Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Química Orgânica
TÍTULO: Estudo do perfil graxo das espécies Bombacopsis glabra, Aleurites moluccana e Pachira aquatica cultivadas no estado de MS
AUTORES: Cabral, M.R.P. (UEMS) ; Silva, C.M. (UFGD) ; Neto, D.M. (UEMS) ; Júnior, B.P.C. (UEMS) ; Pimentel, T. (UFGD) ; Simionatto, E. (UEMS)
RESUMO: Neste trabalho buscou-se destacar um possível aproveitamento de oleaginosas
produzidas no estado de MS, visando um futuro sustentável, o qual
pode contribuir para sua preservação nestes ambientes. As espécies Bombacopsis
glabra, Pachira aquatica e Aleurites moluccana foram estudadas.
As etapas do estudo envolveram a extração dos óleos, avaliação do rendimento e
caracterização química quanto à composição de ácidos graxos (AG) por CG- DIC. O
rendimento em óleo das amêndoas foi de 30%, 35% e 50%, respectivamente. A.
moluccana apresentou maior teor de ácidos graxos insaturados (70%),
B.glabra e P.aquatica apresentaram características semelhantes de AG
mais saturados.
PALAVRAS CHAVES: oleoquímica; perfil químico; óleos vegetais
INTRODUÇÃO: Devido à biodiversidade de oleaginosas no país, ainda existem plantas nativas
que são pouco conhecidas ou divulgadas, tornando imprescindível a realização de
estudos para se avaliar a capacidade de produção destas espécies de acordo com a
vocação regional para produção. Atualmente, a produção de Glicina max
(soja) é maior que qualquer outro e sua utilização como matéria prima para óleo
comestível se faz em maior quantidade (CARVALHO, 2003), possibilitando estudos
que visam analisar amêndoas com composição química semelhante como também
amostras com altos teores em óleos, sendo esta uma deficiência da G. max.
O interesse no estudo das espécies B. glabra da família Bombacaceae,
A. moluccana, família Euphorbiaceae e P. aquatica família
Bombacaceae é atribuído a ausência de informações na literatura sobre composição
química do óleo, caracterização físico-química e análise qualitativa e
quantitativa de AG em comparação com padrões de grande expressão no mercado
mundial em comparação com espécies de maior produção e consumo como matéria-
prima alimentícia (Glicina max).
MATERIAL E MÉTODOS: As amostras dos frutos in natura foram coletadas entre os meses de junho
e julho nos municípios de Itaquiraí e Naviraí no estado de Mato Grosso do Sul. Na
identificação e quantificação dos ácidos graxos foi utilizado um cromatógrafo a
gás HP 5590, com coluna capilar de sílica fundida de 60m de comprimento e 0,25mm
de diâmetro interno, detector de ionização de chama, usando hélio como gás de
arraste e fluxo de 1mL/minuto. Para a caracterização do estado de deterioração das
amostras analisadas, foi determinado o percentual de ácidos graxos livres,
utilizando uma titulação ácido-base e consequentemente determinando o índice de
acidez dos óleos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com as análises o rendimento em óleo das espécies B. glabra,
P. aquatica e A. moluccana foram de 30%, 35% e 50%
respectivamente. Estes valores são elevados quando comparado com o óleo de G.
max (18%). Entretanto a espécie A. moluccana , apresentou um
rendimento maior que uma das amêndoas com maior teor em óleo já destacada na
literatura, óleo de girassol (48%) (CHAVES, 2004). Nas análises de ácidos graxos
em comparação com padrões de ésteres metílicos os óleos apresentaram teores
significativos dos ácidos: oléico, palmítico, linoléico, α-linolênico e
esteárico. A. moluccana apresentou maior teor de ácidos graxos
insaturados (70%), com valor médio de 60%, o éster metílico de ácido graxo
majoritário (EMAG) foi oléico (C18:1ώ9), B.glabra e P.aquatica
apresentaram características semelhantes de ácidos graxos mais saturados, tendo
o EMAG majoritário o palmítico (C16:0) com respectivos valores de 55% e 70%.
P. aquatica e B. glabra apresentaram um elevado teor de ácidos
graxos saturados, o que está de acordo com relatos na literatura, sendo o éster
majoritário o palmítico, característica de óleos com textura mais sólida a
temperatura ambiente. Os índices de acidez dos óleos mostraram-se também dentro
dos limites para óleos refinados de acordo com a literatura (CHAVES, 2004),
inferiores a 6,0 mg KOH g-1.
CONCLUSÕES: Três espécies de oleaginosas foram investigadas, na qual as amêndoas avaliadas
mostraram-se ricas em óleo com rendimento médio de 35%, sendo o óleo da amêndoa de
A. moluccana a que apresentou maior rendimento (50%). Com a análise de
CG-DIC pôde-se avaliar a composição química destes óleos, demonstrando a
superioridade de ácidos graxos insaturados como ácido oléico e o linoléico, para
A. moluccana, enquanto que as espécies B. glabra e P. aquatica apresentaram como
ácido graxo majoritário o palmítico, característico de um óleo mais saturado.
AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem o apoio CNPq e UEMS.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CARVALHO, P. O.; CAMPOS, P. R. B.; NOFFS, M. D.; OLIVEIRA, J. G.; SHIMIZU, M. T.; SILVA, D. M. (2003), Aplicação de lipases microbianas na obtenção de concentrados de ácidos graxos poliinsaturados. Química Nova, v. 26, p. 75-80, 2003.
CHAVES, M. H.; BARBOSA, A.S.; NETO, J.M.N.; PIMENTEL, S. A.; LAGO, J. H. G. Caracterização química do óleo da amêndoa de Sterculia striata ST. HIL. Química Nova, Vol. 27, No. 3, 404-408, 2004.