Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Iniciação Científica
TÍTULO: Aplicação da Lei Nº 11.645 por meio do ensino de Química
AUTORES: Maria Aparecida dos Santos, J. (IFMT CAMPUS CONFRESA) ; Aires Rocha, M. (IFMT CAMPUS CONFRESA) ; Pereira Garcês, B. (IFMT CAMPUS CONFRESA) ; Santos Silva, A. (IFMT CAMPUS CONFRESA) ; Silva, A.S. (IFMT CAMPUS CONFRESA)
RESUMO: O preconceito racial é algo ainda muito presente na sociedade atual,
principalmente quando se trata de negros e índios. Diante disso, objetivou-se
com o presente trabalho avaliar o extrato aquoso de jenipapo (Genipa americana
L.), como indicador ácido-base. Observou-se que esse material apresenta baixo
potencial para variação de cor em função do pH. Entretanto, pode ser utilizado
para abordagem de conteúdos de Química (titulação, indicador ácido-base,
avaliação de pH) sem a necessidade de laboratórios e/ou equipamentos
sofisticados. Concluiu-se que o extrato aquoso de jenipapo pode ser utilizado
como ferramenta para o ensino de conteúdos de Química e ao mesmo tempo abordar a
história e a cultura indígena, além do incentivar para a utilização de produtos
naturais.
PALAVRAS CHAVES: Ensino de Química; Cultura Indígena; Produto Natural
INTRODUÇÃO: A história indígena começa a ser apresentada no mundo desde a descoberta da
América a partir da chegada dos europeus ainda no século XV. Naquela época, os
portugueses conheceram os povos indígenas, que viviam pelados e com pinturas por
todo corpo. Esses povos viviam em harmonia antes da chegada dos portugueses,
depois começaram a ser escravizados em troca de remédios, balas, e objetos sem
muita utilidade, mais que chamavam muita atenção, foi ai que os Portugueses
decidiram “invadir” a América (UNICEF, 2008).
Muitos índios ficaram doentes, muitos morreram, outros abandonaram suas terras
perdendo famílias, casas e todos os seus pertences. Desde então a sociedade dita
civilizada, desenvolveu um certo preconceito pelos povos indígenas que perdura
até os dias atuais. Com o intuito de amenizar, ou até mesmo eliminar este
preconceito, em 10 de março de 2008 foi publicado a lei de nº 11.645, que torna
obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena em todas
as instituições de ensino, seja ela pública ou privada (BRASIL, 2008).
Diante disso, objetivou-se com o presente trabalho Avaliar o extrato de jenipapo
(Genipa americana L.), (muito utilizado pela cultura indígena) com o intuito de
promover o estudo de Química e ao mesmo tempo abordar a história e a cultura
indígena.
MATERIAL E MÉTODOS: O trabalho foi realizado no laboratório de Química do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso Campus Confresa.
O experimento consistiu na avaliação da coloração do extrato aquoso de jenipapo
em função do valor de pH, por meio de solução ácida, neutra e básica. Como
solução ácida foi utilizado limão, neutra foi utilizada água destilada e
alcalina solução de bicarbonato de sódio.
Foram utilizados frutos verdes de jenipapo (G. americana), colhidos diretamente
do jenipapeiro no Município de Confresa - MT. A caracterização do estágio de
maturação realizou-se através da avaliação da rigidez do fruto, uma vez que os
maduros são inadequados (RENHE, 2008).
Para a extração das substancias foi utilizado o envoltório polposo das sementes
do fruto, que foi triturado em liquidificador com água destilada na proporção de
2:1 m/v. O material triturado foi submetido ao aquecimento a temperatura de 75ºC
durante 30 minutos, após o aquecimento a solução foi filtrada e submetida aos
testes analíticos.
Os testes foram realizados em tubos de ensaio em triplicata na proporção de 1:1
v/v (extrato de jenipapo e solução ácida, neutra e alcalina).
A avaliação da coloração do extrato de jenipapo em função do valor de pH da
substância, foi realizada por meio de observação visual e registrada por meio de
fotos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Observou-se que o extrato aquoso de jenipapo apresenta pouca variação em função
do valor de pH. Entretanto, a solução básica apresenta grande diferença visual
se comparado com as demais soluções. A solução neutra e ácida apresentaram
coloração semelhante, impossibilitando identificação visual, conforme observado
na figura 1.
Mesmo com a pouca variação da coloração do extrato aquoso de jenipapo em função
dos valores de pH, esse material pode ser utilizado para preparar práticas
simples e viáveis para a realização de aulas práticas sem a necessidade de
laboratórios e/ou equipamentos sofisticados podendo ser trabalhado em qualquer
escola pública do Brasil.
Aulas práticas com a utilização desse produto podem ser realizadas com três
enfoques principais: ministrar aulas práticas para abordagem de conteúdos de
Química como, por exemplo, titulação, indicador ácido-base e avaliação de pH
para alunos de ensino fundamental e médio. Como esse produto é muito utilizado
pela cultura indígena, é um momento oportuno para abordar e esclarecer à
importância dessa cultura, atendendo a legislação brasileira de ensino, mais
especificamente a lei de nº 11.645 de 10 de março de 2008, além de incentivar a
utilização de produtos naturais.
Figura 1
Extrato aquoso de jenipapo em meio básico, neutro e
ácido.
CONCLUSÕES: Concluiu-se que esse material pode ser utilizado como ferramenta para o ensino de
Química e ao mesmo tempo abordar a história e a cultura indígena, além de
incentivar a utilização de produtos naturais, economicamente viáveis, socialmente
justos e ambientalmente corretos (sustentáveis).
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Lei 11.645/08 de 10 de Março de 2008. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília.
RENHE, I. R. T. Extração estabilidade de corante azul de jenipapo (Genipa americana L.). Dissertação de mestrado. UFV-MG, 2008.
UNICEF. Guia de orientação para os municípios. Elaboração CEAFRO (Educação e profissionalização para Igualdade Racial e de gênero). Pág. 6 a 17, 2008.