Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Alimentos
TÍTULO:  AVALIAÇÃO DOS TEORES DE CLOROFILA EM MAMÕES (Carica papaya L.) SOB DIFERENTES CONDIÇÕES DE REFRIGERAÇÃO E ATMOSFERA MODIFICADA 
AUTORES:  Menezes, J.L.R. (UECE)  ; Machado, F.L.C. (IFCE)  ; Afonso, M.R.A. (UFC)  ; Costa, J.M.C. (UFC)  ; Cesar, L.M.A. (UECE)
RESUMO:  Este trabalho teve como objetivo avaliar as alterações nos teores de clorofila na 
casca de mamão Formosa ‘Tainung 01’ durante 15 dias de armazenagem refrigerada à 
temperatura de 13 ± 1ºC e 90 ± 5% UR. Os frutos foram armazenados sob 
refrigeração, vácuo, atmosfera modificada e atmosfera modificada com absorvedor de 
etileno. Um tratamento controle foi realizado à temperatura ambiente de 24 ± 2ºC e 
48 ± 5% UR.Os resultados demonstraram que o armazenamento refrigerado, associado à 
utilização de filmes, são eficientes na manutenção da coloração verde dos frutos, 
promovendo um menor decréscimo nos teores de clorofila da casca. 
PALAVRAS CHAVES:  clorofila;  mamão; refrigeração
INTRODUÇÃO:  No mamão, a mudança na cor da casca é um dos principais parâmetros utilizados na 
determinação do ponto de colheita. O estudo dos índices de clorofila em frutos 
de mamão, analisados em diferentes estádios de desenvolvimento, pode trazer 
respostas mais precisas a respeito do melhor ponto de colheita (YAMANISH et al., 
2005). O estádio de maturação do fruto na colheita é um fator relevante para a 
manutenção da qualidade do mamão, além de ser um fator determinante na 
composição química e valor nutricional. Quando colhidos imaturos os frutos 
apresentam alto índice de perda de água, sendo mais sujeitos ao enrugamento e 
suscetíveis às desordens fisiológicas; além disso, apresentam sabor e aroma 
inferior quando amadurecem. Quando colhidos muito maduros, entram rapidamente em 
senescência, tornando-se muito macios, farináceos e com sabor insípido logo após 
a colheita (MANICA et al., 2000; AZZOLINI; JACOMINO; SPOTO, 2004). Para a 
comercialização, a determinação do estádio de maturação na colheita do mamão é 
de fundamental importância. Deve-se levar em consideração o tempo necessário 
entre a colheita e a entrega do produto ao centro consumidor (FOLEGATTI & 
MATSUURA, 2002). Muitos exportadores acabam colhendo frutos imaturos, com o 
objetivo de suportar o transporte para mercados distantes, o que compromete 
seriamente a qualidade dos mamões. Este trabalho teve como objetivo avaliar as 
alterações nos teores de clorofila da casca do mamão Formosa ‘Tainung 01’, 
colhido em estádio 2 de maturação, durante 15 dias de armazenagem sob 
refrigeração (13 ± 1º C e 90 ± 5% UR) e temperatura ambiente (24 ± 2ºC e 48 ± 5% 
UR).
