Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: FEPROQUIM - Feira de Projetos de Química
TÍTULO: PRODUÇÃO DE TINTAS PARA MARCADORES DE QUADRO BRANCO A PARTIR DO PIGMENTO DO URUCUM (Bixa orellana L.)
AUTORES: Bulhões dos Santos, M. (IFMT) ; Colpani, D. (IFMT) ; Corrêa Dorilêo, I. (IFMT) ; dos Santos Boneti, J. (IFMT)
RESUMO: Muitas escolas tem feito uso de quadros de vidro, sendo assim, necessário o uso
de
pincéis para quadro branco. Estes pincéis são rapidamente descartados devido ao
uso intenso, ao pequeno volume de tinta que possuem e por não possuírem tinta
refil, gerando gastos desnecessários, transtornos aos professores e não menos
importante produzindo um resíduo pouco reciclável. Este trabalho tem como
objetivo
a produção de tinta refil a partir de pigmentos naturais. Optou-se pelo pigmento
do Urucum, por ser um vegetal comum na região e não apresentar danos a saúde,
testando-se diversos sistema de solventes para extração. Submeteu-se o pigmento
a
diversas composições, a fim de obter uma tinta que apresenta-se a melhor
tonalidade, consistência, distribuição, evaporação e remoção.
PALAVRAS CHAVES: pigmento natural; tinta refil; urucum
INTRODUÇÃO: A substituição dos quadros de giz por quadros brancos em quase todas as escolas,
tem aumentado grandemente o uso dos pincéis apropriados para esses quadros. Em
virtude do uso intenso, da pequena quantidade de tinta e por não terem refil,
esses pincéis apresentam um tempo de uso muito curto, forçando sua substituição
rapidamente. Isso gera para as escolas um gasto muito alto, transtornos aos
professores que precisam ficar trocando de pincéis, além de gerar um resíduo
sólido, que são os próprios pincéis vazios, muitas vezes em bom estado de
conservação. Alguns refis podem ser adquiridos no comércio, porém isso gera um
gasto para as escolas. Simplificadamente esses refis consistem de um corante
dissolvido num determinado solvente e num substrato apropriado ao uso.
Atualmente os corantes mais utilizados para coloração são os sintéticos, porém
seu uso encarece o processo. A utilização de corantes naturais é uma boa
alternativa para diminuir os gastos desse processo em laboratório (ROHDE, 2006).
O corante extraído das sementes de urucum (Bixa orellana L.) um arbusto
nativo do Brasil é o segundo corante natural mais usado em nosso país e é
conhecido internacionalmente como annatto (COSTA e CHAVES, 2005). O
annatto é uma mistura de pigmentos de coloração amarelo-alaranjado devido
a presença de vários carotenóides, sendo o Z-bixina o predominante. Estudos
toxicológicos recentes mostraram que esses carotenóides não apresentaram efeitos
deletérios hepáticos, renais e da medula óssea de camundongos e ratos (FERNANDES
et al, 2002). Vários solventes têm sido empregados para extração desse pigmento,
tais como: acetona, hexano e soluções de NaOH em diversas concentrações.
MATERIAL E MÉTODOS: Extração do pigmento
1. Retirou-se as sementes do urucum utilizando uma espátula e reservando-as em
um béquer;
2. Acomodou-se 10 g de sementes em cartuchos de papel;
3. Colocou-se os cartuchos com as sementes na aparelhagem de Soxleht;
4. Submeteu-se as sementes de urucum à extração com acetona por 2 horas;
5. Evaporou-se o solvente por destilação simples, até quase secura;
6. Reservou-se o corante obtido em um tubo de ensaio envolvido por papel
alumínio e tampado com rolha.
7. O procedimento acima foi feito em triplicata e repetido usando-se hexano e
solução de NaOH 5% como solventes extratores.
Preparo do substrato para a tinta
Gelatina como substrato
1. Aqueça 250 mL de água destilada em um béquer;
2. Adicione 12 g de gelatina sobre a água fervida e misture até a completa
dissolução;
3. Adicione 250 mL de água fria e misture novamente.
4. Reserve.
Amido de milho como substrato
1. Coloque 100 mL de água destilada para ferver;
2. Após atingir o ponto de ebulição adicione 10 g de amido de milho;
3. Mexa bem até que atinja um ponto pastoso;
4. Reserve.
Testes da melhor composição da tinta
Realizou-se um total de 23 testes alterando-se a composição da tinta em seus
diversos componentes (corante, solvente e substrato). Os testes foram
submetidos a cinco análises: tonalidade, consistência, distribuição, evaporação
e remoção.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Extração do corante
Dos três solventes utilizados durante a extração por soxleht, o mais eficiente
foi a acetona, obtendo-se 20 mL de um pigmento de coloração vermelha-alaranjada.
A acetona utilizada na extração foi recuperada para ser usada em outras
extrações. O hexano e a solução de NaOH não se mostraram eficientes na extração
do corante e foram descartados.
Testes com o corante
Dos vinte e três testes efetuados os de número quinze, dezesseis e dezessete
foram os que apresentaram os melhores resultados.
Os testes foram submetidos a cinco análises: tonalidade, consistência,
distribuição, evaporação e remoção.
É possível verificar que a quantidade de substrato e solvente interfere. Os
testes que apresentaram melhores resultados foram aqueles que possuíram menor
proporção de gelatina e de hexano em sua composição.
CONCLUSÕES: Ao término do trabalho concluiu-se que a utilização do corante extraído do urucum,
é válida para tintas refis de pincéis atômicos. Pois além de apresentaram uma
forma de reutilização desses pincéis reduzindo gastos financeiros e resíduos
sólidos, os resultados obtidos foram satisfatórios para o uso em salas de aula.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ROHDE, D.C. et al. Desenvolvimento de coloração histológica utilizando Bixa Orellana L.(urucum). Rio Grande do Sul. Revista Eletrônica de Extensão da URI. Disponível em: <http://www.reitoria.uri.br/~vivencias/Numero002/artigos/vencedores/area_ciencias_biologicas/area_ciencias_biologicas_01.htm>. Acesso em 13 Abr. 2013.
COSTA, C. L. S.; CHAVES, M. H.; Extração de pigmentos das sementes de Bixa orellana L.: Uma alternativa para disciplinas experimentais de Química Orgânica. Química Nova. Vol. 28, no.1, 149-152, 2005
FERNANDES, A. C. S.; Et al. Norbixin ingestion did not induce any detectable DNA breakage in liver and kidney but caused a considerable impairment in plasma glucose levels of rats and mice. J. Nutr. Biochem. 2002,13, 411