53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: CONCEPÇÃO DE ALUNOS DO CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS DA NATUREZA COM HABILITAÇÃO EM QUÍMICA DO IFMT CAMPUS CONFRESA SOBRE CORANTES

AUTORES: Lima, L.P. (IFMT CAMPUS CONFRESA) ; Lima Ferreira, R. (IFMT CAMPUS CONFRESA)

RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo elaborar a avaliação de acordo com os principais conceitos envolvidos a corantes, para testar o conhecimento dos alunos de licenciatura em ciências da natureza com habilitação em química. É de suma importância ter conhecimento sobre alguns conceitos sobre corantes e seu uso, isso facilitará o aluno que cursa licenciatura, em sua desenvoltura em sala de aula. No momento em que os alunos foram submetidos ao questionário, tiveram contato com algo, que apesar de estar em seu cotidiano e fazer parte dos conhecimentos químicos, nem todos souberam responder, pode-se perceber um despreparo, é importante que um profissional esteja preparado para ser questionado por seus alunos em diversas questões.

PALAVRAS CHAVES: aditivos; alimentos; INS

INTRODUÇÃO: Corantes são substâncias que quando aplicadas a um material conferem cor. Essas substâncias já eram usadas desde os primórdios da antiguidade onde apresentavam poucas variações de cores e eram utilizadas para dar cor ás cerâmicas, couros e tecidos, sendo essas substâncias de origem vegetal e animal. Acredita-se que os corantes tenham se originado na Índia. Através dos anos o que era uma prática caseira de tingir tecidos e cerâmicas passou a ganhar espaço comercial. No séc. XVIII, meio a Revolução Industrial, houve um aumento nas indústrias têxtil e isso fez com que houve-se a necessidade de inovar a produção têxtil, onde foi sintetizado o primeiro corante orgânico. Os corantes artificiais são aditivos sem valor nutricional empregados aos alimentos para torná-los mais atrativos, pois quanto mais coloridos e vistosos os alimentos forem, maior o desejo de consumi-los, tem como finalidade impedir alterações no alimento, mantendo suas qualidades organolépticas. • Corantes Naturais- Inócuos extraídos de substâncias de origem natural ou vegetal. • Corantes Artificiais- Obtidos por processo de síntese (com posição química definida). • Corante Caramelo- Obtidos através de açucares expostos a temperaturas superiores ao seu ponto de fusão. Atualmente a legislação ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é permitida no Brasil apenas onze corantes artificiais (Amaranto, Vermelho de Eritrosina, Vermelho 40, Ponceau 4R, Amarelo Crepúsculo, Amarelo Tartrazina, Azul de Indigotina, Azul Brilhante, Azorrubina, Verde Rápido, e Azul Patente V), além de exigir que nos rótulos dos alimentos coloridos artificialmente contenham o nome completo do corante ou número de INS (Internacional Numbering System) que corresponde à identificação do corante utilizado em determinado alimento.

MATERIAL E MÉTODOS: Inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre o tema para elaborar a avaliação diagnóstica de acordo com os principais conceitos envolvidos. A avaliação diagnóstica foi elaborada contendo dez questões discursivas enumeradas abaixo: 1. O que significa INS? Onde pode ser encontrado? 2. O que você entende por corantes? 3. Qual a diferença entre um corante natural e artificial? 4. Você acredita que os corantes podem ser prejudiciais à saúde? Como? 5. O que você considera melhor? Um produto com um corante natural ou com corante artificial? Justifique. 6. Você conhece algum corante artificial? Qual? Onde ele pode ser encontrado? 7. Você acredita que a cor do alimento influência em sua aceitabilidade? Justifique. 8. Você sabe o que são aditivos? 9. Corantes possuem valor nutritivo? 10. Você considera importante o uso de corantes, nas indústrias alimentícias? Justifique. A partir das respostas dos questionários os dados foram interpretados. Foram entrevistados 29 alunos do curso de licenciatura em ciências da natureza matriculados no 1º, 2º e 3º ano de curso. Os alunos foram orientados a responder a avaliação diagnóstica, sem a necessidade de identificação e que aqueles que se identificassem não teriam os nomes divulgados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após a análise dos dados foi possível observar que nenhum aluno sabe o que significa a sigla INS, presente em praticamente todos os alimentos industrializados que são consumidos atualmente. Aproximadamente 20% dos alunos não sabem a diferença entre um corante natural e um artificial, enquanto 14% afirmam que a diferença é que o corante artificial possui “química” enquanto o natural não possui. 18% dos alunos não sabem se os corantes são prejudiciais à saúde ou consideram que não são prejudiciais. 76% dos alunos afirmam que os corantes naturais são melhores que os artificiais, citando justificativas como “natural é melhor, pois vem da planta” ou “natural é melhor pois não tem química”. 52% dos alunos não conhecem nenhum corante artificial e 28% associam corantes à refrigerantes ou à produtos encontrados no supermercado como a anilina. 76% dos alunos acreditam que a cor dos alimentos influencia na sua aceitabilidade. 70% dos alunos não sabem o que são aditivos. 28% dos alunos acreditam que os corantes possuem valor nutritivo e 45% não sabem. 45% dos alunos acreditam que é importante a utilização de corantes nas indústrias, além de 21% dos alunos considerarem importante, mas acreditam que faz mal ou então devam utilizar somente os corantes naturais. A partir destes resultados pode-se perceber que mesmo em um curso de licenciatura em ciências da natureza com habilitação em química, os alunos ainda possuem aquela ideia de que produtos artificiais têm “química” e, naturais não têm. Pode-se perceber também que os alunos não estão preparados para contextualizar o conhecimento químico para a elaboração de uma aula utilizando alimentos como temática principal. Alguns alunos possuem o conhecimento de que corantes artificiais podem ser prejudiciais à saúde, porém não sabem como.

CONCLUSÕES: Há muitas falhas nas concepções dos alunos sobre corantes alimentícios, aditivos alimentares e sobre o sistema INS, porém o principal problema é a antiga “cultura” de que artificial tem química e natural não tem química. Estas falhas podem ser corrigidas em palestras, seminários, apresentações de trabalhos ou utilizando outros tipos de metodologia. É importante o licenciando em ciências da natureza com habilitação em química possua um conhecimento básico de assuntos do cotidiano, para poder contextualizar suas aulas tornando-as mais interessantes e mais próximas da realidade dos alunos.

AGRADECIMENTOS: Ao IFMT a CAPES e aos alunos que responderam o questionário contribuindo para a realização deste trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: Prado, M. A.; Godoy, H. T.; Quim. Nova, 2004, 27, 22.

Ziena, H. M. S.; Youssef, M. M.; Aman, M. E.; Food Chem. 1997, 60, 501.

Tricard, C.; Cazabeil, J. M.; Medina, B.; Sci. Des Aliments 1998, 18, 25.