínio foram 
predominantes (Tabela 1). Uma hipótese da presença destes metais pode estar 
associada à corrosão de tanques, dutos, bombas e conexões metálicas utilizadas 
no transporte, armazenamento e manuseio do óleo diesel B S1800. A resolução ANP 
n. 65/2011 não especifica limites para estes contaminantes e os resultados 
obtidos podem contribuir para uma nova discussão técnica sobre as especificações 
do óleo diesel B S1800 haja vista que a presença destes contaminantes vem sendo 
recorrentemente reportadas.
Tabela 1

Resultados da contaminação total e concentração dos 
elementos detectados no material particulado
Tabela 2

Coeficiente de Correlação (r²), Limite de 
Detecção(LD) e Limite de Quantificação(LQ) 
CONCLUSÕES:  O método proposto é linear, seletivo, repetitivo e robusto para quantificar a 
composição química do material particulado presente no óleo diesel B S1800. Os 
resultados obtidos pelo ICPOES mostraram que os elementos Ferro, Zinco, Magnésio e 
Alumínio predominaram na composição do material particulado avaliado. Estes 
elementos podem estar associados a processos de corrosão de tanques e dutos, bem 
como, por contaminação de materiais particulados do ar e do solo.
AGRADECIMENTOS:  Central Analítica de Combustíveis/UFMT
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:  AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEL. Resolução ANP N° 65, DE 9.12.2011 – DOU 12.12.2011. Disponível em http://nxt.anp.gov.br/nxt/gateway.dll/leg/resolucoes_anp/2011/dezembro/ranp%2065%20-%202011.xml Acesso em 12 de julho de 2013.
SILVA, F.V. ; TREVIZAN, L.C. ; SILVA, C.S. ; NOGUEIRA, A.R.A. ; NOBREGA, J.A. ; 2002. Evoluation of inductively coupled plasma optical emission spectrometers with axially and radially viewed configurations. Spectrochimica Acta Part B 57, 1905-1913.
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