Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Alimentos
TÍTULO: Concepção da alimentação segundo os estudantes do curso de Técnico em Química do IFMT FO/PL
AUTORES: Melo, R. (IFMT - FO/PL) ; Brilhante, A. (IFMT- FO/PL) ; Souza, B. (IFMT - FO/PL) ; Costa, J. (IFMT-FO/PL) ; Honorato, L. (IFMT-FO/PL) ; Reis, K. (IFMT-FO/PL) ; Medeiros, D. (IFMT-FO/PL)
RESUMO: Uma alimentação balanceada e saudável tende a ter em seu meio valores específicos de nutrientes, dos quais os carboidratos são a base, lipídeos e proteínas. Nota-se por meio de estudos científicos que na população brasileira, de modo geral, aumentou o consumo de proteínas e lipídeos com isso o risco de problemas de saúde. Neste trabalho utilizou-se um questionário onde se avaliava as ideias e concepções dos estudantes a respeito da alimentação. Chegando-se a conclusão de uma concepção de dieta rica em carboidratos e proteínas, pobre em vegetais e alta frequência de consumo dos mesmos. Houve falta de coerência, por meio dos entrevistados, a respeito de seu conhecimento e a aplicabilidade do mesmo no seu dia a dia.
PALAVRAS CHAVES: alimentação; consumo; dieta
INTRODUÇÃO: O perfil alimentar de uma população está fortemente associado a aspectos culturais, socioeconômicos e demográficos (NEUTZLING et.al., 2007). Uma alimentação rica em lipídios e proteínas (de origem animal) apresenta maior risco de manifestação de doenças crônicas e degenerativas não transmissíveis (BARRETO & CYRRILLO, 2000; BEZERRA & SICHIERI, 2010; FERRARI & TORRES, 2002; MONDINI, et.al., 2010). É importante mencionar que o consumo de verduras, legumes e frutas para o suprimento adequado das necessidades fisiológicas de vitaminas, sais minerais e fibras auxiliam a prevenção de doenças cardíacas, cânceres, diabetes e desordens gastrointestinais (BARRETO & CYRRILLO, 2000; FERRARI & TORRES, 2002). Estimativas da Organização Mundial da Saúde apontam que cerca de 2,7 milhões das mortes mundiais registradas em 2000 poderiam ter sido evitadas com o consumo adequado de vegetais, o que reduziria em 1,8% a carga global de doenças (BIGIO et.al., 2011), Desta maneira os principais resultados dos estudos de Mondini et.al.(2013), juntamente com Ramalho, Dalamaria & Souza (2012), mostram que uma reduzida parcela da população urbana adulta atende à recomendação mínima de consumo diário de frutas e hortaliças estabelecido pela OMS, o consumo mínimo de 400 g de frutas e hortaliças diariamente, o que equivale a cinco porções desses alimentos, existindo ainda a maior idade, maior consumo de hortaliças e frutas. Estima-se que o consumo de frutas e hortaliças no Brasil corresponda a menos da metade das recomendações nutricionais, sendo ainda mais deficiente entre as famílias de baixa renda (JAIME et.al, 2007). Este trabalho tem por finalidade avaliar as ideias e concepções sobre alimentação dos estudantes do curso técnico em Química do IFMT – FO/PL.
MATERIAL E MÉTODOS: Baseando-se no trabalho de Barreira e Cyrrillo (2000), foi formulado um questionário e aplicado nas turmas de 2º e 3º semestre noturno do curso de Técnico Subsequente em Química e nas turmas de 3º e 4º anos do curso Técnico Integrado ao ensino médio em Química, matutino. O questionário correspondia a nove perguntas abertas sobre o comportamento alimentar e suas concepções a respeito da alimentação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Ao analisar os dados 60,5% dos entrevistados consumiam pouco carboidratos, 100% alto consumo de proteínas, 40% consomem regularmente vegetais, contudo em pequena proporção abaixo do recomendado pela OMS de 400g dia (JAIME et.al, 2007). Consumo de alimentos industrializados 5%, consumo excessivo de carboidratos 35%, 6% afirmam ter um consumo considerável de lipídios e 8% dizem ter uma alimentação balanceada. Consumo de carnes vermelhas e gordas 68% e carnes brancas e magras 32%. Alimentos do tipo fast food, 32% dos entrevistados não consomem, 68% consomem; deste número, 58% consomem 1 vez por semana, sendo 42% de 2 a 3 vezes por semana. Bebidas consomem nas mesmas proporções os sucos naturais e refrigerantes. Verduras, legumes e frutas consumo abaixo do recomendado pela OMS, já a frequência de consumo em 18% 1 vez por semana, 32% de 2 a 3 vezes, 21% de 4 a 5 vezes por semana e 29% consomem todos os dias. Alimentos funcionais na dieta 53% consomem, justificando que gostam e porque são saudáveis, 47% não faz parte da sua dieta, justificando por “não gostar, falta de habito (cultura) e realmente não justificaram”. A concepção da dieta deve ser constituída por alimentos ricos em proteínas e carboidratos, os vegetais consumidos abaixo do mínimo indicado pela OMS tendo os valores: 57,82% da dieta de carboidratos e proteínas, 31,52% de vegetais e 10, 66% dos outros alimentos. 44,74% dos entrevistados acreditam que sua dieta é saudável, enquanto 55,26% dizem não ser saudável. Assim, 73,68% tem a concepção coerente de uma alimentação saudável, mas não a praticam já 18,42% não possuem uma ideia coerente a respeito da mesma, citando dietas ricas em proteínas e carboidratos, 7,9% afirmam não saber o que seria uma dieta saudável e balanceada.
