ÁREA: Produtos Naturais
TÍTULO: DETERMINAÇÃO DO TEOR DE FENÓIS TOTAIS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DA ENDOPLEURA UCHI
AUTORES: Silva, K.B. (UNEAL) ; Santos, J.A.S. (UNEAL) ; Sena, T.J.O. (UNEAL) ; Santos, A.F. (UNEAL)
RESUMO: A pesquisa teve o objetivo de determinar o teor de fenóis totais e atividade antioxidante do extrato etanólico da casca do caule da Endopleura uchi. Foi adquirido o extrato da E. uchi por maceração etanólica, para realização dos testes antioxidantes DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazila) e FTC(Tiocianato Férrico), para determinação de compostos fenólicos usou-se o teste de Folin-Ciocalteu. No teste DPPH observou-se que o extrato apresentou atividade antioxidante com CE50 de 3,7 μg/mL, no teste FTC obteve-se valores entre 89,12% e 107,8% de atividade antioxidante nas concentrações de 25 e 100 μg/mL, já o teor de fenóis totais equivalência de ácido gálico EAG/g foi de 0,62 mg. Portanto, o extrato etanólico desta espécie mostrou que possui potencial antioxidante significativo.
PALAVRAS CHAVES: Endopleura uchi; Antioxidante; Compostos fenólicos
INTRODUÇÃO: Atualmente espécies vegetais têm sido desencadeadoras de inúmeras pesquisas, como estudos direcionados para a busca antioxidantes naturais (GORDON, 1996). Pois os antioxidantes têm a capacidade de retardar oxidação de lipídios e os efeitos danosos de espécies radicalares ao sistema biológico, evitando assim a proliferação de inúmeras doenças como o câncer, doenças cardíacas e Alzheimer (ROESLER, et al.,2007). A atividade antioxidante de muitas espécies vegetais deve-se aos compostos gerados pelo metabolismo secundário das plantas que são biologicamente ativos, sendo de suma importância para a síntese de novos fármacos o que propicia avanços na prevenção de diversas patologias (KLEINOWSKI,2011). A Endopleura uchi (Humiriaceae) é uma espécie difundida na bacia do Amazonas sendo popularmente conhecido como "uxi-amarelo" ou "uxi-liso". Existem poucos estudos químicos sobre a espécie E. uchi e estes são acerca dos seus frutos que são utilizados pela população local. Onde a polpa da fruta tem elevado valor nutricional e antioxidante, já a casca da E. uchi é usado na medicina tradicional como anti-inflamatório e antitumoral (NUNOMURA,et al.,2009).Então diante da busca por antioxidante de origem natural e posteriormente do uso medicinal da Endopleura uchi a presente pesquisa visou determinar o teor de fenóis totais e atividade antioxidante do extrato etanólico da casca do caule desta espécie.
MATERIAL E MÉTODOS: O extrato etanólico da casca do caule da Endopleura uchi foi obtido pelo processo de maceração etanólica por 72 horas, seguido de rotaevaporação. Para determinação da atividade antioxidante pelo método DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazila) a amostra vegetal foi diluída nas concentrações de 25, 50, 75 e 100μg/mL em triplicata, onde em 3 mL de cada amostra foi adicionada 0,1 mL de solução etanólica do DPPH 0,3µM e incubados por 30 minutos à temperatura ambiente ao abrigo da luz. A leitura da absorbância foi feita a 517nm no espectrofotômetro UV-VIS e posteriormente calculado o CE50. A atividade antioxidante também foi analisada através da inibição da peroxidação lipídica determinada pelo método FTC (Tiocianato férrico) realizado por meio da uma metodologia já descrita na literatura e nas concentrações de 100, 75, 50, e 25μg/mL em triplicata com leitura da absorbância a 500nm(espectrofotômetro UV-VIS). Para a determinação do teor de fenóis totais foi utilizado o método espectrofotométrico, fazendo uso do reagente Folin-Ciocalteau, segundo metodologia já descrita na literatura, os valores de fenólicos totais foram expressos como equivalentes de ácido gálico EAG/g (mg equivalente de ácido gálico/g de amostra do vegetal) (WETTASINGHE,et al.,1999).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foi observado que na atividade captadora do radical livre DPPH, o extrato vegetal da casca do caule da Endopleura uchi apresentou um percentual antioxidante (AAO% 90) na concentração de 500 μg/mL seguido de (AAO% 73) na concentração de 250 μg/mL e conseqüentemente apresentou um CE50 3,70 μg/mL, enquanto em resultado já descrito na literatura a espécie Terminalia brasiliensis (casca) obteve um percentual antioxidante de (AAO% 6,0) na concentração de 500 μg/mL e CE50 27,59±0,82, sendo assim fica notório que pelo método de DPPH a atividade antioxidante da Endopleura uchi é superior a da Terminalia brasiliensis. No teste antioxidante FTC que analisa a habilidade do extrato etanólico vegetal seqüestrar peróxido de hidrogênio, foi observado que o extrato etanólico da casca do caule da Endopleura uchi apresentou valores médios de porcentagens de captura entre 89,12% e 107,8%. Na avaliação do teor de fenóis totais do extrato da Endopleura uchi foi encontrado EAG/g 0,62 mg (Equivalentes de Ácido Gálico mg por g da amostra do extrato etanólico da casca do caule de Endopleura uchi) , enquanto que em resultados já descritos na literatura o teor de fenóis encontrado no caule de três espécies de Eugenia foram (E. brasiliensis 174,4mg de EAG/g, E. beaurepaireana 225,4mg de EAG/g e E. umbelliflora 105,8 mg de EAG/g de amostra). Esses resultados evidenciam o potencial antioxidante superior da Endopleura uchi.
CONCLUSÕES: A presente pesquisa concluiu que o extrato etanólico da casca do caule da Endopleura uchi demonstrou atividade antioxidante, pois apresentou resultados significativos, bem como pode ser utilizada como fonte de produtos naturais bioativos.
AGRADECIMENTOS: A Universidade Estadual de Alagoas-UNEAL e a FAPEAL.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: GORDON, M.H.1996. Dietary antioxidants in disease prevention. Natural Products Report, v.4, p.265-72.
KLEINOWSKI, A M.2011. Produção de betacianina, crescimento e potencial bioativo de plantas do gênero Alternathera. 71f. Dissertação (Mestrado). Programa de PósGraduação em Fisiologia Vegetal. Universidade Federal de Pelotas. Instituto de Biologia. Pelotas.
NUNOMURA, R. C. S.; OLIVEIRA, V. G.; SILVA, S. L.; NUMOMURA, S. M. 2009.Characterization of Bergenin in Endopleura uchi Bark and its Anti-inflammatory activity. J. Braz. Chem. Soc.; 20(6): 1060-1064.
ROESLER, R.; MALTA, L.G.; CARRASCO, L.C.; HOLANDA, R.B.; SOUSA, C.A.S. ;PASTORE,G.M.2007. Atividade antioxidante de frutas do cerrado. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 27(1): 53-60.
WETTASINGHE, M.; SHAHIDI, F.1999. Evening primrose meal: a source of natural antioxidants and scavenger of hydrogen peroxide and oxygen-derived free radicals. J. Agric. Food Chem., v. 47, p. 1801-1812.