Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Química Analítica
TÍTULO: Estudo da interação fármaco-excipiente do norfloxacino por DSC.
AUTORES: da Silva Pereira, F. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS) ; de Espindola Alves, C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS) ; Gonçalves Leles, M.I. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS)
RESUMO: O norfloxacino é um fármaco que faz parte do grupo quinolonas [1]. É um
antibiótico indicado para o tratamento de infecções; do trato urinário, gonorreia
e febre tifóide [2]. A técnica de análise térmica de calorimetria exploratória
diferencial – DSC tem sido muito utilizada nos estudos de pré-formulação na
investigação e predição de incompatibilidades físico-químicas entre fármacos e
excipientes [3]. O Parâmetro medido é a diferença na potência de entrada dos
aquecedores, d (∆Q/dt ou dH/dt) [4]. A compatibilidade fármaco-excipiente são
geralmente conduzidos através da obtenção de curvas DSC do fármaco, do excipiente
e da mistura na proporção 1:1 do fármaco e do excipiente [3]. A curva obtida é o
registro do fluxo de calor dH/dt como função de temperatura [4].
PALAVRAS CHAVES: Análise térmica; Formulação; Fármaco-exipiente
INTRODUÇÃO: O norfloxacino é um fármaco que faz parte do grupo quinolonas [1]. Todas as
quinolonas interagem com cátions multivalentes, formando complexos de quelação,
com conseqüente redução da absorção [5]. É um antibiótico indicado para o
tratamento de infecções; do trato urinário, gonorréia e febre tifóide [2]. A
fórmula molecular é C16H18FN3O3 e o peso molecular de 319,3 [6]. A técnica de
análise térmica de calorimetria exploratória diferencial – DSC tem sido muito
utilizada nos estudos de pré-formulação na investigação e predição de
incompatibilidades físico-químicas entre fármacos e excipientes [3]. Na DSC a
amostra e o material referência são mantidas isotermicamente pelo uso de
aquecedores individuais. O Parâmetro medido é a diferença na potência de entrada
dos aquecedores, d (∆Q/dt ou dH/dt). A curva obtida é o registro do fluxo de
calor dH/dt como função da temperatura [4]. Na rápida triagem de excipientes na
realização de um estudo de pré-formulação, assume-se que as propriedades
térmicas de misturas ou de formulações em teste são iguais a soma das
contribuições de cada componente individual [7]. A técnica de calorimetria
exploratória diferencial – DSC permite a rápida avaliação de possíveis
interações entre fármacos e excipientes através do aparecimento, deslocamento ou
desaparecimento de eventos endotérmicos ou exotérmicos e/ou variações de valores
de entalpia nas curvas DSC de misturas de fármaco-excipiente [3].
MATERIAL E MÉTODOS: As análises de Calorimetria Exploratória Diferencial DSC foram realizadas no
equipamento DSC modelo 822e da Mettler Toledo, de 25°C a 600°C e foi realizado em
uma razão de aquecimento de 10°C min-1, atmosfera de forno ar sintético com fluxo
de 50 mL min-1, com massa de amostra de aproximadamente 5 mg.
Foram avaliados a matéria prima do norfloxacino, o piloto em desenvolvimento o
medicamento de referência Floxacin®, e as misturas em uma proporção de 1:1 a
matéria prima com os excipientes celulose, croscarmelose e amido.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na Figura 1 estão as curvas DSC do princípio ativo norfloxacino e das misturas
na proporção 1:1 de norfloxacino com os excipientes. Observa-se que tanto na
matéria prima quanto nas misturas fármaco-excipiente que estão sobrepostas nesta
mesma figura, ocorre com forte evidência um pico endotérmico na faixa de
temperatura de 220°C a 225°C que está relacionado à fusão da matéria prima.
Na Figura 2 estão às curvas DSC da matéria prima usada na forma farmacêutica em
desenvolvimento, o piloto desenvolvido e o medicamento de referência Floxacin®.
O pico de fusão característico do norfloxacino que ocorre em 122°C está bem
visível na análise e como pode ser observado tanto no piloto em desenvolvimento
quanto no medicamento Floxacin®, o pico da fusão do princípio ativo permanece na
mesma temperatura, embora com menor intensidade, indicando que sua integridade
foi mantida. O piloto em desenvolvimento também apresenta perfil semelhante ao
medicamento de referência.
Figura 1
a) Celulose b) Croscarmelose c) Amido d) MP 8543
Figura 2
a) MP 8543 b) Referência Floxacin® c) Piloto
CONCLUSÕES: Os resultados obtidos através da técnica termoanalítica DSC da matéria prima, das
misturas 1:1 nos leva a concluir que não ocorre interação entre o fármaco e os
demais excipientes estudados, e que tanto no piloto quanto no medicamento de
referência Floxacin® também permanece o pico relativo à fusão do princípio ativo.
Sendo assim, como não houve nenhum deslocamento, desaparecimento ou surgimento de
novos eventos nas curvas DSC sugere-se que não ocorreu nenhuma interação que possa
comprometer a eficácia do princípio ativo.
AGRADECIMENTOS: UFG, FUNAPE, CNPq.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: [1] SILVA, PENILDON. Farmacologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 1082 p.
[2] BULA, Norfloxacino. Disponível em:<www.medley.com.br/portal/bula
/norfloxacino_comp_rev.pdf> Acesso em: 07 maio 2013.
[3] ALVES, Ricardo. Estudo termoanalítico e de compatibilidade fármaco-excipiente de rifampicina e alguns medicamentos utilizados na terapêutica da tuberculose. 2007. Dissertação (Mestrado em Ciências)- Programa de Pós-Graduação em Fármaco e Medicamentos. Universidade de São Paulo, São Paulo.
[4] IONSHIRO, M.A.; GIOLITO, I. Nomenclatura, padrões e apresentação dos resultados em análise térmica. Cerâmica, 26(121) 17-24, 1980.
[5] CRAIG R., Charles; ROBERT E., Stitzel. Farmacologia Moderna com Aplicações Clínicas. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 487 p.
[6] BRUNTON L., Laurence. LOZO S., John. PARKER L., Keith. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 11. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2007. 1006 p.
[7] CLAS S-D; DALTON, C.D.; HANDCOCK, B.C. Differential scanning calorimetry: Applications in drug development. Pharm. Sci. Technol. Today, 2 (8), 311-320, 1999.