Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Iniciação Científica
TÍTULO:  ESTUDO DOS EFEITOS DA PASSIVAÇÃO COM ÁCIDO NÍTRICO EM AÇOS INOXIDÁVEIS FERRÍTICOS AISI 430 E AISI 439
AUTORES:  Campillo, B. (FASB)  ; Carvalho, J.A. (FASB)  ; Cavalcante, B. (FASB)  ; Gentil, T.C. (FASB)  ; Silva, M.M.P. (FASB)  ; Soares, T.C. (FASB)  ; Toledo, L.T. (FASB)
RESUMO:  Aplicaram-se variáveis de tempo de imersão em meio passivante de HNO3(20% e 40% 
v/v) e diferentes concentrações de meio corrosivo (HCl), com o objetivo de 
avaliar a eficiência da camada passivante aplicada aos aços ferríticos AISI 430 
e 439 através da determinação do potencial de corrosão (Ecorr), obtido por 
medidas de potencial por circuito aberto (Eca). A interpretação dos resultados 
foi auxiliada por tratamento estatístico dos valores de Ecorr.Verificou-se que 
ambos os aços apresentam boa resistência em meio corrosivo de HCl até 0,5 mol.L-
1, tendo pouca significância a variação de HNO3 até esta condição. Em meios de 
HCl de concentração superiores, apenas o AISI 439 apresenta uma efetiva 
passivação,sendo o tempo e a concentração do meio passivante variáveis 
determinantes para passivação.
PALAVRAS CHAVES:  Passivação; Aço ferrítico; Ácido nítrico
INTRODUÇÃO:  A passivação consiste na formação de uma barreira física contra corrosão, em 
que, através de um meio oxidante, cria-se um filme de proteção sobre a placa 
metálica composto por óxidos e hidróxidos dos metais da liga, diminuindo a 
velocidade da corrosão (GENTIL, 2011). A passivação quando utilizada na forma de 
proteção anódica possui grande relevância para a indústria química e 
petroquímica, sendo aplicada para a proteção anticorrosiva em tanques metálicos 
para armazenamento de eletrólitos fortes, como por exemplo: tanques e 
instalações de ácido sulfúrico, digestores na fabricação de papel e celulose e 
tanques e instalações na área de fertilizantes (NUNES, 2007). Os aços avaliados 
neste trabalho são classificados como ferríticos (com baixa concentração de 
carbono e alta concentração de cromo) e podem variar quanto a suas 
características de oxidação a partir de sua composição química específica. Para 
determinar a resistência à corrosão desses aços proporcionada pela passivação 
com ácido nítrico (20% e 40% v/v) em diferentes tempos de imersão (ASTM-A 967-
05), foram feitas medidas de potencial de circuito aberto (Eca) em diferentes 
meios de HCl e a partir dos resultados de potencial de corrosão (Ecorr) obtidos 
nos diferentes meios é possível estabelecer uma comparação entre dois aços 
inoxidáveis de mesma classificação (ferríticos), mas com composições químicas 
particulares. Para auxiliar a análise de resultados realizou-se um tratamento 
estatístico dos dados utilizando o software JMP para comparação das variáveis 
através do método de Turkey-Kramer.
MATERIAL E MÉTODOS:  Prepararam-se as placas dos aços inoxidáveis AISI 430 e 439 com prévio lixamento 
(320, 400 e 600 mesh); em seguida, lavou-se com água destilada e álcool etílico, 
secando-as com ar quente. Para a passivação, as placas foram imersas em ácido 
nítrico 20% e 40% v/v, à temperatura ambiente, com tempos de imersão de 5, 15 e 
30 minutos, em seguida as placas foram lavadas com água destilada e secas em ar 
quente. Para avaliar a resistência à corrosão, as placas foram mergulhadas em 
solução de ácido clorídrico com diferentes concentrações de HCl 0,1; 0,3; 0,5 e 
0,7 mol.L-1 por 60 minutos, à temperatura ambiente, anotando-se os valores do 
potencial de circuito aberto (Eca) com auxílio de um eletrodo de calomelano 
saturado como referência, até que fosse atingido um valor estável de potencial 
(Ecorr). Todos os testes foram realizados em duplicata para melhor tratamento 
dos resultados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:  Os valores de Ecorr obtidos para os aços inoxidáveis ferríticos AISI 430 e 439 
podem ser visualizados na ilustração 1, demonstrando o comportamento do Ecorr em 
cada tempo de imersão no meio passivante nas respectivas concentrações de  HCl 
analisadas. As placas sem passivação são identificadas como tempo ‘0’ de 
passivação na escala de tempo.
