Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Química Analítica
TÍTULO: VALIDAÇÃO DE METODOLOGIA ANÁLITICA PARA DOSEAMENTO DO INSUMO FARMACÊUTICO PARACETAMOL DC 90.
AUTORES: Santos, T.N.S. (UNUCET/UEG) ; Goetz, C.M. (UNUCET/UEG)
RESUMO: A validação de metodologias analíticas tem se tornado uma necessidade mundial, principalmente nas indústrias farmacêuticas devido a grande competitividade. O objetivo deste trabalho foi a validação da metodologia analítica utilizada no doseamento do insumo farmacêutico Paracetamol DC 90 por espectrofotometria. A farmacopeia americana 34º edição descreve metodologia analítica para doseamento do insumo farmacêutico Paracetamol. Entretanto fez se necessário a validação do método para o Paracetamol DC 90, pois há mudança dos componentes da matriz. Os parâmetros avaliados na validação desta metodologia analítica foram robustez, seletividade, linearidade, intervalo, precisão e exatidão, os quais apresentaram valores dentro do especificado pela legislação vigente.
PALAVRAS CHAVES: Validação; Paracetamol DC 90; Espectrofotometria
INTRODUÇÃO: A validação de metodologias analíticas é regulamentada pela Resolução 899 de 29 de Maio de 2003, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
A metodologia analítica em estudo é utilizada na quantificação da matéria prima Paracetamol DC 90, utilizada nas indústrias farmacêuticas para a produção de medicamentos com atividades antipiréticas e analgésicas.
O Paracetamol DC 90 é classificado como um agente anti-inflamatório não esteróide, AINEs sem, no entanto apresentar atividade anti inflamatoria significativa, diferentemente dos demais fármacos pertencentes ao grupo.
Sua farmacodinâmica não é completamente elucidada, sendo que se tem dois tipos de farmacodinâmica citadas para o paracetamol na literatura, pela inibição cicloxigenases, ou ainda pela associação com canabinóides.
O fármaco Paracetamol e o Paracetamol DC 90, se diferenciam apenas pelo fato do Paracetamol DC 90 ser um tipo de insumo que possui em sua rota de produção a adição de excipientes que possibilitam sua compressão direta quando adquirido pela indústria farmacêutica.
Segundo a ANVISA as metodologias descritas em farmacopeias ou compêndios oficiais devidamente reconhecidos pela mesma são considerados validados.
O Paracetamol apresenta metodologia analítica para sua quantificação por espectrofotometria na região do ultravioleta e visível descrita na Farmacopéia Americana 34º Edição, entretanto fez se necessário a validação da metodologia para aplicação ao Paracetamol DC 90 visto que existe uma mudança nos componentes da matriz entre os dois fármacos.
Assim para verificar a validade da metodologia analítica quando aplicada ao Paracetamol DC 90 avaliou se os parâmetros: especificidade, linearidade, intervalo, repetibilidade, precisão intermediária, exatidão e robustez.
MATERIAL E MÉTODOS: A metodologia validada usou insumos de uma Indústria Farmacêutica do DAIA (Distrito Agroindustrial de Anápolis) em Anápolis-Go.
Utilizou-se além de vidrarias, balança analítica, banho de ultrassom e espectrofotômetro UV-Vis marca Varian modelo Cary Bio 50. Como reagentes se utilizou hidróxido de sódio PA, água ultra pura do tipo MILLI-Q e padrão de referencia Paracetamol com teor de 99,64%.
40mg de paracetamol (padrão) foi pesado e transferido para balão volumétrico de 250 mL adicionando 50mL de hidróxido de sódio 0,4% e em seguida foi adicionado 150mL de água ultra pura. Essa solução foi levada ao banho de ultrassom durante 15 minutos, depois o volume do balão foi completado com água (0,16mg/mL).
Pipetou-se volumetricamente 5 mL da solução anteriormente preparada para balão volumétrico de 100 mL, adicionando se em seguida 10 mL de hidróxido de sódio 0,4%, e o volume foi completado com água ( 0,0080mg/mL ).
O branco foi preparado com 10 mL de hidróxido de sódio 0,4% para balão volumétrico de 100 mL, e o volume completado com água.
O mesmo procedimento realizado no preparo da solução padrão foi realizado no preparo da solução amostra, entretanto após a primeira diluição a solução amostra foi filtrada em filtro do tipo faixa preta, descartando os primeiros 50 mL do filtrado antes da pipetagem.
As soluções preparadas foram lidas em espectrofotômetro UV-Visível no comprimento de onda de 257 nm, corrigindo a leitura pelo branco.
Os testes para validação da metodologia, realizados conforme Resolução 899 da ANVISA/2003, foram: Conformidade com o sistema, Seletividade, Linearidade, Intervalo, Precisão (repetibilidade e precisão intermediária), Exatidão e Robustez (estabilidade da solução e tempo de extração).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os testes realizados em conformidade com a Res 899/03 Anvisa Foram:
Conformidade com o sistema – A absorbância molar média encontrada foi 0,5833+/-0,002155. O valor do desvio padrão muito baixo indicou que o aparelho usado forneceu resultados confiáveis podendo ser utilizado para a validação.
Seletividade – O Paracetamol DC90 apresentava diversos excipientes em sua composição o que tornou necessário a análise de possíveis interferentes na absorção de luz. Encontrou-se grau de interferência de -0,37% o que significa a não interferência na absorção da amostra.
Linearidade – A linearidade entre a absorbância e a concentração foi determinada em cinco soluções com concentrações entre 80 e 120% (conforme figura1). O coeficiente de correlação de Pearson foi 0,9987 (A Anvisa estabelece um mínimo de 0,99 e o INIMETRO 0,90).
Precisão – Foram feitos testes para repetibilidade da amostra(desvio padrão 0,49) e do padrão (desvio padrão de 0,26%). A Anvisa estima valores máximos de 5%.
Precisão intermediária – análises realizadas por um segundo analista nas mesmas condições e aparelho apresentaram desvio padrão 1,21% para padrão e 1,25% para a amostra.
Exatidão – Foram realizados testes com padrão e mistura padrão + amostra em concentração 80, 100 e 120%. O grau de recuperação obtido foi respectivamente 99,68; 98,14 e 99.09% o que garante que a metodologia foi exata.
Robustez – Foram realizados testes em diferentes tempos de extração (5, 15 e 30 minutos) obtendo desvio padrão abaixo de 1 e grau de recuperação entre 101,99 % e 102,36%. Foram realizados também testes de estabilidade da solução em diferentes tempos de extração (T= 0,3,6,9,12 e 24h). A variação máxima foi de 0,35% para o padrão e 0,89% para a amostra como mostra a figura 2.
Figura 1
A figura representa uma curva concentração (mg/mL) x absorbâncias. Pela análise gráfica verificamos a existência da correlação linear, com r = 0,9987
Figura 2
A figura mostra a avaliação da estabilidade das soluções padrão e amostra, em relação ao tempo inicial, por um período de 24h.
CONCLUSÕES: A metodologia para quantificação do composto Paracetamol DC 90 por espectrofotometria na região do ultra-violeta, apresentou especificidade, linearidade, intervalo, precisão e exatidão adequados a análise.
Embora a espectrofotometria não seja muito utilizada para a quantificação de um composto em presença de outros, neste caso a metodologia foi considerada válida, pois os excipientes não interferiram na absorção de luz da substância de referência. O método, portanto atendeu às exigências assegurando a obtenção de resultados confiáveis, e de credibilidade.
AGRADECIMENTOS:
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