Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Físico-Química
TÍTULO: A Reutilização da Casca do Tucumã para a Extração de Pigmentos Carotenóides Para Aplicações Industriais
AUTORES: Nunes, B.G. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA) ; Spinelli, A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA) ; Azevedo, M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA) ; Junior, W.K.B. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA)
RESUMO: Procedeu-se o despolpamento do fruto e foi levado a secagem.Realizou-se análises
físico-químicas de composição centesimal, quanto ao teor de umidade, lipídeos, e a
determinação do pH.Procedeu-se a extração por solvente pelo método soxhlet,usou-se
éter de petróleo e etanol, posteriormente realizou-se analises qualitativas no
espectrofotômetro na região do uv-visível e infra vermelho.Os resultados da
espectroscopia na região do UV-visível ilustram bandas características de
compostos carotenoides, na região de 400-500 nm com três picos nas regiões de 430,
450 e 470 nm com o uso do éter de petróleo.O Infravermelho revelou sinais
espectrais característicos de compostos carotenoides e outros compostos também,
como proteínas, ácidos graxos e compostos fenólicos.
PALAVRAS CHAVES: carotenoides; pigmentos; tucumã
INTRODUÇÃO: O tucumã é um fruto proveniente do tucumanzeiro; uma palmeira originaria do
estado do Amazonas e presente em estados da Região Norte do Brasil. O fruto do
tucumã é uma drupa lisa, apresentando grande variedade na cor, que vai do
amarelado até o alaranjado forte e vermelho; e é usado para diversos fins. A
polpa do fruto in natura pode ser usado na forma de suco concentrado, licor,
doce em massa, picolé, sorvete; além da extração de óleo; e do caroço produzem-
se anéis, pulseiras. O fruto é rico em substâncias graxas e fibras, além de
apresentar vitamina A(1,2,3). Estudos ilustram que o fruto de tucumã está entre
os frutos que apresentam maior concentração de -caroteno; sendo, portanto uma
fonte promissora de extração de pigmentos naturais(4). Os carotenoides estão
entre os pigmentos naturais mais abundantes, uma vez que a maioria das plantas
pode sintetizá-los como proteção contra processos fotooxidativos. O grupo de
pesquisas de ROSSO (2007) estudou a extração de pigmentos carotenoides de
urucum, buriti, abricó e pupunha. A extração do óleo do tucumã já vem sido
estudada por pesquisadores brasileiros (6-7), entretanto existem poucos relatos
na literatura sobre a extração do pigmento do tucumã visando aplicações na
indústria industrias, tais como indústria alimentícia, de tecidos, além do uso
em células solares. Dentro deste contexto, esta pesquisa visou a extração de
pigmentos provenientes da casca do tucumã, já que a mesma geralmente é
descartada; para o uso em aplicações industriais.
MATERIAL E MÉTODOS: Procedeu-se o despolpamento manual do fruto com auxílio de facas de aço
inoxidável, separando o caroço, a casca e a polpa. A casca foi levada à secagem
na estufa, distribuindo as amostras em embalagens de papel para melhor absorção
da umidade. Essas amostras permaneceram na estufa por 48 horas para reduzir a
umidade da matéria prima. O material seco foi guardado em potes pequenos de
plástico e estes armazenados no dessecador. Posteriormente as amostras secas da
casca do tucumã foram pesadas e encaminhadas para os processos de extração por
solvente. Na casca de tucumã in natura foram realizadas as análises físico-
químicas de composição centesimal, quanto ao teor de umidade, lipídeos, e a
determinação do pH; de acordo com os métodos da OAC. A caracterização do
pigmento extraído foi realizada com o uso das espectroscopia na região do UV-
visível e infravermelho. A extração procedeu-se um extrator de soxhlet com o uso
de éter de petróleo e etanol como solventes.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: As análises físico-químicas da casca in natura ilustram um percentual de umidade
de 55,59%, teor de lipídios de 31,6% e valor de pH de 5,72 na temperatura de
25,9º C, o que está coerente com os valores da literatura. Os resultados da
espectroscopia na região do UV-visível ilustram bandas características de
compostos carotenoides, na região de 400-500 nm com três picos nas regiões de
430, 450 e 470 nm com o uso do éter de petróleo como solvente; entretanto os
resultados do etanol apresentaram uma absorção na região de 360-500 nm o que
sugere um grande grupo de compostos, tais como: compostos fenólicos,
carotenoides entre outros (HARBONE, 1976). Apesar de ainda não termos realizados
testes cromatográficos para a identificação dos carotenos presentes nas amostras
de pigmentos, com base nas características espectrais pode-se inferir que a cor
amarela do pigmento extraídos com ambos os solventes são provenientes de
carotenoides. Os resultados da espectroscopia na região do Infravermelho revelam
sinais espectrais característicos de compostos carotenoides e outros compostos
também, como proteínas, ácidos graxos e compostos fenólicos (BABU et.al. 2008;
BARBOSA 2007) para os dois solventes usados. O uso do etanol e éter de petróleo
é viável para a extração de pigmentos carotenoides da casca de tucumã,
entretanto deve-se realizar uma etapa anterior à extração para a eliminação
destes compostos indesejados.
Espectro de absorção na região do UV-visível
Casca acetona\etanol (cor preta); Casca acetona (cor
vermelha); Polpa acetona\etanol (cor azul); Polpa
acetona (cor rosa).
Espectro na região do Infravermelho
Espectro na região do Infravermelho do pigmento
extraídos da da casca do tucumã com o uso do éter de
petróleo como solvente.
CONCLUSÕES: O método de extração, o solvente e a temperatura influenciaram na cor dos
pigmentos. Com base nas características espectrais pode-se inferir que as cores
dos pigmentos extraídos da casca do tucumã são provenientes de um carotenoide.
AGRADECIMENTOS: Agradecimentos à universidade federal de Rondônia,ao PIBIC/UNIR e ao CNPQ
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: SILVA, S. Frutas Brasil. São Paulo: Empresa de Artes, Projetos e Edições Artísticas Ltda, 1993. 166p.
OLIVEIRA, M. S. P. Caracterização e avaliação preliminar de germoplasma de tucumã (Astrocaryum vulgare Mart.) nas condições de Belém-PA. Belém: EMBRAPA, 1998, p. 1-4.
SHANLEY, P.; MEDINA, G. Frutíferas e plantas úteis na vida amazônica. Belém: CIFOR, 2005.
RODRIGUEZ-AMAYA, D. B. Assessment of the Provitamin A Contents of Foods: the brazilian experience. Journal of Food Composition and Analysis. v. 9, 1996. p. 196-230.
ROSSO, V.V e MERCADANTE, A.Z. Identification and Qauntification of Carotenoids, by HPLC-PDA-MS/MS, from Amazonian Fruits. J. Agric. Food Chem. 55, 5062- 5072, 2007. ROSSO, V.V e MERCADANTE, A.Z. Identification and Qauntification of Carotenoids, by HPLC-PDA-MS/MS, from Amazonian Fruits. J. Agric. Food Chem. 55, 5062- 5072, 2007.
REGIANI, A.M. e PANTOJA, N.V. Estudo do fruto do tucumã para obtenção de óleo e síntese de biodisel. Resumo expandido. Sociedade Brasileira de Química (SBQ), 2006.