Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Alimentos
TÍTULO: Determinação e comparação dos principais microminerais em feijão e em diferentes tipos de carnes por absorção atômica
AUTORES: Silva, E.L. (IFMT - CAMPUS SÃO VICENTE) ; Lorenzon, A.L. (IFMT - CAMPUS SÃO VICENTE) ; Oliveira, J.N. (IFMT - CAMPUS SÃO VICENTE) ; Santos, O.A.M. (IFMT - CAMPUS SÃO VICENTE)
RESUMO: No presente estudo foram determinadas para efeito de comparação as concentrações
dos micronutrientes ferro, cobre, zinco e manganês em feijão, carnes bovina,
suína, frango e peixe. As determinações foram realizadas por absorção atômica de
chama nas cinzas dos alimentos mencionados, no laboratório de pesquisa do IFMT –
Campus São Vicente. Na comparação foi realizado o teste de Tukey com 5%
propabilidade. Para o Zn a maior concentração foi encontrada para suína, na carne
bovina foi encontrado o maior teor de Fe, enquanto que a maior concentração de Cu
foi encontrada no peixe e para o Mn não foi encontrada diferença significativa
entre as amostras analisadas.
PALAVRAS CHAVES: ferro; zinco; cobre
INTRODUÇÃO: Os minerais são espécies inorgânicas indispensáveis ao organismo, pois promovem
desde a constituição de ossos, dentes, músculos, sangue e células nervosas até a
manutenção do equilíbrio hídrico. A quantidade que o organismo necessita de cada
grupo de minerais determina a sua classificação em macronutrientes, quando são
necessários mais de 100mg/dia, como cálcio, fósforo, enxofre, potássio, sódio,
cloro e magnésio ou microminerais quando são necessários ao organismo
quantidades relativamente baixas, caso do ferro, zinco e cobre. Embora os
minerais representem uma pequena parte do peso do corpo humano, são
imprescindíveis para todas as reações químicas, com destaque no processo de
geração de energia a partir dos carboidratos, gorduras e proteínas, participando
ativamente no crescimento, na manutenção da homeostase e na regulação de todos
os processos orgânicos, atuando no centro de todas as funções celulares.
A deficiência de minerais pode trazer graves consequências a saúde, como é o
caso da carência nutricional de ferro, que é a mais prevalente no mundo,
afetando principalmente crianças em idade precoce e gestantes. Além de muito
prevalente, persiste ao longo das décadas e é capaz de ocasionar efeitos
negativos e potencialmente irreversíveis no desenvolvimento (Baran, 2005). No
Brasil a situação é bem concordante com o cenário mundial, principalmente em
crianças, onde foram encontradas mais de 50% em quadro anêmico provocado por
deficiência de ferro, as regiões Norte e Centro Oeste se destacam com maior
numero de casos (JORDÃO et al., 2009).
Dada à importância dos minerais, o trabalho se justifica pela necessidade de
verificar a concentração destes em alguns principais alimentos, uma vez que a
incorporação dos minerais nos alimentos está associada a uma série de fatore
MATERIAL E MÉTODOS: A amostragem foi realizada no IFMT – Campus São Vicente, sendo que a coleta do
feijão foi realizada com os lotes disponibilizados para consumo no Restaurante
do Campus em 2012. A carne (bovina, suína e frango) foi coletada no frigorífico
da Instituição e o peixe (Tambacu) foi amostrado no comércio varejista da
região. Para amostra da carne bovina foi usada o contra filé, do suíno o pernil
do frango e peixe o filé. As amostras de carnes foram armazenadas sob
refrigeração e feijão em ambiente isento de umidade. A preparação das amostras
foi realizada no laboratório multidisciplinar e as determinações analíticas
desenvolvidas no laboratório de absorção atômica, ambas os espaços nas
dependências do Campus. A metodologia utilizada foi a proposta pelo Instituto
Adolfo Lutz (2008). Sendo amostrados três lotes diferentes de cada alimentos e
as coletas realizadas em duplicatas em cada lote.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: As concentrações, em ppm, dos minerais estudados nos alimentos analisados estão
dispostas na Tabela 1 e ilustrados na figura 1. Os valores minerais encontrados
para a carne bovina, neste estudo, estão acima dos encontrados por Camargo e
colaboradores. (2008) usando as mesmas técnicas analíticas. As maiores
diferenças dos resultados encontrados em relação ao estudo mencionado
anteriormente referem-se ao ferro e manganês, o que pode ser atribuído a dieta
na qual o animal está submetido, ao grupo genético e da idade em que este foi
abatido.
Ao realizar as comparações, observou-se que não houve diferença significativa
para probabilidade de 5% de Zn entre as amostras de carne bovina, carne de
frango e peixe, já a matriz com o maior teor do mineral é a carne suína com 285
p.p.m e a menor foi o feijão com 19 p.p.m. Para o analito Fe não houve diferença
significativa entre as matrizes feijão e peixe com os menores teores do mineral,
porém com o maior teor das matrizes analisadas foi a carne bovina com 262,2
p.p.m, seguida por frango e suíno que não tiveram diferença significativa entre
as amostras analisadas. Para o analito Cu não tiveram diferença significativa
entre as matrizes carne bovina, feijão e frango, a amostra com maior quantidade
do mineral foi peixe com 6,6 p.p.m, e a matriz com menor teor suíno com 1,6
p.p.m. Para o analito Mn não houve diferença significativa entre as amostras
analisadas.
Tabela 1
Concentrações, em ppm, dos minerais determinados nos
alimentos em estudo.
Figura 1
Comparação das concentrações, em ppm, em relação ao
teste de média.
CONCLUSÕES: Uma melhor incorporação dos minerais estudados via alimentação pode ser obtida
quando o cardápio disponibilizar estes diferentes alimentos, por outro lado,
cardápio que proporciona sempre o mesmo alimento pode ocasionar ingestão em
excesso de um mineral, inclusive a níveis tóxicos e estados de carências de outros
minerais.
As concentrações dos minerais encontrados nas carnes analisadas estão acimas dos
valores encontrados na literatura, observação que foi atribuída a diferentes
grupos genéticos, idade, sexo e dieta alimentar na qual esses animais estiveram
inseridos.
AGRADECIMENTOS: IFMT - Campus São Vicente
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: INSTITUTO ADOLFO LUTZ (IAL). Métodos físico-químicos para análise de alimentos. São Paulo, 2008, 1020p.
CAMARGO, A. M.; RODRIGUES, V. C.; RAMOS, K. C. et al. Composição mineral da carne de bovinos de diferentes grupos genéticos com idades distintas. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, v.9, n.3, p. 578-584, 2008.
JORDÃO, R. E.; BERNARDI, J. L.; BARROS-FILHO, A. A. Prevalência de anemia ferropriva no Brasil: uma revisão sistemática. Revista Paulista de Pediatria, v.27, n.1, p.90-98, 2009.