Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Química Analítica
TÍTULO: DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ÁLCOOL PRESENTE NA GASOLINA COMERCIALIZADA NA CIDADE DE PONTES E LACERDA - MT
AUTORES: Mota, L.A. (IFMT-FO/PL) ; Oliveira, D.F. (IFMT-FO/PL) ; Pereira, I.H.A. (IFMT-FO/PL) ; Miranda, L.M. (IFMT-FO/PL) ; Alves, N.O. (IFMT-FO/PL) ; Lopes, R.A. (IFMT-FO/PL) ; Ferreira, J.N. (IFMT-FO/PL)
RESUMO: A gasolina é uma mistura de hidrocarbonetos, obtida a partir da destilação do
petróleo. No Brasil, antes da comercialização da gasolina, adiciona-se álcool
anidro, em que este deve ocupar o volume de 25% do composto, sendo admitido erro
de 1% para mais ou para menos, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis - ANP. Sendo assim, no presente trabalho, objetivou-se
determinar a quantidade de etanol presente na gasolina distribuída nos postos de
combustíveis da cidade de Pontes e Lacerda - MT, verificando se estes estavam
dentro das normas estabelecidas pela ANP. O método adotado foi o teste da
proveta, que se constitui na separação da gasolina e do etanol. Os resultados
permitiram concluir que apenas três postos de combustíveis contrariavam a
legislação brasileira.
PALAVRAS CHAVES: Gasolina; Teor de álcool; Teste da proveta
INTRODUÇÃO: A gasolina é obtida através do refino do petróleo, da qual perpassa por várias
etapas. Alguns fatores podem influenciar no tempo de sua produção, tais como: o
tipo do petróleo, o processo utilizado, a quantidade que se precisa produzir e o
tipo de gasolina desejado. Nos últimos anos, o total de veículos no Brasil
aumentou consideravelmente, o que acarretou o aumento do consumo de gasolina no
país (SANTOS et al, 2012). Um dos problemas enfrentados, quanto ao uso da
gasolina, é a sua qualidade, uma vez que esta pode ter sua composição
adulterada, que consequentemente, pode causar sérios danos aos automóveis e
prejuízos aos consumidores, além de impactos ao meio ambiente, redução na
arrecadação de impostos e até a concorrência desleal entre os distribuidores. No
Brasil, é considerada como gasolina adulterada, aquela que não está dentro dos
padrões exigidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP). Para comprovar se a gasolina está adulterada, é realizado
o teste da proveta, proposta pela Resolução ANP n.º 09/2007, na qual a adição de
certa quantidade de solução de cloreto de sódio na gasolina provoca a migração
do álcool para a fase aquosa – separando-o da gasolina (CRISTOFOLINI et al,
2009). Desse modo, pretendeu-se determinar a quantidade de álcool presente na
gasolina comercializada nos postos de combustíveis do município de Pontes e
Lacerda – MT, verificando se estes estão cumprindo as exigências da ANP.
MATERIAL E MÉTODOS: Este trabalho teve caráter quantitativo, sendo realizado no dia 17 de junho de
2013, no município de Pontes e Lacerda - MT. Foram recolhidas amostras de
gasolina comum de todos os postos de combustíveis da cidade, totalizando dez
amostras. Sendo que cinco postos estão situados na BR 174 que corta a cidade, e
os outros cinco estão localizados no perímetro urbano do município. As amostras
foram direcionadas ao laboratório do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Estado do Mato Grosso, Campus Fronteira Oeste / Pontes e Lacerda
(IFMT-FO/PL) para que se pudessem realizar as análises. Os procedimentos
utilizados estavam de acordo com o que a ANP recomenda, através do teste da
proveta e solução aquosa de cloreto de sódio (NaCl). Foram utilizadas provetas
de 100 mL de vidro graduada, e solução de cloreto de sódio a 1,5 mol/L (ou seja,
concentração a 10%). Adicionou-se na proveta 50 mL de gasolina e 50 mL de
solução de cloreto de sódio, misturou-se a solução e esperou 15 minutos para que
as duas camadas se separassem completamente. Para calcular a porcentagem de
álcool presente na gasolina, observou-se o volume da solução, após misturar a
gasolina com a solução de cloreto de sódio. Este teste foi realizado em
duplicada.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A separação do etanol e da gasolina ocorre devido ao etanol possuir parte polar
e outra apolar, sendo que sua parte apolar é atraída pelas moléculas da
gasolina, que também são apolares, porém sua parte polar é caracterizada pela
presença do grupo hidroxila (OH), que é atraída pelas moléculas da solução de
cloreto de sódio, que também são polares, realizando ligações de hidrogênio e
separando a gasolina do etanol. Na parte inferior da proveta, o álcool
juntamente com a solução de cloreto de sódio ficou estacionado, e na parte
superior, a gasolina. Com os resultados obtidos entre as dez amostras
analisadas, somente três (Postos B, E e F) foram consideradas fora dos padrões
exigidos pela ANP, ou seja, com concentração diferente da margem de erro de 24-
26% de álcool presente na gasolina. Entre os demais postos, somente dois destes
(Postos C e D) possuíam a quantidade exata recomendada pela legislação vigente,
com 25% de álcool (Tabela 1). Outro aspecto analisado foi o valor cobrado pela
gasolina, sendo que a média do preço por litro da gasolina avaliada como dentro
das normas da ANP resultou em R$ 3,07, já a média dos preços da gasolina
adulterada foi de R$ 3,08. Portanto, nota-se que não há diferença significativa
no preço entre os postos que comercializam a gasolina adulterada em relação aos
postos que estão cumprindo as determinações da ANP. Deste modo, a maior parte
dos postos de combustíveis de Pontes e Lacerda - MT estão de acordo com as
determinações exigidas pela legislação brasileira.
Tabela 1. Preço e teor de álcool na gasolina analisada.
Porcentagem de etanol presente em cada amostra de
gasolina analisada, com seus respectivos preços.
CONCLUSÕES: Foi possível observar que a maioria dos postos de combustíveis da cidade de Pontes
e Lacerda - MT estão cumprindo as determinações exigidas pela legislação, no que
se refere ao percentual de álcool presente na gasolina. Entretanto, somente dois
postos passariam no teste se não houvesse a margem de erro estabelecida pela ANP.
Também se observou que o valor cobrado pelos postos de combustíveis em que os
percentuais de álcool estavam fora das determinações exigidas pela ANP não possuía
diferença significativa em relação aos postos em que se cumpriam tais exigências.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CRISTOFOLINI, C. F.; ANASTÁCIO, J.; MONTEIRO, S. V. R. Análise da gasolina utilizada na região litoral norte catarinense para detecção do teor de etanol. 2012.
FOGAÇA, J. R. V.; Determinação do teor de álcool. Disponível em: <http://www.alunosonline.com.br/quimica/teor-alcool-na-gasolina.html>. Acesso em: 06/06/2013.
SANTOS, R. T. F.; SANTOS, M. O.; OLIVEIRA, M. M. Determinação do teor de álcool presente na gasolina comercializada na cidade de Caxias-MA. 2012.
UNESP. Determinação do teor de álcool em gasolina. Disponível em: <http://www2.fc.unesp.br/lvq/exp02.htm>. Acesso em: 17/06/2013.