CONCLUSÕES: Sobre o presente trabalho conclui-se que a amostra estudada apresenta um consumo excessivo de alimentos proteicos, concordando com Barreto & Cyrrillo, (2000); Ferrari & Torres (2002); Jaime et.al (2007); Levy-Costa et.al.(2005); Lima et.al. (1989), observando ainda um alto consumo de carboidratos, baixo consumo e alta frequência na dieta ao que se refere aos vegetais, consumo balanceado de lipídios, alimentos industrializados e fast food. Observa-se uma forma tradicional de ver a alimentação, não possuem em sua dieta alimentos funcionais, sendo que este conceito é apenas teórico.
AGRADECIMENTOS: A DEUS, aos colegas, aos amigos e aos entrevistados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BARRETTO, S.A.J. E CYRILLO, D.C. Análise da composição dos gastos com alimentação no Município de São Paulo (Brasil) na década de 1990. Revista Saúde Pública 2001;35 (1) :52-59. Acesso: 01/07/2013. Disponível:< http://www.scielo.br/pdf/rsp/v35n1/4136.pdf>
BIGIO, R.S. Determinantes do consumo de frutas e hortaliças em adolescentes por regressão quantílica. Rev Saúde Pública 2011;45(3):448-56. Acesso: 01/07/2013.
Disponível:< http://www.scielo.br/pdf/rsp/v45n3/2352.pdf>
FERRARI, C.K.B. & TORRES, E.A. F. S. Alimentos funcionais: quando a boa nutrição melhora a nossa saúde. Revista Portuguesa De Saúde Pública, Estudo Alimentar, Vol. 20, Nº 2- Julho/Dezembro 2002. . Acesso: 01/07/2013.
Disponível:< https://cms.ensp.unl.pt/www.ensp.unl.pt/dispositivos-de-apoio/cdi/cdi/sector-de-publicacoes/revista/2000-2008/pdfs/2-03-2002.pdf>
JAIME, P.C. et.al. Fatores associados ao consumo de frutas e hortaliças no Brasil. Rev Saúde Pública 2007. Acesso: 01/07/2013. Disponível:<http://www.scielo.br/pdf/rsp/v43s2/ao789.pdf>
LEVY-COSTA, R. B. et.al. Disponibilidade domiciliar de alimentos no Brasil: distribuição e evolução (1974-2003). Revista Saúde pública 2005;39(4):530-40. Acesso: 01/07/2013. Disponível:<http://www.scielo.br/pdf/rsp/v39n4/25522.pdf>
LIMA, E.S. et.al. Condições Socioeconômicas, Alimentação e Nutrição da População Urbana de Uma Localidade do Estado de Minas Gerais (Brasil). Rev. Saúde públ., S. Paulo, 23:410-21,1989. Acesso: 01/07/2013. Disponível:<http://www.scielo.br/pdf/rsp/v23n5/08.pdf>
MONDINI, L. et.at. Consumo de frutas e hortaliças por adultos em Ribeirão Preto, SP. Rev Saúde Pública 2010;44(4):686-94. Acesso: 01/07/2013.
Disponível:< http://www.scielo.br/pdf/rsp/v44n4/12.pdf >
RAMALHO, A.A., DALAMARIA, T. & SOUZA, O.F. Consumo regular de frutas e hortaliças por estudantes universitários em Rio Branco, Acre, Brasil: prevalência e fatores associados. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 28(7):1405-1413, jul, 2012. Acesso: 01/07/2013. Disponível:<http://www.scielo.br/pdf/csp/v28n7/18.pdf>