53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: DETERMINAÇÃO DO TEOR DE HISTAMINA EM TILÁPIA PELO MÉTODO ESPECTROFLUORIMÉTRICO

AUTORES: Costa, J.M.B. (UFRN) ; Bezerra, R.M. (UFRN) ; Moura, M.F.V. (UFRN) ; Nascimento, J.M.C. (UFRN) ; Costa, L.S. (UFRN)

RESUMO: Este trabalho teve como objetivo desenvolver uma metodologia viável para se determinar a concentração de histamina em peixes conhecidos por tilápia do Nilo. As amostras utilizadas neste trabalho foram pescadas em viveiros da Escola Agrícola de Jundiaí. Para o preparo da amostra utilizou-se a técnica de extração em fase sólida por troca iônica para concentração do analito e para a análise do teor de histamina utilizou-se a espectrofluorimetria. Na determinação de Histamina levou-se em consideração o tempo de congelamento de 24 horas, 7 dias e 15 dias de congelamento. Os resultados indicaram que houve um aumento do teor de histamina na amostra com o aumento do tempo de congelamento. A ingestão desta substancia pode causar problemas de intoxicação alimentar quando for a grande quantidade.

PALAVRAS CHAVES: Tilápia do Nilo; espectrofluorimetria; histamina

INTRODUÇÃO: O peixe constituí uma importante fonte de proteína de alta qualidade, vitaminas A, D e E, e do complexo B. A FAO recomenda um consumo mínimo de produtos pesqueiros de 12 kg por habitante por ano. A média mundial de consumo de pescados é de 16 kg por habitante ao ano, entretanto espera-se que esse consumo alcance uma media de 22,5 kg por habitante ao ano até o ano de 2030. Apesar de todas estas qualidades o pescado é um alimento muito susceptível a deterioração e com isto podendo levar a formação de aminas biogênicas, principalmente a histamina. Dentre as aminas biogênicas, podem ser citadas: histamina, serotonina, tiramina, feniletilamina, triptamina, putrescina, cadaverina, agmatina e espermidina. Teores elevados destas substâncias podem causar intoxicação alimentar. Por este motivo, vários índices de qualidade química já foram propostos para alimentos baseados nos teores de aminas biogênicas. Nesse trabalho deteve-se especificamente na histamina, onde se fez a determinação da concentração da mesma através da espectrofluorimetria após extração em fase sólida do analito de interesse. Os sintomas de intoxicação por histamina podem começar no intervalo de uma a duas horas após sua ingestão através do peixe contaminado, e são similares aos da alergia alimentar, como ardor na boca, vermelhidão facial, erupção cutânea, transpiração excessiva, náuseas e cefaleia. Os sintomas normalmente duram algumas horas e raramente põe em risco a vida.

MATERIAL E MÉTODOS: Neste trabalho foram utilizados os materiais a seguir: Instrumentos (agitador magnético, balança analítica, espectrofluorimetro de fluorescência, multiprocessador, refrigerador); Reagentes (ácido clorídrico nas concentrações de 0,1 e 1,0 mol/L; solução de ácido fosfórico; solução de aldeído dicarboxi-o- ftálico; metanol P. A., solução de hidróxido de sódio nas concentrações de 1,0 e 2,0 mol/L, solução de histamina nas concentrações de 1000; 10; 2; 1,5; 1; 0,5 e mg/mL e resina de troca iônica. Vidrarias (bastão de vidro, béquer 50 e 100,0 mL, pipeta graduada de 10,0, 5,0 e 1,0 mL, vidro de relógio e bureta com revestimento de polietileno de 25,0 mL, balão volumétrico de 100 mL, erlenmeyer de 125 mL, funil e proveta de 100 mL, termômetro, espátula de aço, suporte universal de metal, recipiente de alumínio de 1000 mL, papel de filtro, bico de Bunsen, tela de amianto, gás butano e barrinha magnética. As amostras de tilápia foram pescadas e abatidas na Escola Agrícola de Jundiaí e transportadas imediatamente para o laboratório e depois descamadas e retiradas as cabeças, espinhas, nadadeira, calda, pele e vísceras. As soluções padrões com concentrações de 0,05; 0,1; 0,15; 0,2 µg/mL foram levadas ao espectrofluorímetro. Para a execução do teste de recuperação procedeu-se a todo o procedimento substituindo à solução da amostra por uma solução padrão a 0,1656 mg L-1. Para extração da histamina procedeu-se ao condicionamento da coluna fazendo-se passar 5 mL de água destilada. Após o condicionamento fez passar pela coluna 1,0 mL da solução amostra e mais 35,0 mL de água destilada que foram recolhidos em proveta de 100,0 mL contendo 5,0 mL de HCl 1,0 mol/L e aferiu-se para 50,0 mL com água destilada. Esta última solução foi mantida sob refrigeração até o momento da análise.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Tabela 02 apresenta os resultados do Teste de Recuperação. A partir dos valores obtidos pode-se afirmar que a recuperação foi razoavelmente eficiente, com uma média de 85,02 %. O desvio padrão de 6,65 apresentou uma dispersão grande nos valores indicando a necessidade de se melhorar a eficiência da extração. A Tabela 03 apresenta os resultados relativos às medidas de intensidade de fluorescência obtidas para as soluções padrão. A Figura 07 apresenta os dados obtidos e a curva analítica para a série de padrões utilizada neste trabalho. Para a qual obteve-se após regressão linear dos pontos a equação y = 598353x – 49,275. Resultados das análises de histamina nas amostras: As Tabelas 04, 05 e 06 apresentam os resultados obtidos para análise de histamina na tilápia obtidas por fluorescência.

Tabela de resultados e curva analítica para histamina



Resultados do teor de histamina para a amostra 1, 2 e 3.



CONCLUSÕES: Foi possível determinar por espectrofluorimetria o teor de histamina em peixes do tipo tilápia, obtendo-se valores inferiores àqueles exigidos na legislação para pescado. Foi possível extrair a histamina da matriz biológica (músculo de tilápia) encontrando-se valores dentro da curva analítica. As perdas foram repetitivas como indicou os resultados do teste recuperação, obtendo como resultado para este teste uma média de 85,0 +/- 6,65 %. O estudo da influência do tempo de congelamento mostrou que para os tempos estudados não se verificou alteração nos valores de concentração de histamina.

AGRADECIMENTOS: Agradeço, em primeiro lugar, a Deus, a Prof(a) Maria de Fátima Vitória, Prof. Júlio César, a UFRN, a todos os familiares e amigos. Obrigado a todos.

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