MATERIAL E MÉTODOS:  Os frutos do mamoeiro ‘Formosa’ (Tainung 01) foram obtidos em um pomar comercial 
para exportação, localizado no município de Limoeiro do Norte – CE. Os mamões 
foram colhidos em estádio de maturação com até 25% da casca amarela e o 
restante, com coloração verde-claro. Após a colheita, os frutos foram lavados, 
aplicados fungicida e cera de carnaúba, secos em esteira sob jato de ar, 
embrulhados em rede de polietileno e acondicionados em caixas de papelão. Os 
mesmos foram transportados sob temperatura ambiente (24ºC), para o Laboratório 
de Controle de Qualidade e Secagem da Universidade Federal do Ceará. Os frutos 
foram divididos em cinco lotes: tratamentos à temperatura ambiente (24ºC  e  48% 
UR)  e armazenamento refrigerado (13 ± 1º C e 90 ± 5% UR) com  refrigeração sem 
filme, vácuo (sacos de nylon/polieteno), atmosfera modificada (sacos de 
poliamida) e atmosfera modificada associada ao absorvedor de etileno (sacos de 
poliamida em conjunto com sachês absorvedores de etileno: KMnO4). Os mamões 
foram inicialmente analisados 24 horas após a colheita e a cada cinco dias, 
submetidos à simulação de período de comercialização (24 horas à 24 ± 2ºC e 48 ± 
5% UR ). Os teores de clorofila foram determinados através de análise 
espectrofotométrica conforme metodologia descrita por Engel e Poggiani (1991). A 
análise estatística foi realizada através do software SISVAR versão 5.3. 
Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com três repetições, em 
parcelas sub-divididas. 
RESULTADOS E DISCUSSÃO:  Os valores de clorofila na casca ao fim de 15 dias de armazenamento foram 7,06 
mg/100g da casca, para os frutos submetidos à  temperatura ambiente (24 ± 2ºC e 
48 ± 5% UR) e 31,32; 41,78; 35,27 e 41,19 mg/100g da casca para os tratamentos  
submetidos a refrigeração sem filme, vácuo, atmosfera modificada  mais 
absorvedor de etileno e atmosfera modificada, respectivamente (Tabela 1). O teor 
de clorofila 24 horas após a colheita foi de 69,88 mg/100g da casca, o que 
demonstra que em todos os tratamentos houve decréscimo nos teores de clorofila 
na casca, durante todo período de armazenagem do fruto. Houve decréscimo no teor 
de clorofila de acordo com o tratamento utilizado, sendo as médias ao fim da 
armazenagem estatisticamente significativas (p<0,05). Os tratamentos sob 
refrigeração, onde os frutos foram embalados à vácuo e os mamões em atmosfera 
modificada, demonstraram ser igualmente eficientes em manter a coloração verde 
dos frutos.
Figura 1

CONCLUSÕES:  Os tratamentos sob armazenamento refrigerado foram eficientes em manter a 
coloração verde dos frutos e diminuir os processos metabólicos que promovem o 
amadurecimento da casca do mamão. Porém os menores decréscimos nos teores de 
clorofila foram observados em frutos submetidos ao tratamento sob atmosfera 
modificada com 41,19 mg/100g  e vácuo 41,78 mg/100g  aos 15 dias de armazenagem.
AGRADECIMENTOS:  
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:  AZZOLINI, M., JACOMINO, A.P., SPOTTO, M.H.F. Estádios de maturação e qualidade pós-colheita de goiabas ‘Pedro Sato’. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.26, n.1, p.29-31, 2004.
ENGEL, V.L.; POGGIANI, F. Estudo da concentração de clorofila nas folhas e seu aspecto de absorção de luz em função do sombreamento em mudas de quatro espécies florestais.  Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, Brasília, v.3, n.1, p.39-45, 1991.
FOLEGATTI, M. I da S.; MATSUURA F. C. A. U. Mamão Pós-Colheita. Cruz das almas, Ba: Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2002. 59p (Frutas do Brasil; 21).
MANICA, I.; ICUMA, I. M.; JUNQUEIRA, N. T. V.; SALVADOR, J. O.; MOREIRA, A.; MALAVOLTA, E. Fruticultura Tropical: goiaba. Porto Alegre: Cinco Continentes, 2000. 373p.
YAMANISHI, O. K.; FAGUNDES, G. R.; FILHO, J. A. M.; FALCÃO, J. V.; MIRANDA, S. de P. Comportamento da maturação de mamão ‘Tainung 01’ cultivado em Brasília-DF. Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal - SP, v. 27, n. 2, p. 314-316, 2005.
