53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Alimentos

TÍTULO: COMPARAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE FARINHAS FEITAS DA BASE E DA BAINHA DA HASTE DE PALMITO DE PUPUNHA.

AUTORES: Florencio Filho, D. (UESB) ; Lira, A.P. (UESB) ; Macedo, M.S. (UESB) ; Barreto, P.K.C. (UESB) ; Figueiredo, A.A. (UESB) ; Damasio, J.M.A. (UESB) ; Simionato, J.I. (UTFPR) ; Santana, D.A. (UESB)

RESUMO: Durante o processo produtivo do palmito de pupunha envasado, a palmeira não é aproveitada totalmente devido a sua forma irregular. Parte de sua estrutura conhecida como basal possui apenas a destinação de dois subprodutos, o palmito em rodelas e o picado. Visando um maior aproveitamento desta parte do palmito, neste trabalho foi produzida uma farinha a partir do palmito basal e realizadas a caracterização físico-química .

PALAVRAS CHAVES: residuo; subprodutos; fisico-quimica

INTRODUÇÃO: A pupunheira (Bactris gasipaes) é uma palmeira nativa dos trópicos úmidos americanos, e segundo CLEMENT (1988) é a única espécie da família Palmae. Ela produz frutos comestíveis de sabor muito apreciado, definitivamente integrados aos hábitos alimentares da Região Amazônica (MORA-URPI, 1993). Até então, a utilização industrial das palmeiras de pupunha em substituição à juçara e açaí considerava apenas o tolete da planta, sua porção mais nobre, reservando ao palmito basal da pupunha apenas uma destinação como subproduto. A farinha de pupunha é um alimento rico em carotenóides, carboidratos, proteínas, minerais e fibras. Se utilizada no enriquecimento de produtos alimentícios pode ser uma alternativa no combate a várias patologias, entre elas a hipovitaminose A e a constipação por serem ricos em carotenóides e fibras (SOARES et al., 2009). A preparação de farinha de pupunha é uma forma de evitar a saturação do mercado de frutos “in natura” e diversificar a demanda para a pupunha. Durante o processo produtivo do palmito de pupunha envasado, a palmeira não é aproveitada totalmente devido a sua forma irregular. Parte de sua estrutura conhecida como basal apesar de possuir as mesmas propriedades de fonte de energia e nutrientes na alimentação humana, igualando-se ao tolete parte nobre da planta, reserva-se a ela apenas a destinação de dois subprodutos, o palmito em rodelas e o picado. O objetivo desse trabalho foi analisar as características físico-químicas da farinha do palmito de pupunha a partir da base da haste, visando conhecer seus principais componentes para melhor aproveitamento dos resíduos na Indústria de Alimentos.

MATERIAL E MÉTODOS: A farinha foi preparada a partir de diferentes lotes e marcas de palmito picado em conserva comercializado em Itapetinga e Itabuna na Bahia. O palmito foi retirado da conserva e colocado em estufa com ar circulante, por 48 horas, à temperatura de 60ºC . Após a secagem, o produto foi triturado em moinho para obtenção de uma farinha e, em seguida, peneirado. Foram realizadas análises físico-qupimicas de umidade, proteína, cinzas e fibras. Um método gravimétrico foi aplicado à determinação da umidade de acordo com o método descrito pelo Instituto Adolfo Lutz (IAL, 1976). As análises de proteína e a cinzas forma realizadas conforme descrito por AOAC (1995). A análise de fibras foi determinada pela metodologia de Weende, citado por Silva e Queiroz (2004).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O rendimento médio da farinha obtida a partir da base da haste do palmito de pupunha foi de aproximadamente 12,19% para a marca A e 12,08% para a marca B. Os resultados obtidos das análises físico-químicas da farinha estão descritos na Tabela 1. As duas marcas (A e B) diferiram estatisticamente entre si a 5% de probabilidade, apenas em relação aos teores de umidade e cinzas, ou seja, uma marca pode ser considerada melhor do que a outra. A umidade, ou teor de água, de um alimento constitui-se em um dos mais importantes e mais avaliados índices em alimentos. É de grande importância econômica por refletir o teor de sólidos de um produto e sua perecibilidade. A umidade fora das recomendações técnicas resulta em grandes perdas na estabilidade química, na deterioração microbiológica, nas alterações fisiológicas e na qualidade geral dos alimentos (VICENZI, 2008). Os teores de umidade encontrados (5,8 e 4,68%) estão dentro do valor máximo estipulado pela legislação brasileira (BRASIL, 1978) para farinhas de produtos vegetais, que é de 15,0%, apresentando-se similar ao valor de 5,3% encontrado por Ferreira e Pena (2003) em amostras de farinha de pupunha. Estudos realizados por Goia et al. (1993) da composição de farinhas de diferentes tipos de pupunha, determinaram uma faixa de 7,2 a 8,4% de umidade. Logo, a farinha da base pupunha pode ser considerada como um alimento estável, uma vez que a baixa quantidade de água presente inviabiliza o crescimento e proliferação de microrganismos. Nos alimentos, além da função nutricional, as proteínas têm propriedades organolépticas e de textura. Podem vir combinadas com lipídeos e carboidratos. O termo proteína bruta envolve um grande grupo de substâncias com estruturas semelhantes, porém com funções fisiológicas muito diferentes. O teor

Tabela 1

Composição fisico-química da farinha do palmito de pupunha.

CONCLUSÕES: Considerando-se a composição físico-química constata-se que a farinha de palmito basal de pupunha apresenta um ótimo valor nutricional, sendo necessária a realização de outros estudos para que se possa estimular o seu uso para preparação de subprodutos.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS (AOAC). Official methods of analysis. Washington, DC, 1995. methods.

BRASIL, Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos CNNPA. Resolução CNNPA n° 12 de julho 1978. Brasília, 1978.

CLEMENT, C.R. Domestication of the Pejibaye Palm (Bactris gasipaes): Past and Present. Advances in Economic Botany, n.6, 1988.

FERREIRA C.D.; PENA, R.S. Comportamento higroscópico da farinha de pupunha (Bactris gasipaes). Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 23, n. 2, p. 251-255, 2003.

GOIA, C.H.; ANDRADE, J.S.; ARAGÃO, C.G. Composição química da farinha de pupunha. Revista de Química Industrial, v.2, n.2, p.48-54, 1993.

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do instituto Adolfo Lutz. São Paulo, 1976. 459p.

MORA-URPI, J. Diversidad genetic en pejibaye [Bactris(guilielma) gasipaes Kunth]: Origem y domesticación: p:21-30. In: J. Mora-Urpi, et al. IV Congresso Internacional sobre biología, agronomía e industrialización Del Pijuayo. Editorial de La Universidade de Costa Rica, San José, Costa Rica, 1993.

SILVA, D. J.; QUEIROZ, A.C. Análise de alimentos (Métodos químicos e biológicos). 3.ed. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 2004.

SOARES, K. B. R.; ANDRADE, J. S.; SOUZA, R. S. Valor nutricional da farinha de Pupunha e pasta de Tucumã para o enriquecimento de Tapioca. 61ª Reunião Anual da SBPC. Disponível em: http://www.sbpcnet.org.br/livro/61ra/resumos/resumos/6198.htm. <acesso em>: 16 de janeiro de 2013.

VICENZI, R. Apostila tecnologia de alimentos. DCSA – UNIJUÍ. 107p. 2008.v. Disponível em: <http://www.scribd.com/doc/7164422/Apostila-de-AnAlise-de-Alimentos>. Acesso: 28 jan. 2013.