Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Alimentos
TÍTULO: AVALIAÇÃO DAS VARIÁVEIS DE PROCESSO NA EXTRAÇÃO DO ÓLEO DE BACABA (Oenocarpus bacaba Mart.)
AUTORES: Araújo Luz, M.A. (IFMT CAMPUS CONFRESA) ; Araújo Luz, M.A. (IFMT CAMPUS CONFRESA)
RESUMO: O presente trabalho teve como objetivo determinar o tempo ótimo para extração do
óleo de bacaba em aparelho extrator Soxhlet. Foi avaliadas extrações em quatro
tempos (3, 5, 6 e 8 horas). O solvente (hexano), e a amostra de farelo da drupa de
bacaba com (± 1,08 mm) de diâmetro. A variação nos teores de óleo em função do
tempo não apresentaram valores que justificassem tempo de extração superior às 3h.
PALAVRAS CHAVES: Bacaba; extração de óleo; hexano
INTRODUÇÃO:
A bacaba (Oenocarpus bacaba Mart.) é uma palmeira que ocorre nas
terras da Amazônia. Seus estipes são solidários, atingindo de 7 a 22 metros de
altura e 12 a 25 cm de diâmetro. Da polpa e da amêndoa extrai-se um óleo
comestível similar ao do azeite de oliva, muito utilizado na medicina popular,
sendo eficiente no tratamento de infecções pulmonares como a bronquite, sendo
também utilizado no tratamento da tuberculose e como purgativo, oferecendo
excelentes resultados.
O Brasil é o terceiro maior produtor de frutos (6 % da produção mundial)
(ANDRIGUETO et al., 2010), mas a fruticultura Amazônica representa menos do que
0,2 % desse total (ROMERO, 2009). Nos últimos anos, houve um incremento da
exploração econômica de produtos e subprodutos de algumas frutíferas
específicas, atribuído à crescente preocupação do consumidor com a relação entre
dieta e saúde (YAHIA, 2010). Dados da composição em ácidos graxos do óleo da
palpa e da amêndoa da bacaba mostraram que são constituídos na sua maior parte
por ácido oleico e ácido palmítico. O óleo da bacaba apresenta características
químicas antioxidantes, que o torna uma boa fonte de ativo na indústria e
cosmética. As propriedades sensoriais do óleo de bacaba são semelhantes às do
óleo de oliva, podendo ser um substituto deste azeite, além de propiciar matéria
prima de boa qualidade para indústria de alimentos, pois contem proteínas de
excelente valor biológico (40% a mais que a soja, Balick, 1986).
A procura por novas matérias-primas e tecnologias para desenvolvimento
de formulações alimentícias cada vez mais eficazes e compatíveis aos diferentes
tipos de processos e de produtos tem sido uma constante por parte dos
pesquisadores e colaboradores da indústria de alimentos.
MATERIAL E MÉTODOS: Inicialmente as drupas foram trituradas e maceradas de forma a obter diâmetro de
±1,08 mm. A umidade para cada amostra de farelo de bacaba foi determinada a
105°C até peso constante. O óleo das amostras foi extraído em aparelho extrator
de Soxhlet, segundo o método AOCS Bc 3-49 (1988).
Foram pesadas porções de aproximadamente 5g da amostra, em seguida a
inserimos em uma capsula de celulose resistente, e esta por sua vez, é inserida
no tubo interno do aparelho Soxhlet para a retirada do óleo. O aparelho é
ajustado a um balão contendo o solvente hexano (250 ml) e a um condensador de
refluxo. A solução é levada a fervura branda durante 3, 5, 6 e 8 h, o vapor do
solvente sobe pelo tubo, condensa no condensador, o solvente condensado cai no
cilindro e lentamente enche o copo do aparelho. Quando o solvente alcança o topo
do tubo é sifonado para dentro do balão, transpondo assim a substancia extraída.
Após completar cada tempo de extração, o processo é interrompido e a mistura do
balão é destilada, recuperando-se o solvente.
Após a extração os balões foram colocados em estufa a 100 °C durante 24h, para
completar a evaporação do solvente. Após resfriamento em dessecador, os balões
foram pesados para quantificação do óleo extraído.
colocados em estufa a 100 °C durante 24h, para completar a evaporação do
solvente. Após resfriamento em dessecador, os balões foram pesados para
quantificação do óleo extraído.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Fomos motivados a realizar analises excedentes, como determinação do teor de
proteína pelo método de Kjeldah, segundo AOCS Ab 4-50, apresentando teor de 6%
de PB, valor relativamente abaixo do esperado. Determinamos também matéria
mineral pelo método de cinzas, segundo o AOCS Bc 5-49 com teor de 6,05%.
Através dos processos de trituração e maceração da drupa, obtivemos diferentes
diâmetros, que variam de ±1,08mm a ±2,78 mm respectivamente, analisado apenas o
menor diâmetro, representado na tabela abaixo (tabela 01), a extração do óleo em
conjunto Soxhlet aquecido durante 3, 5, 6 e 8 horas para determinação do tempo
ótimo de extração utilizando o solvente hexano.
Nota se, baixa variação de incremento nos teores de óleo em função do tempo de
extração. dessa forma, não é justificado processos de extração com tempo
superior a três horas, uma vez que a diferença em comparação aos demais não é
significativa.
figura 01
A identificação do balão corresponde ao tempo de extração (em horas), P1 peso em g do balão, P2 balão mais óleo e teor (%) de óleo.
CONCLUSÕES: Nestas condições, a baixa variação de incremento nos teores de óleo em função do
tempo de extração não apresentaram valores que justificassem significativamente
processos de extração com tempo superior a três horas, o que significa dizer, que
o tempo ótimo de extração do óleo de bacaba em extrator Soxhlet dentro dos tempos
avaliados é de 3h, tempo de extração superior a esse, dentre os avaliados não são
justificáveis ao passo que não vão incrementar significativamente os teores de
óleo.
AGRADECIMENTOS: Agradeço aos orgãos financiadores, CNPQ e ao IFMT Campus CONFRESA.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AOACS – Official methods and recommended practices of the American Oil Chemists’ Society. 3. ed. Champaign, 1988.
ANDRIGUETO, J.R.; NASSER, L.C.B.; TEIXEIRA, J.M.A. Produção integrada de frutas: conceito, histórico e a evolução para o sistema agropecuário de produção integrada -SAPI. Disponível em: <www.agricultura.gov.br>. Acesso em: jun. 2013.
Balick, M. J. 1986. Systematics and economic botany of the Oenocarpus-Jessenia (Palmae) complex. Advances in Economic Botany, 3:1-140.
ROMERO, T. Amazônia em pé vale muito mais. Disponível em<www.ambienteemfoco.com. br/?p=5096>. Acesso em: Jun 2012.
YAHIA, E. M. The Contribution of Fruit and Vegetable Consumption to Human Health. In: ROSA, L.A.; ALVAREZ-PARRILLA, E.; GONZALEZ AGUILARA; G.A. Fruit and vegetable phytochemicals: chemistry, nutritional value and stability. Hoboken: Wiley- Blackwell, 2010. p. 3-51.