ÁREA: Química Tecnológica
TÍTULO: AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR QUANTO AO TEOR DE FIBRA
AUTORES: Menezes, R.K.O. (UFAL) ; Mendes, M.R. (UFAL) ; Alves, G.H.O. (UFAL) ; Barboza, A.S.R. (UFAL) ; Souza, J.E.A. (UFAL) ; Meneghetti, S.M.P. (UFAL)
RESUMO: A cana-de-açúcar assume uma grande importância na fabricação do etanol, onde vem
se destacando como uma importante fonte energética através da utilização do bagaço
e palha para geração de energia. O objetivo deste trabalho é determinar a
quantidade real do teor de fibra das variedades RB92579 e RB867515 de cana-de-
açúcar, presentes na região de São Miguel dos Campos, Alagoas, Brasil, essas
variedades foram analisadas com 4 e 5 meses de idade e realizaram-se estudos
físico-químicos das amostras: trituração, secagem, teor de cinzas, teor de umidade
e teor de fibra. Estudos energéticos dessas amostras (determinando-se o poder
calorífico superior - PCS) estão sendo realizados. Com isso pode-se avaliar a
variedade que apresenta melhores resultados para fins energéticos.
PALAVRAS CHAVES: Cana-de-Açúcar; Teor de Fibra; Fonte Energética
INTRODUÇÃO: Uma das grandes buscas hoje em dia, é encontrar alternativas de fontes
renováveis para fins energéticos. Em termos de energia, portanto, biomassa seria
uma fonte renovável que tem como origem da matéria orgânica (animal ou vegetal)
onde pode ser utilizada para geração de energia. Suas fontes são os vegetais não
lenhosos, os lenhosos e resíduos orgânicos.
A utilização de recursos renováveis no desenvolvimento de novos materiais e
novas técnicas tem atraído a atenção de pesquisadores do mundo todo. A biomassa
é uma das fontes para a produção de energia com maior potencial de crescimento,
tanto no mercado internacional quanto no interno, ela é considerada uma das
principais alternativas para a diversificação da matriz energética e a
consequente redução da dependência dos combustíveis fósseis.
O Brasil é o líder mundial na produção de cana-de-açúcar, seguindo da Índia,
China e Tailândia (Veiga Filho et al., 2008). Hoje em dia, são conduzidos
diversos programas de melhoramento genético de cana-de-açúcar (Landell e
Bressiani,2008) nos quais os objetivam a produção de cultivares que elevam a
produtividade de energia, na forma de álcool, açúcar e fibra (Marques et al,
2008).O bagaço de cana tem um grande potencial como fonte renovável de energia,
podendo ser utilizado não somente em caldeiras para geração de calor e
eletricidade no processo industrial de fabricação de álcool e açúcar, mas
também na geração de excedentes de energia elétrica que podem ser
comercializados.
O Estado de Alagoas em termos de biomassa apresenta ampla variedade de
espécies, como as de origem agrícolas e agropecuária, com uma produção que chega
a 602,2 milhões de toneladas por ano de cana-de-açúcar.
MATERIAL E MÉTODOS: As amostras de cana-de-açúcar das variedades (RB92579 e RB867515) foram
coletadas no município de São Miguel dos Campos, estado de Alagoas. De cada
variedade coletou-se aproximadamente 6 kg no mês de Abril e Maio de 2012. As
amostras foram levadas ao laboratório do Grupo de Catálise e Reatividade Química
da UFAL (GCaR-UFAL)já com a extração do caldo onde foram realizados
procedimentos físico-químico nas amostras. Após a trituração, O bagaço da cana-
de-açúcar das duas variedades foi seco para redução da umidade entre 8 – 12%,
pois entre essa faixa á ganho energético significativo. Para a determinação do
teor de umidade segui-se a norma da ABNT NBR 8112, onde se utiliza 1,0 da
amostra em um cadinho de porcelana com a massa conhecida e o conjunto é levado a
estufa previamente aquecimento a 105ºC. Após 90 minutos retira-se o conjunto e
calculou-se a umidade.Para a determinação do teor de cinzas, utiliza o forno
mufla, seguindo a norma da ABNT NBR 8112, onde a cinzas é a queima dos
compostos orgânicos e oxidação dos inorgânicos sob um rígido controle de
massa,tempo, temperatura e atmosfera. Pesa-se 1,0 da amostra em um cadinho de
porcelana com a massa conhecida e o conjunto é levado para o forno mufla
previamente aquecida a 550ºC. Após 30 minutos o cadinho é colocado em um
dessecador e depois pesado.Para a obtenção do teor de fibra, foi utilizado o
método de Henneberg de 1864, pesou-se em um Becker de 200 ml cerca de 1,00g da
amostra desengordura. Adicionou-se 50 ml de ácido sulfúrico a 1,25%. Filtrou-se
a amostra e lavou-se hidróxido de sódio a 1,25%. Levou-se o material para secar
na estufa a 80ºC durante 2 horas. Logo após, pesou-se o papel e levou-se o
material para a mufla durante 30 minutos, a determinação energética das amostras
serão realizadas em breve.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados das análises das amostras de cana-de-açúcar das duas variedades
estão apresentados nas Figuras 1 e 2.