É possível observar que os potenciais de corrosão mais positivos são obtidos nos 
maiores tempos de passivação, sendo mais impactante para o AISI 430,já para o 
AISI 439,  demonstra-se ser pouco significante quando utilizados meios de HCl 
até 0,5 mol.L-1.
Verifica-se que o limite de passivação para o AISI 430, nas condições analisadas 
é de HCl até 0,5 mol.L-1, enquanto que o AISI 439 apresenta limites superiores. 
Este fenômeno pode ser explicado a partir da composição dos aços. No aço AISI 
430, que possui um teor de cromo mais baixo que o do AISI 439 (Carbó, 2005) a 
formação dos filmes de óxido e hidróxido será menor, sendo esperado que este aço 
seja mais suscetível à quebra da camada passiva, principalmente em meio de íons 
cloreto, como demonstrado em literatura (Nunes, 2007) e comprovado através dos 
experimentos realizados.
A utilização de HNO3 com maiores concentrações (40% v/v) demonstra-se pouco 
significante para meios  de HCl até 0,5 mol.L-1, sendo viável uma boa  formação 
de camada passiva com a utilização de menor volume de HNO3.
A ilustração 2 demonstra a comparação estatistica entre os aços e os meios 
corrosivos, onde a interseção entre os círculos à direita de cada gráfico 
mostram os intervalos onde ocorrem semelhanças de comportamentos,de maneira 
geral os valores mais positivos de Ecorr foram obtidos com as análises do AISI 
439 e a capacidade de proteção das camadas passivadas analisadas em meios de HCl 
até 0,5 mol.L-1.
Ilustração 1

Ilustração 1: Curvas de potencial de corrosão 
(Ecorr) para cada condição aplicada de meio 
passivante (HNO3) e meio corrosivo (HCl).
Ilustração 2

Ilustração 2: Análise comparativa entre AISI pelo 
Ecorr (esquerda) e meio corrosivo pelo Ecorr 
(direita)
CONCLUSÕES:  A passivação dos aços AISI 430 e AISI 439 em meio de HNO3 20% v/v mostrou-se 
eficiente para meios de HCl  de concentração até 0,5 mol.L-1, com resultados 
indicados pelos valores de Ecorr mais positivos para as placas passivadas em 
comparação àqueles obtidos sem passivação prévia. Entretanto, para meios 
corrosivos de concentração superior a 0,7 mol.L-1, apenas o aço AISI 439 
demonstra-se eficiente devido à composição diferente em relação ao AISI 430: nesta 
condição, as variáveis de tempo e concentração de HNO3 tornam-se relevantes para a 
efetiva proteção do aço.
AGRADECIMENTOS:  Fundação João Ramalho / Faculdade São Bernardo do Campo (FASB)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:  ASTM – A967-05 Standard Specification for Chemical Passivation Treatments for Stainless Steel Parts.
CARBÓ, H.M. 2005. Decapagem e passivação de aços inoxidáveis. Cadernos da assistência técnica da Acesita, p. 5-7. 
GENTIL, V. 2011. Corrosão, Rio de Janeiro. 6ª edição, p. 120-121.
GONÇALVES, M. L.; PAULINO, D. G. F. et al. 2012. Avaliação da passivação dos aços AISI 430 e 439 em meios de HCl. Anais da XII reunião anual - CONIC/SEMESP
NUNES, L. P. 2007. Fundamentos de resistência à corrosão, Rio de Janeiro, 1ª edição, editora Interciência, p. 110 e 135.
