53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Alimentos

TÍTULO: QUANTIFICAÇÃO DE COMPOSTOS FITOQUÍMICOS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE FRUTAS DO SEMIÁRIDO

AUTORES: Targino, F.E.S. (UECE) ; Rabelo, J.E.L. (UECE) ; Liberato, M.C.T.C. (UECE) ; Martins, C.G. (UECE)

RESUMO: Diante da importância das frutas no combate ou redução de doenças, objetivou-se quantificar o teor de fenóis, pelo método de Folin-Ciocalteau, o teor de flavonoides pelo AlCl3 e a atividade antioxidante pelo DPPH, nos extratos etanólicos da carambola e do tamarindo. Os resultados obtidos para carambola foram atividade antioxidante IV50 = 6,32mg/mL, para fenóis totais 11,34±0,28 mgEAG/100g de extrato e 7,11±0,53 de mgEQ/100g de extrato para flavonoides e para tamarindo IV50 = 28,75mg/mL, para fenóis totais 10,59±0,60 mgEAG/100g de extrato e para flavonoides 6,72±0,10 mgEQ/100g de extrato.

PALAVRAS CHAVES: fitoquímico; atividade antioxidante; frutas

INTRODUÇÃO: As frutas retardam o envelhecimento das células, reduzem a incidência de câncer e previnem o aparecimento de doenças cardiovasculares. Tais benefícios são devidos ao caráter antioxidante das frutas, propriedade responsável por reduzir a produção de radicais livres no metabolismo das células. Grande número de doenças está relacionada ao stress oxidativo e a geração de radicais livres. Por essa razão, dietas ricas ou enriquecidas com antioxidantes parecem prevenir ou pelo menos atenuar a deterioração por um excessivo stress oxidativo (GUERRA, 2001). As frutas e vegetais contêm muitos compostos com potencial atividade antioxidante, como vitaminas C e E, carotenoides, clorofilas, e uma variedade de fitoquímicos como compostos fenólicos simples, glicosídeos flavonoides (PELLEGRINI et al., 2007). A carambola é o fruto da caramboleira (Averrhoa carambola L). O tamarindo é fruto do tamarindeiro (Tamarindus indica L.). No Brasil, esses frutos são bastante consumidos no Norte e Nordeste. Diante da importância dos antioxidantes, dos compostos fenólicos e dos flavonoides presentes nas frutas, este trabalho quantificou os teores de fenóis totais, flavonoides e atividade antioxidante da carambola e do tamarindo.

MATERIAL E MÉTODOS: As frutas foram adquiridas em Fortaleza e armazenadas sob refrigeração. Foram lavadas, secas à temperatura ambiente sem cascas e sementes, e pesadas e trituradas. Então colocou-se em recipiente fechado submerso em álcool etílico (90ºGL), submetido à extração por 7 dias a temperatura ambiente. A solução resultante foi filtrada e concentrada sob pressão negativa em rota-evaporador a 32 rpm, 70°C/1h, para obtenção do extrato etanólico. Na determinação da atividade antioxidante foi usado o DPPH. Em um tubo de ensaio, colocou-se 3,9 mL de uma solução metanólica 6,5 x 10-5M de DPPH. Em seguida foi adicionado 0,1 mL da solução metanólica das amostras. Após 60 minutos, mediu-se a absorbância no comprimento de onda de 515 nm (Yepez et al., 2002). Para a determinação dos fenóis totais foi construída uma curva de ácido gálico. Pesou-se 7,5 mg de cada amostra, dissolveu-se em metanol, transferindo para um balão volumétrico de 25mL, completou-se o volume com metanol. Uma alíquota de 100 µL desta solução foi agitada com 500 µL do reagente de Folin-Ciocalteau e 6 mL de água destilada por 1 min; após este período 2 mL de Na2CO3 a 15% foram adicionados à mistura e agitada por 30s. O volume foi acertado para 10 mL com H2O destilada. Após 2 h, a absorbância foi lida a 750 nm tendo como "branco" o metanol e reagentes, menos o extrato. A média de três leituras foi expressa como mg EAG/100 g de extrato. Para a determinação de flavonoides usou-se o método do AlCl3. Preparou-se uma curva padrão com quercetina. Usou-se 2mL de solução dos extratos na concentração de 2 mg/mL sendo misturados com 1 mL da solução aquosa de AlCl3 em balão de 25 mL. Após 30 min, foi tomada a leitura de cada solução a 425 nm, em espectrofotômetro. A média de três leituras foi expressa como mg EQ/100g de extrato.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O Ceará possui clima semiárido, com precipitação pluviométrica média de 750 mm/ano, de forma bastante irregular. No entanto apresenta grande diversidade frutífera. Pode-se ressaltar a carambola e o tamarindo. Os resultados das análises realizadas apresentaram o valor 6,32± 0,01 mg/mL, para a atividade antioxidante da carambola, para o teor de fenóis 11,34±0,28 mgEAG/100g e para o de flavonoides 7,11±0,53 mgEQ/100g. Já para o tamarindo a atividade antioxidante foi de 28,75±0,12 mg/mL, o teor de fenóis 10,59±0,60 mgEAG/100g e o de flavonoides 6,72±0,10 mgEQ/100g (Tabela 1). A atividade antioxidante dos flavonoides relaciona-se com sua habilidade de sequestrar radicais livres atuando como doadores de hidrogênio, reduzindo a ocorrência de doenças crônico- degenerativas (Gonzalo e Alonso, 2002). Quanto aos fenóis totais da carambola e do tamarindo os valores encontrados estão de acordo com os descritos por Gonçalves (2008) respectivamente 9,6±0,6 mgEAG/100g e 7,1±0,4 mgEAG/100g.

Tabela 1

Teor de Fenóis Totais, Flavonoides e Atividade Antioxidante da Carambola e do Tamarindo

CONCLUSÕES: A partir dos resultados foi possível constatar que o valor do IV50 dos extratos das polpas das frutas carambola e tamarindo apresentaram uma boa atividade antioxidante, apontando destaque para o extrato da carambola.Por apresentar uma apreciável atividade antioxidante essas frutas podem ser introduzidas na dieta,uma vez que estudos clínicos têm mostrado evidências de que antioxidantes presentes nessas frutas são os principais fatores que contribuem para redução da incidência de doenças crônicas e degenerativas encontradas em populações cujas dietas são altas na ingestão desses alimentos.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: GONÇALVES, A. E. DE S. S. Avaliação da capacidade antioxidante de frutas e polpas de frutas nativas e determinação dos teores de flavonoides e vitamina C. Dissertação. Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Universidade de São Paulo. São Paulo. 2008. 88p.

GONZALO, J. C.R.; ALONSO, M. G. Flavonoides en alimentos vegetales: estrutura y actividad antioxidante. Alimentación, Nutrición y Salud, v.9 n.2, p. 31-38, 2002.

GUERRA.J.I. Oxidativo stress, diseases and antioxidante treatment. An. Med.Interna, v.18, n. 6, p.326-335, 2001.

PELLEGRINI, N. et al. Evaluation of antioxidant capacity of some fruit and vegetable foods: efficiency of extraction of a sequence of solvents. Journal of the Science of Food and Agriculture, v. 87, n. 1, p. 103-111, 2007.

YEPEZ, B.; ESPINOSA, M.; LÓPEZ, S.; BOLAÑOS, G.; Producing antioxidant fractions from herbaceous matrices by supercritical fluid extraction. Fluid Phase Equilibria, v. 194, p. 879-884, 2002.