Os resultados das variedades RB867515 e RB92579 de cana-de-açúcar foram
realizados quando apresentavam 4 e 5 meses de idade após a revalidação da safra.
Diante disso, pode-se observar que a variedade que apresentou menor teor de
cinza foi a variedade RB92579 (4 mês) com o valor de 1,63 %. Essa variedade
apresentou um ótimo resultado de densidade em relação as outras com 0,355g/ cm3,
no qual isso vai facilitar no custo da amostra visando a viabilidade econômica.
Já em relação ao teor de fibra a variedade RB92579 (4 mês), obteve também um
ótimo resultado de teor de fibra com 94,03%, onde isso significa que ela vai ter
um ganho energético maior em relação as outras.
FIGURA 1
Análises Fisico-quimicas das variedades de cana-de-
açúcar com 4 mês de idade
FIGURA 2
Análises Fisico-quimicas das variedades de cana-de-
açúcar com 5 mês de idade
CONCLUSÕES: O bagaço de cana-de-açúcar é utilizada para produção de energia nas caldeiras das
usinas do estado de Alagoas. Ele pode ser uma alternativa de substituição da lenha
nos setores de queima do estado.As variedades RB867515 e RB92579 de cana-de-açúcar
com 4 e 5 meses apresentaram um bom teor de fibra . No entanto, observou-se que a
variedade RB92579 com 5 meses forneceu valores excelentes tanto em relação a teor
fibra quanto as cinzas. Testes com essas variedades de 6 meses em diante estão
sendo realizados para verificar o seu potencial energético em relação ao tempo e
teor de fibra.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CONSELHO DOS PRODUTORES DE CANA-DE-AÇÚCAR E ÁLCOOL DO ESTADO DE SÃO PAULO. [i] Manual de Instruções[/i]. Piracicaba: Consecana, 2006, 112p. Disponível em: <http//:www.orplana.com.br/manual_2006.pdf>. Acessado em: 20 de Maio de 2012.
GOES, T. [i]A energia que vem da cana-de-açúcar[/i]. Disponível em:
<http://www.embrapa.br/imprensa/artigos/2008/A%20energia%20que%20vem%20da%20cana%20de%20acucar%20ultimo.pdf> Acessado em: 14 de Março de 2012.
MARQUES, T. A.[i] Apostila de análises Técnicas Usinas e Destilarias[/i]. Disponível em: <http//:www.mrvduarte.com/cariboost_files/apostila_analise_completa.pdf>. Acessado em: 29 de Abril de 2012.
MOURA, F. A. et al. [i]Comparação de métodos para determinação de fibra bruta[/i].Disponível em: <http://www.ufpel.edu.br/cic/2007/cd/pdf/CS/CS_00286.pdf> Acessado em 14 de Abril de 2012.
SOUZA, J. E. A. de. [i] Avaliação das diversas fontes e tipos de biomassa do estado de Alagoas: estudo de suas características físico-químicas e de seu potencial energético[/i]. 2011. 180f. Tese (Doutorado em Ciências) – Programa de Pós-Graduação em Química e Biotecnologia, Instituto de Química e Biotecnologia. Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.