53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: FEPROQUIM - Feira de Projetos de Química

TÍTULO: Produção e Análise de pH de Sabão Ecológico Variando o Teor de NaOH

AUTORES: Ribeiro, J.D.O. (IFMT - JUÍNA) ; Lazzaroto, G. (IFMT - JUÍNA) ; Gomes, J.C. (IFMT - JUÍNA) ; Kuabara, S.Y. (IFMT - JUÍNA) ; Campos, F.X. (IFMT - JUÍNA)

RESUMO: Fabricação de sabão ecológico proporciona alternativa para reutilização de óleo de cozinha, evitando possível contaminação ao meio ambiente. Reagente mais utilizado nesse processo é a soda cáustica, uma substância tóxica que interfere no pH dos sabões fabricados. Normalmente o sal produzido pela reação de saponificação possui característica básica, pois é derivado da reação de um base forte (NaOH) e um ácido fraco (ácido graxo). Os sabões alcalinos removem melhor a sujidade do que os neutros, devido às interações com as moléculas de sujeira, porém, a alcalinidade excessiva pode deixar o sabão impróprio para utilização. Pretende-se com esta pesquisa sintetizar amostras de sabão ecológico a partir de óleo de soja reaproveitado, com teores diferentes de NaOH para analisar o pH.

PALAVRAS CHAVES: sabão ecológico; teor de NaOH; reutilização

INTRODUÇÃO: Para a reciclagem pode-se fazer uso da logística reversa de resíduos, pois transforma parte do lixo em insumos com diversas vantagens econômicas, sociais e ambientais. Pesquisas vêm mostrando que a reciclagem pode cooperar na economia dos recursos naturais, além de promover melhorias na vida da sociedade. Um dos compostos utilizado na fabricação do sabão ecológico é o óleo de cozinha, que é altamente prejudicial, quando liberado no meio ambiente. O contato com o solo acarreta uma impermeabilização, favorecendo enchentes, ou entra em decomposição, liberando gás metano durante o processo, causando mau cheiro, além de agravar o efeito estufa. Um litro de óleo polui dez mil litros de água. Na atualidade há uma preocupação geral em incutir na população mundial a consciência ambiental. Questões como a manutenção da biodiversidade, a recuperação dos ambientes degradados e a adoção de políticas públicas que garantam o desenvolvimento sustentável saíram do ambiente acadêmico e passaram a ser debatidos pela sociedade. Esta passou a sentir as consequências dos efeitos provocados pelo aquecimento global e da crescente escassez dos recursos hídricos. Passou-se a ter noção de que os recursos que existem no planeta Terra são finitos e há necessidade de se realizar o tratamento dos resíduos formados. Por estas razões é justificado a busca pelo conhecimento de síntese de sabão ecológico, que impacta menos no ambiente, e análise de sua constituição para garantir o cunho ecológico.

MATERIAL E MÉTODOS: Serão sintetizados quatro amostras com teores diferentes de NaOH. Cada amostra de sabões será feita com 200 mL de óleo de soja reaproveitado de fritura do restaurante do IFMT Campus Juína, 40 mL de água e mais as diferentes proporções de NaOH. Para cada amostra de sabão foram acrescentados 35, 30 e 25 g de NaOH, fazendo a síntese da amostra 1, 2 e 3 respectivamente. A quarta amostra será sintetizada, também com 200 mL de óleo reaproveitado, 35 g de NaOH, porém com a quantidade de 60 mL de água deionizada e acréscimo de 21 g de sabão em pó. O óleo de soja reaproveitado será aquecido em forno micro-ondas, durante tempo suficiente em potencia máxima, para alcançar uma temperatura de aproximadamente 60 ºC. Ao mesmo tempo serão pesadas as quantidades de NaOH para cada amostra de sabão a sintetizar e cada quantidade dissolvida no volume de 40 mL de água deionizada, dentro de um becker de polipropileno de capacidade de 4 litros. O óleo quente será acrescentado aos poucos, com agitação e posteriormente, mantida a agitação durante trinta minutos. Para a amostra 4 será acrescentado o sabão em pó previamente dissolvido em 20 mL de água sob agitação, com o acréscimo ainda continuará a agitação por mais 10 minutos para a conclusão da preparação da amostra. Após estes procedimentos, os sabões serão acondicionados em copos de poliestireno, durante sete dias para que as reações de saponificação sejam completas (tempo de maturação).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: As amostras de sabão foram sintetizadas a partir de 200 mL de óleo de soja reaproveitado e previamente filtrado, aquecendo em micro-ondas durante um minuto e quarenta segundos obtendo-se uma temperatura de aproximadamente 60 ºC, este óleo foi acrescentado aos poucos e sob agitação em solução preparada com 35, 30, 25 e 35 gramas de hidróxido de sódio, respectivamente amostra 1, 2, 3 e 4. Estas foram agitadas durante 30 minutos para obter melhor contato dos reagentes nessa fase inicial de saponificação. A amostra 4 foi interrompida a agitação em 20 minutos para acrescentar uma mistura de 21 gramas de sabão em pó com 20 mL de água, mas logo após esse acréscimo, continuou-se a agitação durante mais dez minutos para concluir essa parte do procedimento. Estes foram colocados para maturar durante um mínimo de sete dias para que a reação de saponificação fique completa. A partir do terceiro dia, observa-se que a amostra 1 (Sabão com 35 g de NaOH) e 4 (Sabão com 35 g de NaOH e acréscimo de sabão em pó) estão sólidos, sendo que a amostra 1 apresenta cor amarelada e a amostra 4 apresenta cor azulada, a cor da última amostra é justificada pelos corantes que vieram do sabão em pó. As amostras 2 (Sabão com 30 g de NaOH) e 3 (Sabão com 25 g de NaOH) apresentam uma camada sólida depositada no fundo dos copos, de cor amarelada, mas também apresentam uma fase líquida, acima do sólido com aspecto do óleo de soja. A partir desta última observação, pode-se sugerir que as quantidades de hidróxido de sódio, para estas amostras, não foram suficientes para a completa saponificação do óleo de soja. No sexto dia, observa-se os mesmos aspectos descritos das amostras do terceiro dia. Espera-se ainda realizar os testes de pH das quatro amostras de sabão.

CONCLUSÕES: Sintetizaram-se quatro amostras de sabão ecológico, sendo que as amostras 1 e 4 apresentaram aspectos melhores e já se encontraram sólidos como o produto comercial. Aspecto atribuído ao fato de terem sido preparados com uma quantidade de 35 gramas de NaOH para 200 mL de óleo, enquanto que as amostras 2 e 3 apresentaram saponificação incompleta evidenciados pela presença de óleo sobrenadante nas amostras em maturação. Esse fato é atribuído a menores quantidades de NaOH, utilizados na preparação da amostra, de 30 e 25 gramas, respectivamente. Espera-se ainda, realizar análise de pH das amostras.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CAETANO, J. A.; LIMA, M. A.; MIRANDA, M. D. C.; SERUFO, J. C.; PONTE, P. R. L. Identification of bacterial contamination. Rev Esc Enferm USP. Fortaleza – Ceará. 2011; 45(1):148-55.

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VOLOCHTCHUK. O. M.; FUJITA, E. M.; FADEL, A. P. C.; AUADA, M. P; ALMEIDA, T. D.; MARINONI, L. P. Variações do pH dos sabonetes e indicações para sua. Investigação Clínica, Laboratorial e Terapêutica. Rio de Janeiro 75(6): 697-703, nov./dez. 2000.