53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Físico-Química

TÍTULO: ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DE COMPRIMIDOS REVESTIDOS DE DICLOFENACO SÓDICO REFERÊNCIA, GENÉRICO E SIMILAR COMERCIALIZADOS NO MUNICÍPIO DE CARUARU-PE.

AUTORES: Mélo, Y.M.B.G. (FACULDADE ASCES) ; Aires, P.S.R. (FACULDADE ASCES) ; Assis, S.S. (FACULDADE ASCES) ; Souza, T.S. (FACULDADE ASCES) ; Silva, V.C. (FACULDADE ASCES) ; Silva, V.M. (FACULDADE ASCES) ; Lordão, D.C. (FACULDADE ASCES)

RESUMO: O controle de qualidade de medicamentos é de suma importância para garantir a segurança e qualidade destes, visto que irregularidades podem ocasionar alterações físico-químicas, organolépticas e comprometer na ação terapêutica dos medicamentos. O presente trabalho tem como objetivo realizar análise físico- química de comprimidos revestidos de Diclofenaco sódico referência, genérico e similar, comercializados no município de Caruaru-PE, avaliando o diâmetro, espessura, peso médio e desintegração, conforme descrito na Farmacopéia Brasileira 5ª edição, e hermeticidade,conforme descrito na Farmacopéia dos Estados Unidos Mexicanos 7ª edição. Os resultados obtidos mostraram que os medicamentos A, B, E e F foram aprovados, e os medicamentos C, D e G foram reprovados, no teste de desintegração.

PALAVRAS CHAVES: Análise físico-química; Comprimidos; Diclofenaco sódico

INTRODUÇÃO: Comprimidos são formas farmacêuticas sólidas geralmente preparadas com o auxílio de adjuvantes farmacêuticos, podendo estes, variar em tamanho, forma, peso, dureza, espessura, características de desintegração e dissolução e outros aspectos, dependendo de sua finalidade de uso e seu método de fabricação (ANSEL, 2013). As formas farmacêuticas sólidas permitem a administração precisa da dose, apresentam uma estabilidade superior e menor risco de contaminação microbiológica quando comparadas às formas farmacêuticas líquidas (LACHMAN; HANNA; LIN, 2001). O diclofenaco sódico é um anti-inflamatório não-esteroidal (AINE), que possui ação antipirética, analgésica e anti-inflamatória, seus principais efeitos terapêuticos derivam da sua capacidade de inibir a produção de prostaglandina. A maioria dos AINES tem pouca seletividade e inibem igualmente as ciclooxigenases (COX-1 e COX- 2), porém alguns outros como o diclofenaco, mesmo sendo um AINE, exibem uma seletividade para COX- 2, o que favorece uma diminuição de seu potencial ulcerogênico (GOODMAN E GILMANN, 2010). Avaliações qualitativas e quantitativas das propriedades químicas e físicas dos comprimidos devem ser realizadas para controlar a qualidade da produção (LACHMAN; HANNA; LIN, 2001). Diante o exposto, o presente trabalho tem como objetivo realizar análise físico-química de comprimidos de Diclofenaco sódico referência, genérico e similar, comercializados no município de Caruaru-PE, avaliando o diâmetro, espessura, peso médio e desintegração, conforme descrito na Farmacopéia Brasileira 5ª edição, e hermeticidade conforme especificações da Farmacopéia dos Estados Unidos Mexicanos 7ª edição.

MATERIAL E MÉTODOS: As amostras analisadas foram adquiridas em farmácias do município de Caruaru-PE, contendo exclusivamente o diclofenaco sódico como princípio ativo, na concentração de 50 mg. Para realização dos testes foram utilizadas 20 unidades de cada amostra, cada teste foi realizado em triplicata. Sendo a amostra (A) comprimidos do medicamento de referência, as amostras (B, C e D) dos medicamentos genéricos e as amostras (E, F e G) dos medicamentos similares. Foram realizados testes físico-químicos de diâmetro, espessura, peso médio e desintegração, conforme especificações da Farmacopéia Brasileira 5ª edição, e hermeticidade, conforme descrito na Farmacopéia dos Estados Unidos Mexicanos 7ª edição. Os testes de diâmetro e espessura foram realizados através do paquímetro - 150mm Digital Starrett, o peso médio através da balança Ohaus Adventurer Pró, cabinada semi-analítica, onde foram pesados, individualmente, 20 comprimidos e em seguida obteve-se a média. A desintegração foi realizada através do desintegrador da marca Nova ética modelo 301-6, os comprimidos ficaram imersos em soluções de ácido clorídrico a 0,1M durante 1 hora e subsequentemente em tampão fosfato (pH 6,8) durante 45 minutos. A hermeticidade das embalagens foi avaliada através da utilização de uma solução de azul de metileno contida em um béquer, onde o blister de cada medicamento foi colocado sob uma pressão de 200 mmHg, durante 2 minutos, e em seguida foi observado se houve presença de vazamento.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com os testes realizados,os valores obtidos para determinação do diâmetro e espessura apresentaram variações mínimas, indicando uma boa padronização na produção desses medicamentos. Os comprimidos A, C, E, F e G apresentaram variações no peso médio de ± 7,5%e os comprimidos B e D de ± 5%, indicando, que todos os comprimidos estavam dentro do limite especificado na Farmacopéia Brasileira 5ª edição. No teste de desintegração, verificou-se que os medicamentos A, B, E e F apresentaram resultado satisfatório, já os medicamentos C, D e G apresentaram resultado insatisfatório, sendo este um resultado importante, podendo vir a interferir na ação farmacológica do medicamento. Um desvio de qualidade pode significar uma perda de eficácia ou de segurança, expondo o paciente a um risco desnecessário (RIBEIRO, P. R, 2012). Todos os medicamentos analisados (A, B, C, D, E, F e G), apresentaram resultado satisfatório no teste de hermeticidade, ou seja, todas as embalagens estavam hermeticamente fechadas, favorecendo a conservação e a proteção dos comprimidos a fatores externos.

Resultado das análises físico-químicas

Análises físico-químicas dos comprimidos do medicamento de referência(A), dos medicamentos genéricos(B, C e D) e dos medicamentos similares(E, F e G).

CONCLUSÕES: Dos medicamentos analisados, apenas os C, D e G foram reprovados no teste de desintegração, resultado de bastante relevância, podendo vir a interferir na ação farmacológica desses medicamentos. Porém, de acordo com o diâmetro, espessura, peso médio e hermeticidade todos apresentaram resultado satisfatório.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ANSEL H. C.; POPOVIC NG & ALLEN JR LV Farmacotécnica: formas farmacêuticas e sistemas de liberação de fármacos. 9ª ed. São Paulo: Premier, 2013.

FARMACOPÉIA BRASILEIRA. 5. ed. 2010.

FARMACOPÉIA DOS ESTADOS UNIDOS MEXICANOS. 7. ed. 2000.

GOODMAN, L. S.; GILMAN, A. As bases farmacológicas da terapêutica. 11°. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.

LACHMAN, L. LIEBERUAN, H. A.; KANIG, J. L. Teoria e prática na indústria farmacêutica. Lisboa: Fundação Calouse Gulben Kian, 2001.

RIBEIRO, P. R. controle de qualidade de medicamentos anti-hipertensivos similares comercializados em farmácias de imperatriz, MA, Brasil. Cad. Pesq., São Luís, v. 19, n. 1, jan./abr. 2012.