Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Química Analítica
TÍTULO: AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS INDICADORES DA QUALIDADE DA ÁGUA UTILIZADA EM FARMÁCIAS DE MANIPULAÇÃO
AUTORES: Corrêa, A.C. (UNIOESTE) ; Vasconcelos, H.L. (UNIOESTE)
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi analisar parâmetros físico-químicos tais como, pH, condutividade, NH4+, NH3, Ca2+/Mg2+, Cl-, NO3-, SO42- e Pb em amostras de água purificada utilizadas no preparo de medicamentos em farmácias magistrais da cidade de Cascavel-PR, para fins de qualidade exigidos pela Farmacopéia
Brasileira. Amostras de água purificada foram coletadas mensalmente em 5
farmácias de manipulação da cidade. Todas as amostras em todas as coletas
realizadas, apresentaram valores de pH dentro da faixa estabelecida (5–7). A
análise de condutividade revelou que em todas as coletas realizadas pelo menos
uma amostra ultrapassou o valor máximo permitido, que é de 1,3 μS/cm. Os demais
parâmetros apresentaram resultados de acordo com as especificações exigidas pela Farmacopéia Brasileira
PALAVRAS CHAVES: água purificada; controle de qualidade; farmácias magistrais
INTRODUÇÃO: A água purificada que é usada na produção de medicamentos e outros produtos para a saúde deve apresentar considerável grau de pureza, a fim de garantir a
qualidade dos produtos nos quais é utilizada (ALENCAR, J. R. B.; ROLIM NETO, P.
J. 2000, FERREIRA, A. O. 2002). A água purificada pode ser obtida por uma
combinação de sistemas de purificação, em uma sequência lógica, tais como
múltipla destilação, troca iônica, osmose reversa, eletrodeionização,
ultrafiltração, ou outro processo capaz de atender, com a eficiência desejada,
aos limites especificados para os diversos contaminantes (VEOLIA, E. 2009).
Dentre os parâmetros de qualidade exigidos pela Farmacopéia Brasileira para água purificada utilizada em farmácias de manipulação destacam-se os físico-químicos (pH, acidez ou alcalinidade, condutividade, substâncias oxidáveis, amônio, cálcio e magnésio, cloretos, nitratos, sulfatos, resíduo por evaporação) e contagem de microrganismos viáveis totais (BRASIL, FARMACOPÉIA BRASILEIRA 5ªed 2010). O objetivo deste trabalho foi verificar o grau de contaminação química em amostras de água purificada utilizadas no preparo de medicamentos e formulações cosméticas em farmácias magistrais da cidade de Cascavel-PR, de acordo com parâmetros farmacopéicos de qualidade exigidos.
MATERIAL E MÉTODOS: Amostras de água purificada foram coletadas mensalmente em 5 farmácias de
manipulação da cidade de Cascavel-PR, sendo denominadas amostras A1, A2, A3, A4
e A5. O período de amostragem foi compreendido entre os meses de setembro/2012 e fevereiro/2013. A água foi coletada em um único ponto na saída do sistema de
purificação, sendo a osmose reversa o sistema predominante em praticamente todas as farmácias selecionadas. Após a coleta, as amostras foram acondicionadas em caixa de isopor e trazidas para o laboratório onde foram armazenadas sob refrigeração a 4°C. Ao chegar no laboratório, procedeu-se em seguida às análises de pH, condutividade, acidez ou alcalinidade, substâncias oxidáveis, amônio, amônia, cálcio e magnésio, cloretos, nitratos, sulfatos, resíduo por evaporação e metais pesados.Todas as análises realizadas foram em conformidade com o preconizado na Farmacopeia Brasileira (2010).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos para a análise de pH de todas as amostras coletadas
referentes ao período das 5 coletas, são apresentados na figura 1 abaixo.
Todas as amostras em todas as coletas realizadas, apresentaram valores de pH
dentro da faixa estabelecida pela Farmacopéia Brasileira (5,0 – 7,0), com
valores variando entre 5,6 a 6,96, sendo o valor médio de 6,67.
Os resultados obtidos para a análise de condutividade de todas as amostras
coletadas referentes ao período das 5 coletas, são apresentados na figura 2
abaixo.
A análise de condutividade revelou que em todas as coletas realizadas pelo menos uma amostra ultrapassou o valor máximo permitido, que é de 1,3 μS/cm, na
temperatura de 25,0°C. A amostra 03 foi a que apresentou maior conformidade nos
valores, estando fora somente na 2ª coleta. Já a amostra 02 foi a que apresentou os maiores valores observados acima do permitido. O valor médio de condutividade obtido para todas as amostras e em todas as coletas realizadas foi de 3,93 μS/cm.
Os demais parâmetros físico-químicos analisados apresentaram resultados de
acordo com as especificações exigidas pela Farmacopéia Brasileira para todas as
amostras em todo o período coletado, sendo que amônio apresentou abaixo de 0,2
mg/L, cálcio e magnésio abaixo de 1 mg/L, cloretos abaixo 0,5 mg/L, nitratos abaixo de 0,2 mg/L e resíduos por evaporação abaixo de 1 mg/L.
Figura 1
Figura 1. Valores de pH referentes a todas as
amostras observadas no período das 6 coletas.
Figura 2
Figura 2. Valores de Condutividade referentes a
todas as amostras observadas no período das 6
coletas.
CONCLUSÕES: De um modo geral, pode-se dizer que todas as amostras encontraram-se dentro dos
valores estabelecidos e exigidos pela Farmacopéia Brasileira para parâmetros
físico-químicos de água purificada, com exceção de algumas amostras unicamente
para o parâmetro condutividade. Tal constatação sugere uma possível falha de
manutenção no sistema de purificação das farmácias em estudo.
AGRADECIMENTOS: À Fundação Araucária pelo apoio financeiro concedido e à Universidade Estadual do Oeste do Paraná
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ALENCAR, J. R. B.; ROLIM NETO, P. J. Água para indústria farmacêutica: um processo alternativo. Rev Bras Farm. n. 81(3/4), 2000.
BRASIL. Farmacopéia Brasileira. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 5ª. ed. Brasília: Anvisa, 2010. Vol.1 e Vol.2 Monografia Água Purificada.
FERREIRA, A. O. Guia Prático da Farmácia Magistral. 2ª edição. Juiz de Fora, 2002.
VEOLIA, E. Sistemas de purificação de água: como fazer a melhor escolha. Analytica, n. 38, 2009.