53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Físico-Química

TÍTULO: CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA DO AÇUDE DE BODOCONGÓ NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE-PB

AUTORES: Andrade, L.R.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE) ; Souza, M.Z.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAIBA) ; Fernandes, M.S.M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE) ; Alves, R.V. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE) ; Barbosa, T.L.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE) ; Costa, T.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE) ; Lima, S.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE)

RESUMO: O Açude de Bodocongó situado na cidade de Campina Grande – PB vem sofrendo inúmeros impactos ambientais acarretados pela ação industrial e doméstica. Para identificar o grau de contaminação dessa água o presente trabalho buscou analisar as características físico-químicas desse açude, tomando como base a portaria 2914/11 do Mistério da Saúde. De acordo com os resultados obtidos, a água desse açude apresentou concentrações acima do permitido pela portaria nos padrões: pH, cor, turbidez, cloreto e dureza total.

PALAVRAS CHAVES: Açude de Bodocongó; Análises físico-químicas; Contaminação

INTRODUÇÃO: Quando se fala da qualidade da água entende-se que essa atenda aos padrões de potabilidade exigidos pelos órgãos responsáveis quando o seu destino final é o uso para consumo humano, pois não vale ter uma água em quantidade se não for de boa qualidade porque essa é desfavorável á saúde humana. Essa qualidade é um dos fatores primordiais para a saúde da população, uma vez que através da mesma são transmitidos inúmeros tipos de doenças. A qualidade da água é determinada por fatores físicos, químicos e biológicos que ocorrem no interior dos ecossistemas aquáticos, assim os poluentes chegam até as águas por meio de precipitações, escoamentos superficiais, infiltrações ou lançamentos diretos de efluentes e resíduos sólidos (WHO, 2006; STRIEDER et al, 2005).O monitoramento da qualidade pode gerar informações quantitativas e qualitativas sobre as condições biológicas, físicas, químicas, ecológicas, úteis para prevenção de doenças e fiscalizações legais. Esse monitoramento é de suma importância para os açudes, uma vez que essas bacias hidrográficas são utilizadas como mecanismos para o problema da seca, pois garante o abastecimento doméstico, além de permitir a produção agrícola nas áreas de vazante, assim como a produção de pescado (KONIG, 1994). O presente trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade físico–química da água do açude de Bodocongó localizado na cidade de Campina Grande – PB, de modo que possa ser identificado os parâmetros que estejam dentro ou fora dos padrões de potabilidade recomendados pela portaria 2914/11 do Ministério da Saúde.

MATERIAL E MÉTODOS: As coletas foram feitas em cinco pontos distintos no mês de março de 2012, e encaminhadas ao LABDES (Laboratório de Referência em Dessalinização – UFCG) para prosseguir com as análises físico-químicas. Durante esse período a cidade de Campina Grande assim como muitas regiões do Nordeste se encontravam em um período crítico de seca.Todas as análises foram feitas em triplicatas e apenas os valores médios são utilizados nos resultados. Os métodos analíticos utilizados na pesquisa seguiram as recomendações do Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (APHA, AWWA, WPCF, 1999). Os resultados obtidos foram comparados com a portaria 2914/11 do ministério da saúde, onde determina os valores máximos permitidos para o consumo humano. Esse estudo é importante uma vez que muitas pessoas utilizam a água desse açude para irrigação de hortaliças, saciar a sede de animais, assim como a utilização em suas atividades domésticas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A portaria 2914/11 do ministério da saúde recomenda que o pH esteja entre 6,5 e 8,5, de acordo com os dados presentes na tabela 1, a água do açude de Bodocongó se encontra dentro dos padrões de potabilidade. A Tabela 1 mostra também os resultados obtidos nas leituras da tubidez, de modo que todos apresentaram valores acima do permitido, com média igual a 15,68 uT. Esse alto valor pode ser elucidado pelo acúmulo de matéria orgânica em decomposição proveniente das cargas poluentes que são depositadas nas margens desse açude. A alteração exagerada da cor da água do açude de Bodocongó esta associada ao grande número de resíduos como esgoto doméstico e industrial que é depositado em suas margens.O valor médio encontrado de 247,6 mg/L de dureza total se encontra dentro dos padrões de potabilidade recomendados pela portaria vigente. A dureza tem origem natural pela dissolução de rochas calcáreas, ricas em cálcio e magnésio, e decorrente do lançamento de efluentes industriais como ocorre no açude de Bodocongó. Esse lançamento de esgoto industrial e doméstico pode aumentar a dureza dessa água, possibilitando uma descaracterização no sabor natural da água. Em relação a cloreto, a média dos cinco pontos coletados obteve um valor de 312,4 mg/L. Níveis altos de cloretos caracterizam a presença de esgoto sanitário, aumentando o poder de corrosão desta água. Os resultados obtidos refletem claramente as conseqüências causadas pelo lançamento de esgoto no açude de Bodocongó, uma vez que esse resíduo acarreta na acumulação de cloreto neste reservatório.

Parâmetros avaliados em diferentes pontos

Mostra uma breve comparação, entre as cinco amostras coletadas e analisadas, em relação a portaria 2914/11.

CONCLUSÕES: Com o trabalho realizado foi possível identificar e caracterizar o açude de Bodocongó como impróprio para consumo humano bem como revisar as metodologias analíticas necessárias para identificação físico-química. As cinco amostras apresentaram teores elevados, portanto, fora dos padrões para consumo nos parâmetros turbidez, cor e cloretos. Sendo necessário algum tipo de tratamento antes do seu manuseio para evitar um uso indevido da água.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: APHA, AWWA, WPCF. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20th ed., Washington, D.C: American Public Health Association/American Water Works Association/Water Environment Federation, 1998.
KONIG, A. Aspectos limnológicos e sanitários de açudes do semi-árido paraibano. Relatório técnico- AESA/DEC/CCT/UFPB, Campina Grande, 19p, 1994.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Inspeção Sanitária em Abastecimento de Água. Brasília: Secretária de Vigilância em Saúde, 2007.
STRIEDER, M. N.; RONCHI, L. H.; STENERT, C.; SCHERER, R. T. NEISS, U. G. TAVARES, T. M.; CARDOSO, D. D. P.; DIEDERICHSEN, W. M. E.; vírus entéricos veiculados por água: aspectos microbiológicos e de controle de qualidade da água. Revista de Patologia Tropical, Vol. 34 (2): 85-104. maio-ago. 2005.
WHO, World Health Organization. Guidelines for drinking-water quality: incorporating first addendum. Vol. 1, Recommendations. – 3rd ed. 2006.