53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: Modelagem Molecular de Potenciais Inibidores de Histona Deacetilase com Atividade Tripanocida

AUTORES: Alves de Souza, A. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ) ; Cesário Rangel, F. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ) ; da Silva Andrade, E. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ) ; Bezerra Montel, A.L. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS)

RESUMO: Os ácidos hidroxâmicos são potentes inibidores de histona deacetilase (HDAC). Pesquisas recentes demonstraram que a inibição dessa enzima tem um potencial terapêutico por sobre diversas patologias. Entretanto, a maior dificuldade associada ao uso desses inibidores é a elevada concentração necessária para obtenção de atividade farmacológica. Portanto, esse trabalho tem por objetivo o estudo das betaínas hidroxâmicas como potenciais inibidores de HDAC com atividade tripanocida.

PALAVRAS CHAVES: Docagem; Betaínas Hidroxâmicas; Ácidos Hidroxâmicos

INTRODUÇÃO: Os ácidos hidroxâmicos são potentes inibidores da HDAC. Estudos recentes mostraram que a inibição da HDAC possui efeitos anticancerígenos em vários tumores de células cancerosas por meio da inibição do crescimento da célula e indução de diferenciação celular.1 Devido a HDAC possuir um sítio ativo muito rico em espécies químicas carregadas negativamente, foi desenvolvida a potencialização dos ácidos hidroxâmicos, em sua forma zwitterionica, com o acréscimo do grupo betaína na cadeia. Nesse trabalho, realizou-se um estudo in silico da interação dos novos candidatos a fármaco com a HDAC empregando a metodologia de modelagem molecular e Docking.

MATERIAL E MÉTODOS: As estruturas candidatas a fármacos foram construídas e pré-otimizadas com o campo de força UFF utilizando-se o software Avogadro. Os arquivos foram abertos com o software AutoDockTools onde foram selecionadas todas os números de ligações rotacionáveis. Com o mesmo software foi aberto o pdb da enzima HDAC- 8 e foi selecionada a região de docagem, que engloba todos os átomos do sítio ativo, incluindo o Zinco (Zn). O método de busca utilizado na docagem foi o Algorítimo Genérico Lamarckiano. Executada a docagem, foram gerados 100 conformeros de cada estrutura os quais foram agrupados com RMSD igual a 2,0. Levando-se em consideração a complementaridade do sítio ativo e a consistência da conformação adotada, foi feita uma inspeção visual das poses dos complexos preditos pela docagem.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram analisadas quarenta estruturas de betaínas hidroxâmicas zwitteriônicas análogas dos ácidos hidroxâmicos. Os análogos que apresentaram melhores resultados estão apresentados na Figura 1. O acréscimo das betaínas, nos ácidos hidroxâmicos analisados, na forma zwitterionica, potencializou a interação dos compostos com a enzima HDAC-8, sendo observada pelo abaixamento da energia de ligação, quando comparada com os ácidos hidroxâmicos. O resultado mais expressivo foi a substituição efetuada na posição 4 do anel do análogo 4 (Figura 2). O acréscimo do grupo das betaínas nos ácidos hidroxâmicos potencializou a interação do candidato a fármaco com a HDAC-8 pelo fato destes grupos provocarem um aumento das cargas negativas dos átomos de oxigênio que coordenam o átomo de zinco. Além disso, o grupo betaína pode interagir com outros grupos eletronegativos da molécula por possuir carga positiva, por conseguinte, aumentando ainda mais a interação do candidato a fármaco e a enzima. Cálculos mais rigorosos de QM-MM estão sendo realizados para melhores resultados.

Figura 1

Betaínas hidroxâmicas análogas

Figura 2

Interação Betaína hidroxâmica-HDAC-8

CONCLUSÕES: Foi constatado o aumento na potência dos candidatos a fármacos com a adição do grupo das betaínas no anel de um ácido hidroxâmico, provocando uma maior interação com a enzima HDAC-8.

AGRADECIMENTOS: À FAPESB pela concessão de bolsa de iniciação científica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: WANG D.; WIEST O.; HELQUIST O.; et.al. QSAR Studies of PC-3 cell line inhibition activity of TSA and SAHA-like hydroxamic acids. Bioorganic & Medicinal Chemistry Letters, v.14, p.707-711, 2004.