Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: FEPROQUIM - Feira de Projetos de Química
TÍTULO: Licopeno: do tomate à estética
AUTORES: Santos, M.R. (IFMT-BELA VISTA) ; Coimbra Cezário, R. (IFMT-BELA VISTA) ; Oliveira da Silva, S. (IFMT-BELA VISTA) ; dos Santos Silva, G. (IFMT-BELA VISTA) ; Carvalho Oliveira, A. (IFMT-BELA VISTA)
RESUMO: O licopeno é uma substância que pode ser retirada do tomate e de outros alimentos
que possuem uma coloração avermelhada. Ele é o principal responsável por esta
coloração. Este composto possui propriedades antioxidantes, portanto é recomendado
na prevenção de rugas e manchas. O licopeno é consumido, geralmente, por via oral;
no entanto, neste trabalho testar-se-á seus efeitos por via de contato. Ele foi
extraído por extração simples e, para facilitar sua aplicação, foi adicionado a um
creme base.
PALAVRAS CHAVES: Licopeno; Creme; Antioxidante
INTRODUÇÃO: O licopeno é uma substância carotenoide que atribui uma coloração
avermelhada ao tomate, melancia, goiaba, entre outros. Possui caráter
antioxidante e quando absorvido pelo organismo, ajuda a impedir e repara os
danos às células causados pelos radicais livres.
Os radicais livres são produzidos pelo corpo humano durante suas funções
normais, como, por exemplo, atividades físicas e respiração. Fumantes, pessoas
que se superpõem ao sol, poluição do ar e estresse, são mais vulneráveis aos
radicais livres. Estes são altamente reativos e, em grande quantidade, podem
prejudicar muitas moléculas importantes das células saudáveis do corpo humano.
Isto pode acarretar em várias doenças, como doenças cardiovasculares e câncer.
O licopeno é transportado no sangue por meio de lipoproteínas (pois se
trata de uma substância lipossolúvel), principalmente a LDL que tem a função de
fornecer o colesterol para as células do corpo e, neste processo, também fornece
licopeno. Este pode ser encontrado em maiores quantidades, no organismo, no
fígado que é o principal local de armazenamento. No tecido adiposo, o nível de
licopeno é muito baixo. Por isso, nas pessoas que sofrem com rugas, manchas e
flacidez, os dermatologistas aconselham que usem produtos que contenham o mesmo.
O alimento que possui maior teor de licopeno é o tomate, cerca de 3,31
mg a cada 100 g do mesmo. O teor de licopeno aumenta de acordo com a temperatura
do tomate, por isto, neste trabalho utilizou-se o extrato, para a remoção do
licopeno.
Neste trabalho, foi realizada a recristalização da substância. A mesma
foi adicionada a um creme dermatológico para que seus efeitos, por via de
contato, fossem testados.
MATERIAL E MÉTODOS: Na extração do licopeno foi utilizado o processo de extração simples.
Conforme estudos, o alimento que possui maior quantidade de licopeno é o tomate;
por isto, neste procedimento, optou-se pelo uso do extrato do mesmo.
Materiais:
• 100 g de extrato de tomate;
• 100 ml de etanol;
• 40 ml de solução sulfato de sódio anidro a 10%;
• 10 ml de álcool de cereais (volume: 96%)
• Béquer 50 ml;
• Béquer 250 ml;
• Béquer 1000 ml;
• Tripé;
• Tela de amianto;
• Bico de Bunsen;
• Bastão de vidro;
• Pipeta de Pasteur;
• Papel filtro;
• Funil;
• Erlenmeyer 250 ml;
• Pinça de madeira;
• Balança semi-analítica;
• Espátula;
• Placa de Petri;
• Tubo de ensaio;
• Água destilada;
• Estufa;
• 42,55 g de creme base.
Procedimentos:
Pesou-se 100 g de extrato de tomate e adicionou-se 100 ml de etanol.
Levou-se esta mistura ao banho maria (a 40ºC), por aproximadamente quatro
minutos. Em seguida, filtrou-se a solução. Para a obtenção do licopeno,
utilizou-se a massa que ficou no filtro. Na mesma adicionou-se 40 ml de sulfato
de sódio anidro e agitou-se por aproximadamente 2 minutos. Foi realizada nova
filtração. Levou-se o líquido obtido, novamente, ao banho maria até que todo o
líquido evaporasse e restasse somente uma massa grossa (aproximadamente uma
hora). À massa resultante, adicionou-se 10 ml de álcool de cereais e agitou-se
por três minutos. Após cinco minutos de descanso, precipitou-se um cristal
vermelho (o licopeno). Em seguida, realizou-se outra filtração, restando no
filtro o licopeno. O mesmo foi levado à estufa por vinte minutos, para que todo
o álcool evaporasse.
Na preparação do hidratante, fez se uso de 1,12 g de licopeno para 42,55
g de creme base.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O licopeno, com nome sistemático ψ, ψ-carotene (segundo a IUPAC), possui
fórmula molecular C40H56, peso molecular de 536.87 g/mol e
se trata de um hidrocarboneto.
Realizou-se a confirmação do composto pelo teste de Bayer. O teste foi
realizado em triplicata. Este teste consiste em adicionar uma pequena porção de
permanganato de potássio ao composto. A confirmação se dá pela mudança de
coloração da solução (adquirindo uma coloração mais clara) e da formação de um
precipitado marrom.
O teste de Bayer tem por finalidade a identificação de alcenos e
alcinos. O mesmo pode ser aplicado, pois o licopeno é um hidrocarboneto
insaturado (alceno).
A confirmação foi dada nas três amostras, comprovando assim, a eficácia
do experimento. Para uma maior segurança, realizou-se também, um teste de ponto
de fusão do composto recristalizado. Obteve-se o valor de 172,5ºC, que está
perfeitamente dentro dos limites da literatura (entre 172 e 173°C).
Dada à confirmação de presença de licopeno nas amostras, realizou-se
então, a extração em quantidade maior para a preparação do creme hidratante.
Realizando-se alguns testes, obteve-se um creme com consistência
homogênea e coloração rosada (caracterizada pela coloração vermelha da
substância).
Na pele, o creme apresentou resultados bem satisfatórios. Sua rápida
absorção proporciona a pele uma maciez e resultados já nas primeiras aplicações.
CONCLUSÕES: Concluiu-se que o processo de extração do licopeno, por meio do tomate,
foi bem sucedido. Obteve-se um bom rendimento e todas as características básicas
da substância foram propícias para o desenvolvimento do creme dermatológico. Com o
mesmo foram realizados testes em diversos tipos de pele e o resultado foi
satisfatório; produziu-se um creme com pouco odor, textura cremosa e de rápida
absorção.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao professor Marcos Feitosa Pantoja por todo apoio,
dedicação e companheirismo. E também, ao IFMT-Bela Vista por todo suporte
oferecido.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: LICOPENO. Disponível em <http://files.bvs.br/upload/S/1413-9979/2011/v16n2/a2052.pdf>. Acesso em: 06 jun. 2013.